Biopolítica e resistência

Autores

  • Rene Toedter Faculdades Integradas do Brasil – UNIBRASIL, Curitiba, Paraná, Brasil

Palavras-chave:

Biopolítica, Resistência, Foucault, Agamben, Deleuze, Negri, Hardt

Resumo

Os estudos foucaultianos sobre a biopolítica destacam o ingresso da vida na esfera das tecnologias e dos cálculos do poder. Trata-se da passagem do direito de fazer morrer e deixar viver para o de fazer viver e deixar morrer. Ocorre que apesar da biopolítica se alicerçar na concepção da vida, o que se observa é uma tecnologia de poder que atua preponderantemente em favor da morte. Assim, o presente trabalho visa reconstruir brevemente o caminho teórico foucaultiano que ensejou a formulação da noção de biopolítica, para então aferir os desdobramentos deste conceito para autores como Giorgio Agamben, Gilles Deleuze, Antonio Negri e Michael Hardt. Ao final, pretende-se, a partir destes autores, ressaltarem formas e meios de resistências a esta tecnologia de poder.

Biografia do Autor

Rene Toedter, Faculdades Integradas do Brasil – UNIBRASIL, Curitiba, Paraná, Brasil

Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Processo Civil pelo Instituto de Direito Romeu Bacellar. Especialista em Sociologia Política da Universidade Federal do Paraná. Mestre em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná. Advogado. Professor das Faculdades Integradas do Brasil – UNIBRASIL.

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Publicado

2016-03-09

Como Citar

Toedter, R. (2016). Biopolítica e resistência. aptura Críptica: reito, política, tualidade, 3(2), 269–297. ecuperado de https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/capturacriptica/article/view/5830

Edição

Seção

Críptica