O Acordo sobre o Aquífero Guarani
considerações sobre cooperação e soberania
Palabras clave:
Direito Internacional, Aquífero Guarani, Aquíferos TransfronteiriçosResumen
O presente trabalho analisa o Acordo sobre o Aquífero Guarani sob a égide do Direito Internacional dos Aquíferos Transfronteiriços, evidenciando os progressos e retrocessos trazidos pelo instrumento em comparação com as normas e projetos existentes sobre o tema. Busca-se, assim, elucidar o possível impacto do Acordo sobre o Aquífero Guarani e quais as eventuais tendências de regulação desse tipo de recurso no Direito Internacional. Para tanto, será realizada uma análise comparativa crítica, considerando os dispositivos de instrumentos internacionais de abrangência geográfica similar, além da reação doutrinária e dos Estados a essas normas. Dessa forma, inicialmente será apresentado o contexto da criação do Acordo, bem como a construção histórica que culminou nesse contexto. Posteriormente, serão discutidas as disposições normativas trazidas pelo Acordo, ponderando as correspondências, progressos e retrocessos em relação ao modelo desenvolvido pela Comissão de Direito Internacional sobre o tema. Conclui-se que o Acordo inova por ter sido concebido em caráter preventivo e não por meio de um conflito de utilização. Além disso, o Acordo codifica diversas normas que não são geralmente aplicadas no âmbito dos aquíferos transfronteiriços, ainda essas não tenham sido criadas ou modificadas pelo Acordo.
Citas
ACORDO SOBRE O AQUÍFERO GUARANI. República Federativa do Brasil; República Oriental del Uruguay; República Argentina; República del Paraguay, San Juan, 2 de agosto de 2010.
CAPONERA, D.; ALHÉRITIÈRE, D. Principles for International Groundwater Law. Natural Resources Journal, 18, 1978. p. 589–619.
CASSUTO, D.; SAMPAIO, R. Hard, Soft & Uncertain: The Guarani Aquifer and the Challenges of Transboundary Groundwater. Colorado Journal of International Environmental Law & Policy, 24, 2013. p. 1–41.
CASTILLO-LABORDE, L. D. The Law of Transboundary Aquifers and the Berlin Rules on Water Resources (ILA): Interpretive Complementarity. UNESCO-IAH-UNEP Conference, Paris, 6-8 December 2010.
CASTRO, D. D. The Shared Management of the Guarani Aquifer: The South American Example in Global Governance over Water Resources. Yearbook of International Envronmental Law, 22, n. 1, 2011. p. 140–157.
DÖRR, O. Article 31. In: DÖRR, O.; SCHMALENBACH, K. Vienna Convention on the Law of Treaties: A Commentary. Berlin: Springer, 2012.
ECKSTEIN, G. Application of International Water Law to Transboundary Groundwater Resources, and the Slovak-Hungarian Dispute over Gabcikovo-Nagymaros. Suffolk Transnational Law Review, 19, 1995. p. 67-116.
ECKSTEIN, G. Commentary on the U.N. International Law Commission’s Draft Articles on the Law of Transboundary Aquifers. Colorado Journal of International Environmental Law & Policy, 18, n. 3, 2007. p. 537–610.
ECKSTEIN, G.; ECKSTEIN, Y. A Hydrogeological Approach to Transboundary Ground Water Resources and International Law. American University International Law Review, 19, 2003. p. 201–258.
ECKSTEIN, G.; SINDICO, F. The Law of Transboundary Aquifers: Many Ways of Going Forward, but Only One Way of Standing Still. Review of European Community & International Environmental Law, 23, n. 1, 2014. p. 32–42.
ECKSTEIN, Y.; ECKSTEIN, G. Transboundary Aquifers: Conceptual Models for Development of International Law. Ground Water, 43, n. 5, 2005. p. 679–690.
