Security measures and the episteme of periculosity: from scientific racism to the positivization of the penal code of 1940 in Brazil
Keywords:
Periculosity, Crime, Madness, Positive Criminology, Etiological ParadigmAbstract
Periculosity is today the main legal basis for maintaining security measures for an unlimited period of time in Brazil. The purpose of this article, therefore, is to analyze the origins of periculosity as an episteme constructed between the medical and criminological sciences. I intend to find out what are the theoretical assumptions that dogmatically created the instantaneous linking of violent and/or deviant behavior as intrinsic and permanent to madness. Through a bibliographic and doctrinal study I will seek to understand how criminological knowledge on dangerousness was constructed and how the notion of dangerousness emerged in Brazilian penal legislation. I conclude that the central criminological theories, grounded in scientific racism, are appropriated in the Brazilian colonial context (VILELA, 2018), for the production of racialized dangerousness. I realize, finally, that before the emergence of periculosity in the Code, this category was already mobilized both in the field of theoretical discussion of jurists, in debates in the Journal of Criminal Law, and by the homeland jurisprudence.
References
ANDRADE, Vera Regina Pereira De. Dogmática e sistema penal: em busca da segurança jurídica prometida. 1994. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1994.
BARROS-BRISSET, Fernanda Otoni. Genealogia do conceito de periculosidade. Responsabilidades, v. 1, n. 1, p. 37–52, 2011. Disponível em: <http://www8.tjmg.jus.br/presidencia/programanovosrumos/pai_pj/revista/edicao_01_1/02-GENEALOGIA DO CONCEITO DE PERICULOSIDADE.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2019.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRANCO, Thayara Castelo. A (des)legitimação das medidas de segurança no Brasil. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2016.
CALIL, Carlos Augusto. Aí vem o Febrônio. Teresa revista de Literatura Brasileira, v. 15, p. 101–116, 2015. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/teresa/article/view/98598/97258>. Acesso em: 14 fev. 2019.
CARRARA, Sérgio. Crime e loucura: o aparecimento do manicômio judiciário na passagem do século. Rio de Janeiro; São Paulo: EdUERJ; EdUSP, 1998.
CARVALHO, Salo De; WEIGERT, Mariana de Assis Brasil e. Reflexões iniciais sobre os impactos da Lei 10.216/2001 nos sistemas de responsabilização e de execução penal. Responsabilidades, v. 2, n. 2, p. 285–304, 2013. Disponível em: <http://www.patriciamagno.com.br/wp-content/uploads/2015/09/PM_Reflexoes_Iniciais_sobre_os_Impactos_da_Lei_de_Reforma_Psiquiatrica-libre.pdf>. Acesso em: 12 set. 2018.
CONNEL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos, 2015.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Inspeções aos manicômios. Relatório Brasil 2015. 1. ed. Brasília: CFP, 2015.
CORREIA, Ludmila Cerqueira. Avanços e impasses na garantia dos direitos humanos das pessoas com transtornos mentais autoras de delito. 2007. 174 f. Universidade Federal da Paraíba, Paraíba, 2007.
CORREIA, Ludmila Cerqueira; PASSOS, Rachel Gouveia. Dimensão jurídico-política da reforma psiquiátrica brasileira. 1. ed. Rio de Janeiro: Gramma, 2017.
DAUFEMBACK, Valdirene. Relações entre a Psicologia e o Direito Penal: o uso dos saberes psicológicos no contexto da culpabilidade e da dosimetria da pena no Tribunal do Júri. 2014. 185 f. Universidade de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/18990/1/2014_ValdireneDaufemback.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2018.
DINIZ, Debora Rodrigues. A custódia e o tratamento psiquiátrico no Brasil: censo 2011 [recurso eletrônico]. Brasília: LetrasLivres: Editora Universidade de Brasília, 2013.
