Uma constituição surgida do carvão e do aço

Autores

  • Nicolau de Albernaz Maldonado Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Autoridade, Constituição, Sociedade Internacional, Supranacionalidade, União Europeia

Resumo

Quando Estados se unem em torno de valores e princípios compartilhados, formam uma sociedade internacional. Dentro dessa sociedade internacional, existe uma disposição de poder disciplinada por uma Constituição. O presente artigo pretende questionar em que medida a União Europeia incorpora uma Constituição de determinada sociedade internacional — dos Estados europeus. Para tanto, irá primeiramente discutir o que se entende por Constituição, com particular atenção ao plano internacional, apreciando elementos jurídicos e não-jurídicos. Em seguida, analisará o atual desenho institucional da União Europeia, além de alguns casos concretos decisivos para entender a relação jurídica do Direito Europeu com os Estados membros da União Europeia. Finalmente, cumpre comparar a ideia exposta de Constituição de sociedade internacional com o que o núcleo do Direito Europeu efetivamente representa, a fim de abordar o questionamento inicial.

Biografia do Autor

Nicolau de Albernaz Maldonado, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduando do 9º período da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ. Monitor de Direito Internacional Público e integrante da Clínica Interamericana de Direitos Humanos. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6021548195753752. E-mail: nicolau.maldonado@gmail.com

Referências

ALMEIDA, Paula Wojcikiewicz; ZELESCO, Rafael Barreto. Direito das Organizações Internacionais: Casos e Problemas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.

ARRIENS, Jan; LESAFFER, Randall. European Legal History: A Cultural and Political Perspective. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

BARROSO, Luís Roberto. Direito Constitucional Contemporâneo: os Conceitos Fundamentais e a Construção de um Novo Modelo. 2. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2010.

BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do Direito. In: Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas., v. 240, p. 1–42, 2005.

BULL, Hedley. A sociedade anárquica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002.

CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas: de Maquiavel a nossos dias. 8. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1999. Trad. Lygia Cristina.

DINH, Nguyen; DAILLLER, Patrick; PELLET, Alain. Direito Internacional Público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

FASSBENDER, Bardo. The United Charter as a Constitution of the International Community. In: Columbia Journal of Transnational Law, v. 36 (3), p. 529–619, 1988.

FONTAINE, Pascal. Uma ideia nova para a Europa: a declaração de Schuman 1950–2000. 2. ed. Luxemburgo: Ed. Serviço das publicações oficiais das Comunidades Europeias, 2000.

GRIMM, Dieter. Types of Constitutions. In: ROSENFIELD, Michel; SAJO, Andras (org.). The Oxford Handbook of Comparative Constitutional Law. Oxford: Oxford University Press, 2012.

GROSS, Leo. The Peace of Westphalia, 1648-1948. In: The American Journal of International Law. Cambridge: Cambridge University Press, 1948, v. 42, n.1, p. 20–41.

HABBERMAS, Jürgen. Why Europe Needs a Constitution. In: ERIKSEN, Erik Oddvar; FOSSUM, John Erik; MENÉNDEZ, Agustín (org.). Developing a Constitution for Europe. London: Routledge, p. 17–34, 2004.

HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Porto Alegre: Sérgio Antonio Frabris Editor, 1991. Trad. Gilmar Mendes.

KELSEN, Hans. Peace Through Law. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1944.

KOSKENNIEMI, Martti. The Gentle Civilizer of Nations: the rise and fall of International Law 1870–1960. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

LASSALE, Ferdinand. Que é uma constituição?. São Paulo: Edições e Publicações Brasil, 1933. Trad. Walter Stönner.

LAVRANOS, Nikolaos. Protecting its exclusive jurisdiction: the Mox Plant-Judgement of the ECJ. In: The Law and Practice of International Courts and Tribunals, 2006, v. 5, p. 479–493.

MATTES, Maíra. A União Europeia e o Tribunal Penal Internacional: relações de complementação e cooperação. In: Revista do Programa de Direito da União Europeia. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, n. 7, p. 99–114, 2016.

PARISH, Matthew. International Courts and the European Legal Order. In: European Journal of International Law. Oxford University Press, v. 23, n. 1, p. 141–153, 2012.

PHILPOTT, Daniel. Westphalia, Authority and International Society. In: Political Studies. Hoboken: Wiley-Blackwell, 1999, v. 47, n. 3, p. 566–589.

STELZER, Joana. Integração Europeia: dimensão supranacional. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.

TUSHNET, Mark. Constitution. In: ROSENFIELD, Michel; SAJO, Andras (org.). The Oxford Handbook of Comparative Constitutional Law. Oxford: Oxford University Press, 2012, p. 218–230.

Publicado

2020-03-20

Como Citar

de Albernaz Maldonado, N. (2020). Uma constituição surgida do carvão e do aço. evista vant, 4(1). ecuperado de https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/avant/article/view/6966

Edição

Seção

Acadêmica