Da menina com seu livro à mulher com seu amante

o conto "Felicidade Clandestina", de Clarice Lispector e a concepção de direito à literatura segundo Antonio Candido

Autores

  • André Rodrigues Pádua Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
  • Júlia Veiga Camacho Universidade Virtual do Estado de São Paulo

Palavras-chave:

Direito, Literatura, Conto, Clarice Lispector, Antonio Candido

Resumo

A concepção atual de Direitos Humanos considera o indivíduo em sua subjetividade, e tal aspecto foi, ao longo da história, juridicamente amparado. Nesse sentido, Antonio Candidomem seu ensaio “Direito à Literatura” explora como a dimensão literária é intrínseca a essa subjetividade, e imprescindível ao que denomina de processo humanizador do sujeito. Este artigo tem como objetivo analisar de que forma a literatura pode se inserir como um direito no âmbito da compreensão atualmente prevalecente acerca dos Direitos Humanos, partindo-se do processo de humanização descrito por Candido, e como esse processo é ilustrado no conto “Felicidade Clandestina” de Clarice Lispector. Assim, primeiramente estudar-se-á a atual concepção de Direitos Humanos, considerando a literatura como aspecto essencial para a formação e humanização dos indivíduos, em Candido. Após, analisar-se-á o conto de Lispector descritivamente, através da teoria literária, e interpretativamente, em relação aos conceitos de Candido, concluindo-se por como este conto ilustra o aspecto essencial humanizador da literatura.

Biografia do Autor

André Rodrigues Pádua, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Bacharel em Direito pela Unesp. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2944616213051341. E-mail: andre.rodrigues.padua@gmail.com.

Júlia Veiga Camacho, Universidade Virtual do Estado de São Paulo

Graduanda em Letras pela Univesp. Bacharela em Direito pela Unesp. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2920376476675455. E-mail: juliaveigacamacho@gmail.com.

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Publicado

2022-12-18

Como Citar

Rodrigues Pádua, A., & Veiga Camacho, J. (2022). Da menina com seu livro à mulher com seu amante: o conto "Felicidade Clandestina", de Clarice Lispector e a concepção de direito à literatura segundo Antonio Candido. evista vant SSN 2526-9879, 6(2). ecuperado de https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/avant/article/view/6534

Edição

Seção

Acadêmica