Práticas corruptivas e de má gestão na esfera da saúde do estado do Rio Grande do Sul

Autores

  • Luiza Eisenhardt Braun Universidade de Santa Cruz do Sul

Palavras-chave:

Direito fundamental à saúde, Ineficiência estatal, Políticas públicas, Sistema Único de Saúde

Resumo

Este artigo aborda as práticas corruptivas e a má gestão que ocorrem nas políticas públicas de prestação do direito à saúde no Estado do Rio Grande do Sul. O problema que norteia a pesquisa é: quais são as principais formas de corrupção e de má gestão que se configuram nas políticas de saúde no Estado do Rio Grande do Sul? A pesquisa possui os respectivos objetivos: analisar o direito fundamental à saúde no Brasil, sua previsão legal, suas particularidades e como se dá a prestação dele; após, pretende-se explorar os contextos de má gestão, especificamente aqueles que ocorrem na esfera da saúde do Estado do Rio Grande do Sul; por fim, no último item quer-se conhecer alguns conceitos de corrupção e também as suas concretizações, ou seja, as práticas corruptivas delimitadas ao mesmo espaço geográfico do item anterior. O método de pesquisa utilizado é o dedutivo. Faz-se uso também da técnica de pesquisa por documentação indireta, via revisão bibliográfica. Os resultados apontam que, no Rio Grande do Sul, há grande negligência com relação ao armazenamento e descarte de medicamentos, e também má administração dos leitos hospitalares que poderiam possuir maior taxa de ocupação. Ainda, relatórios já comprovaram o uso inadequado por parte de municípios do Estado de recursos federais enviados para utilização no SUS. No que diz respeito às práticas corruptivas, têm destaque as fraudes em licitações, o superfaturamento de medicamentos, equipamentos hospitalares e o consequente desvio de dinheiro público para entes particulares.

Biografia do Autor

Luiza Eisenhardt Braun, Universidade de Santa Cruz do Sul

Graduanda do curso de Direito UNISC, Bolsista de Iniciação Científica PUIC sob a orientação da professora Dra. Caroline Fockink Ritt na pesquisa As consequências negativas de práticas corruptivas e má gestão na realização de políticas públicas com relação ao direito fundamental à saúde. E-mail: luizaeise@hotmail.com.

Referências

AGUIAR, Zenaide Neto. Antecedentes históricos do Sistema Único de Saúde (SUS) – breve história da política de saúde no Brasil. In.: AGUIAR, Zenaide Neto. SUS: Sistema Único de Saúde – antecedentes, percurso, perspectivas e desafios. São Paulo: Martinari, 2011. p. 15–40.

______. O Sistema Único de Saúde e as Leis Orgânicas de Saúde. In.: AGUIAR, Zenaide Neto. SUS: Sistema Único de Saúde – antecedentes, percurso, perspectivas e desafios. São Paulo: Martinari, 2011. p. 41–68.

ALMEIDA FILHO, Naomar da. O que é saúde? 1. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011.

BITENCOURT, C. M.;RECK, J. R. Construção pragmático-sistêmica dos conceitos básicos do direito corruptivo: observações sobre a possibilidade do tratamento da corrupção como um ramo autônomo do direito. A&C. Revista de Direito Administrativo & Constitucional (Impresso), São Paulo, v. 62, p. 123–140, 2015.

CARVALHO, et al. A gestão do SUS e as práticas de monitoramento e avaliação: possibilidades e desafios para a construção de uma agenda estratégica. In: Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol. 17, n. 4, abr. 2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000400012. Acesso em: 3 set. 2019.

COHN, A. et al. A saúde como direito e como serviço. 6. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.

G1. Descarte de medicamentos controlados dentro da validade é investigado em Santa Maria. Santa Maria, 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/descarte-de-medicamentos-controlados-dentro-da-validade-e-investigado-em-santa-maria.ghtml. Acesso em: 3 set. 2019.

GABARDO, E.; REIS, L. E. O gerencialismo entre eficiência e corrupção: breves reflexões sobre os percalços do desenvolvimento. In: SILVEIRA, R. D. da; CASTRO, R. A. P. de. (org.). Estudos dirigidos de gestão pública na América Latina. Belo Horizonte: Fórum, 2011.