GODOY, J. Análisis del Acuerdo sobre el Acuífero Guaraní: Ventajas y Desventajas con una Mirada desde el Ordenamento Jurídico Uruguayo. Revista de Derecho, Agua y Sostenibilidad, 1, 2017.
HUDSON, M. O. Separate Opinion of Judge Hudson on the Case relating to the Diversion of Water from the Meuse. PCIJ Series A/B, Case No. 70, 1937.
INTERNATIONAL COURT OF JUSTICE. Case Concerning the Gabcikovo-Nagymaros Project (Hungary v. Slovakia). ICJ Reports 1997, 1997. p. 7–84.
INTERNATIONAL LAW ASSOCIATION. The Helsinki Rules on the Uses of the Waters of International Rivers, Helsinki, 1966.
INTERNATIONAL LAW COMMISSION. Draft articles on the Law of Transboundary Aquifers, 2008. Disponivel em: http://legal.un.org/docs/?path=./ilc/texts/instruments/english/draft_articles/8_5_2008.pdf. Acesso em: 30 ago. 2018.
INTERNATIONAL LAW COMMISSION. Draft Articles on the Law of Transboundary Aquifers, with commentaries. Yearbook of the International Law Commission, vol. II, Part Two, 2008.
MARTIN-NAGLE, R. Fossil Aquifers: A Common Heritage of Mankind. George Washington Journal of Energy & Environmental Law, 2, n. 3, 2011. p. 39–60.
MCCAFFREY, S. The Harmon Doctrine One Hundred Years Later: Buried, Not Praised. Natural Resources Journal, 36, n. 3, 1996. p. 549–590.
MCCAFFREY, S. The International Law Commission Adopts Draft Articles on Transboundary Aquifers. American Journal of International Law, 103, n. 2, 2009. p. 272–293.
MCINTYRE, O. International water resources law and the International Law Commission draft articles on transboundary aquifers: a missed opportunity for crossfertilisation? International Community Law Review, 13, n. 3, 2011. p. 237–254.
ORGANIZATION OF AMERICAN STATES. Guarani Aquifer System: Environmental Protection and Sustainable Development of the Guarani Aquifer System. Water Project Series, 7, 2005.
ORGANIZATION OF AMERICAN STATES. Guarani Aquifer System: Environmental Protection and Sustainable Development of the Guarani Aquifer System. Water Project Series, 7, 2005.
REPÚBLICA DEL PARAGUAY. Ley 6037/2018, Asunción, 2018.
REPÚBLICA ORIENTAL DEL URUGUAY. Intervención del Sr. Embajador José Luis Cancela. El Derecho de los Acuíferos Transfronterizos: Sexta Comisión, 22 Octubre 2013.
RIBEIRO, W. Aquífero Guarani: gestão compartilhada e soberania. Estudos Avançados. v. 22, n. 64, 2008.
ROMERO, M. Mr. Romero to Mr. Gresham. Office of the Historian - United States of America Department of State, 1894. Disponivel em: https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1894/d386. Acesso em: 30 ago. 2018.
SALMAN, S. M. A. The Helsinki Rules, the UN Watercourses Convention and the Berlin Rules: Perspectives on International Water Law. International Journal of Water Resources Development, 23, n. 4, 2007. p. 625–640.
SINDICO, F. The Guarani Aquifer System and the International Law of Transboundary Aquifers. International Community Law Review, 13, 2011. p. 255–272.
SINDICO, F.; HAWKINS, S. The Guarani Aquifer Agreement and Transboundary Aquifer Law in the SADC: Comparing Apples and Oranges? Review of European, Comparative & International Environmental Law, 24, n. 3, 2015. p. 318–329.
SINDICO, F.; HIRATA, R.; MANGANELLI, A. The Guarani Aquifer System: From a Beacon of hope to a question mark in the governance of transboundary aquifers. Journal of Hidrology: Regional Studies, 2018.