DINIZ, Debora Rodrigues; SILVA, Janaína Lima Penalva Da. Loucura e direito penal: uma análise crítica das Medidas de Segurança. Série Pensando o Direito, v. 35, n. 001/2010, p. 52, 2011.
DORNELLES, Renata Portella. “O círculo alienista”: reflexões sobre o controle penal da loucura. 2012. 225 f. Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
DUARTE, Evandro Charles Piza. Criminologia e racismo: introdução ao processo de recepção das teorias criminológicas no Brasil. 1998. 399 f. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.
FERRI, Enrico. Sociologia Criminal. Sorocaba: Editora Minelli, 2006.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, Michel. O poder psiquiátrico. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
FRANKLIN, Naila Ingrid Chaves. Raça, gênero e criminologia: Reflexões sobre o controle social das mulheres negras a partir da criminologia positivista de Nina Rodrigues. 2017. 150 f. Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24000/1/2017_NailaIngridChavesFranklin.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2019.
FRY, Peter. Direito positivo versus direito clássico: a psicologização do crime no Brasil no pensamento de Heitor Carrilho. Cultura da psicanálise. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 116–141.
GOIZ, Juliana de Almeida Martins. Um crime de cor, do sistema penal racista ao tribunal racial: reflexões sobre a condenação de Preto Amaral em 1927. Aedos Revista do corpo discente do PPG-História da UFRGS, v. 9, n. 20, p. 164–181, 2017.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, volume I. Niterói: Impetus, 2017.
JESUS, Damásio De. Direito penal, volume 1 : parte geral. São Paulo: Saraiva, 2011.
MATSUDA, Fernanda Emy. A medida da maldade: Periculosidade e controle social no Brasil. 2009. 138 f. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
OLIVEIRA JÚNIOR, Alcidesio De. “Penas especiais para homens especiais”: as teorias biodeterministas na Criminologia Brasileira na década de 1940. 2005. 154 f. Casa de Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3998/2/000002.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2018.
PERES, Maria Fernanda Tourinho. A estratégia da periculosidade: psiquiatria e justiça penal em um hospital de custódia e tratamento. Psychiatry On-line Brazil, n. 3, 1998.
PRANDO, Camila Cardoso de Mello. O saber dos juristas e o controle penal: o debate doutrinário na Revista de Direito Penal (1933-1940) e a construção da legitimidade pela defesa social. 2012. 294 f. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
REY, Philippe-Marius. O Hospício de Pedro II e os alienados no Brasil (1875). Rev. Latinoam. Psicopat. Fund, v. 15, n. 2, p. 382–403, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlpf/v15n2/12.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2019.
SANTOS, Juarez Cirino Dos. Direito Penal: parte geral. Florianópolis: Conceito Editorial, 2012.
SILVA, Janaína Lima Penalva Da. O direito fundamental à singularidade do portador de sofrimento mental: uma análise da Lei no 10.216/01 à luz do princípio da Integridade do Direito. 2007. 146 f. Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
VILELA, Ana Laura Silva. Violência Colonial e Criminologia: Um confronto a partir do documentário Concerning Violence. Revista Direito e Práxis, v. 9, n. 4, p. 2011–2040, out. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-89662018000402011&lng=pt&tlng=pt>.
WEIGERT, Mariana de Assis Brasil e. ENTRE SILÊNCIOS E INVISIBILIDADES: OS SUJEITOS EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS DE SEGURANÇA NOS MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS BRASILEIROS. 2015. 1–211 f. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
WEIGERT, Mariana de Assis Brasil e. Mulheres em cumprimento de medida de segurança: silêncio e invisibilidade nos manicômios judiciários brasileiros. Sofrimento e clausura no Brasil contemporâneo: estudos críticos sobre fundamentos e alternativas às penas e medidas de segurança. Florianópolis: Empório do Direito, 2017. p. 131–150.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Mariane Oliveira Junqueira

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Submissions published in the Captura Críptica Journal are under the Creative Commons Attribution-noncommercial-NoDerivatives 4.0 International License.