GANZER, Gabriela Siota. Medicamentos são descartados às margens da Estrada Municipal de Gravataí. In.: Giro de Gravataí, Gravataí, 2018. Disponível em: http://www.girodegravatai.com.br/medicamentos-sao-descartados-as-margens-da-estrada-municipal-em-gravatai. Acesso em: 3 set. 2019.

GARCIA, Emerson. Improbidade administrativa. 7. ed., rev. ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013.

GAÚCHA ZH. Má gestão resulta em toneladas de medicamentos com data de validade vencida. Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2014/05/Ma-gestao-resulta-em-toneladas-de-medicamentos-com-data-de-validade-vencida-4492138.html. Acesso em: 3 set. 2019.

JUNQUEIRA, Luciano A. Prates. Novas formas de gestão na saúde: descentralização e intersetorialidade. In: Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 6, n. 2, p. 31–46, ago/dez. 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12901997000200005. Acesso em: 3 set. 2019.

JUSTIÇA FEDERAL RS. 3ª Vara Federal de Caxias do Sul (RS) condena 4 pessoas e três empresas por irregularidades em licitação. Caxias do Sul, 2017. Disponível em: https://www2.jfrs.jus.br/noticias/3a-vara-federal-de-caxias-do-sul-rs-condena-quatro-pessoas-e-tres-empresas-por-irregularidades-em-licitacao. Acesso em: 4 set. 2019.

______. Operação Solidária: Justiça Federal condena acusados de fraudar licitação do Programa Saúde da Família. Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://www2.jfrs.jus.br/noticias/operacao-solidaria-justica-federal-condena-acusados-de-fraudar-licitacao-do-programa-saude-da-familia. Acesso em: 4 set. 2019.

LEAL, Rogerio Gesta. Patologias corruptivas nas relações entre Estado, administração pública e sociedade: causas, consequências e tratamentos. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2013.

LEITE, Carlos Alexandre Amorim. Direito fundamental à saúde: efetividade, reserva do possível e o mínimo existencial. Curitiba: Juruá, 2014.

MARTINS, C. C.; WACLAWOVSKY, A. J. Problemas e desafios enfrentados pelos gestores públicos no processo de gestão em saúde. In: Revista de Gestão em Sistemas de Saúde – RGSS, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 100–109, jan/jun. 2015. Disponível em: http://www.revistargss.org.br/ojs/index.php/rgss/article/view/157/156. Acesso em: 4 set. 2019.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. MPF em Erechim (RS) denuncia mais 26 pessoas na Operação Saúde. Brasília, 2016. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/rs/sala-de-imprensa/noticias-rs/mpf-em-erechim-denuncia-mais-26-pessoas-na-operacao-saude. Acesso em: 4 set. 2019.

OLIVEIRA, Heletícia. Direito fundamental à saúde, ativismo judicial e os impactos no orçamento público. Curitiba: Juruá, 2015.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO), 1946. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html. Acesso em: 2 set. 2019.

OSÓRIO, Fábio Medina. Teoria da improbidade administrativa: má gestão pública: corrupção: ineficiência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.

SIMÃO NETO, Calil. Improbidade administrativa: teoria e prática: de acordo com a Lei nº 12.846 de 1 de agosto de 2013, com a lei complementar nº 135 de junho de 2010: Ficha Limpa. 2. ed. Leme: J. H. Mizuno, 2014.

SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional. 13. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2018.

SOUSA, Simone Letícia Severo e. Direito à saúde e políticas públicas: do ressarcimento entre os gestores públicos e privados da saúde. Belo Horizonte: Del Rey, 2015.

SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. In: Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n. 16, jul/dez. 2006.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Relatório Sistêmico de Fiscalização da Saúde. Bra-sília, 2014. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-digital/relatorio-sistemico-de-fiscalizacao-saude.htm. Acesso em: 3 set. 2019.

VASCONCELLOS, Hygino. Quase 600 leitos em hospitais são fechados no RS em dois anos. In: G1 RS, Porto Alegre, 2017. Disponível em: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2017/02/quase-600-leitos-em-hospitais-sao-fechados-no-rs-em-dois-anos.html. Acesso em: 3 set. 2019.

Publicado

2020-03-20

Como Citar

EISENHARDT BRAUN, . Práticas corruptivas e de má gestão na esfera da saúde do estado do Rio Grande do Sul. Revista Avant, Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 211–224, 2020. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/avant/article/view/6965. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Acadêmica