A PREPARAÇÃO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO GOLPE DE 1964 POR MEIO DO ATO INSTITUCIONAL N.1 E O APOIO DA GRANDE MÍDIA
Resumo
Resumo: com este artigo iremos examinar como o governo resultante do golpe militar de 1964 buscará justificar seus atos ilegais e contrários à Constituição Federal de 1946, um dos principais motivos para a queda de Jango que era acusado de buscar modifica-la a qualquer custo, utilizando uma roupagem de uma legalidade que não existia. Iremos ver que contando com o apoio de importantes setores da sociedade civil, em especial da grande imprensa, buscarão mistificar estes atos. Para isso analisaremos, de forma interdisciplinar, o Ato Institucional N.1 e sua fundamentação jurídica e os editoriais de dois dos mais importantes jornais durante a preparação do golpe e durante o governo golpista de Castelo, além de serem provenientes de duas das regiões mais importantes, política e economicamente, da época, influenciando a agenda política de todo o país: o jornal O Estado de S. Paulo (OESP) e o jornal O Globo (OG). Analisaremos este Ato por seu viés histórico e jurídico, bem como seus instrumentos. Veremos como esses jornais buscarão legitimá-los e moldar como a sociedade entenderá o governo de Castelo, silenciando-se sobre casos de torturas e defendendo o governo em suas estratégias discursivas e em seus outros abusos, muitas vezes atacando membros do Judiciário e, outras, utilizando-os a seu favor.
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