STATE OF PALESTINE. Statement by Mr. Yousef N. Zeidan, Legal Adviser, before the Sixth Committee, Agenda item 87: the law of transboundry aquifers, New York, 22 October 2013, 2013. Disponível em: https://papersmart.unmeetings.org/media2/703060/palestine-87.pdf. Acesso em: 30 ago. 2018.
TANZI, A.; ARCARI, M. The United Nations Convention on the Law of International Watercourses: A Framework for Sharing. The Hague: Kluwer Law International, 2001.
UNITED NATIONS TREATY COLLECTION. Convention on the Law of the Non-Navigational Uses of International Watercourses, 2018. Disponível em: https://treaties.un.org/pages/viewdetails.aspx?src=ind&mtdsg_no=xxvii-12&chapter=27. Acesso em: 3 set. 2018.
UPRETI, T. International Watercourses Law and Its Application in South Asia. Kathmandu: Pairavi Prakashan, 2006.
VILLAR, P. C. Groundwater International Cooperation and the Guarani Aquifer. FLACSO-ISA Joint International Conference: “Global and Regional Powers in a Changing World”, Buenos Aires, 23-25 July 2014.
VILLAR, P. C. Aquíferos Transfronteiriços: Governança das Águas e o Aquífero Guarani. Curitiba: Juruá Editora, 2015.
VILLAR, P. C. International Water Law Project. Countdown to the Guarani Aquifer Agreement coming into force: will it be effective in promoting transboundary groundwater governance?, 2018. Disponivel em: https://www.internationalwaterlaw.org/blog/2018/06/18/countdown-to-the-guarani-aquifer-agreement-coming-into-force-will-it-be-effective-in-promoting-transboundary-groundwater-governance. Acesso em: 24 ago. 2018.
VILLAR, P. C. Managing the Hidden Side of the Hidrological Cicle, the International Law of Transboundary Aquifers and the Agreement on the Guarani Aquifer. Disponivel em: http://www.feem-web.it/ess/ess12/files/papers/villar-laine.pdf. Acesso em: 8 set. 2018.
VILLAR, P. C.; RIBEIRO, W. C. The Agreement on the Guarani Aquifer: a new paradigm for transboundary groundwater management? Water International, 36, n. 5, 2011. p. 646–660.
VILLAR, P. C.; RIBEIRO, W. C. The Agreement on the Guarani Aquifer: Cooperation without conflict. In: GRAFTON, R. Q., et al. Global Water: Issues and Insights. Canberra: The Australian National University Press, 2014. p. 69–76.
WOLF, A. Shared Waters: Conflict and Cooperation. Annual Review of Environment and Resources, 32, 2007. 3.1-3.29.
WOLF, A. A Long Term View of Water and International Security. Journal of Contemporary Water Resources Research & Education, 142, 2009. p. 67–75.
WORLD BANK. The Guarani Aquifer Initiative for Transboundary Groundwater Management. Case Profile Collection, 9, 2006.
YAMADA, C. Codification of the Law of Transboundary Aquifers (Groundwaters) by the United Nations. Water International, 36, n. 5, 2011. p. 557–565.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2019 Revista Avant
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os(as/es) leitores(as) podem:
1. Compartilhar: copiar e redistribuir o trabalho em qualquer suporte e formato;
2. Adaptar: remixar, transformar e criar a partir do trabalho;
A Revista não pode revogar estes direitos desde que os(as/es) leitores(as) respeitem os termos da licença.
Conforme os seguintes termos:
1. Atribuição: Deve se creditar a Revista, a licença usada e se/quais mudanças foram feitas, sem jamais sugerir que a Avant apoiou o uso ou quem utilizou o trabalho.
2. NãoComercial: O trabalho não pode ser usado comercialmente.
3. Sem limites adicionais: Não se pode aplicar restrições legais ou tecnológicas que restrinjam outros(as) de fazer algo permitido pela licença.
