v. 3 n. 1 (2023): Ambientes em Movimento

O diálogo com a sociedade e a divulgação científica constituem desafios cotidianos vivenciados pelos pesquisadores.  Ampliar o alcance das pesquisas, criar espaços de reflexão, acolher perspectivas contraditórias e abraçar a polifonia da ciência são trilhas muitas  vezes árduas, com diferentes barreiras para as jovens publicações. Nesses percursos a democratização do conhecimento, a ampliação dos espaços, o direito à voz e a visibilidade científica se fazem presentes. Esses são desafios que guiam a Revista Ambientes em Movimento, na democratização do conhecimento científico e na visibilidade das diferentes formas de saberes.

Nesta edição da revista, os diálogos atravessam os variados territórios do Brasil e do campo científico. Das regiões do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, dos diálogos relacionados à extensão, economia, saúde humana e saúde do solo, dos micro à macro sistemas. 

O primeiro artigo intitulado "Diversidade de fungos micorrízicos arbusculares em solos invadidos por Cryptostegia Madagascariensis no Bioma Caatinga", apresenta os resultado de pesquisa que teve como objetivo caracterizar os fungos micorrízicos arbusculares em ambientes invadidos e não invadidos pela planta conhecida popularmente como unha-do-diabo (Cryptostegia madagascariensis), no Bioma Caatinga. No estudo realizado constatou-se que a presença dessa planta diminuiu a diversidade e a riqueza da comunidade de fungos micorrízicos arbusculares, podendo modificar a comunidade dos fungos estudados e também as propriedades químicas do solo. 

No segundo artigo, intitulado "Rizobactérias: uma visão geral da importância para plantas e Agrossistemas", emerge a discussão sobre a importância de estudos e desenvolvimento de novas tecnologias e processos agrícolas que busquem sustentar a produtividade ao mesmo tempo que minimizam os danos ambientais. O artigo propõe uma revisão teórica das interações entre  microrganismos e plantas, tendo como foco de estudo  as rizobactérias promotoras de crescimento de plantas.

A pandemia do COVID 19 teve e tem importantes repercussões na sociedade atual.  A análise dos efeitos dessa crise e das respostas adotadas por diferentes sociedades e setores econômicos constitui um imperativo. Há que se aprofundar exaustivamente sobre o impacto e as formas de (re)ação sociedade. Essa é a temática do terceiro artigo intitulado "A economia política no RS frente a indústria da carne na pandemia" que analisa um setor econômico, que pelas condições de trabalho e as medidas tomadas tiveram  fortes reflexos nos números da pandemia no RS.

O quarto artigo, "Temas presentes no grupo de adesão de pessoas que vivem com HIV/AIDS do Hospital Universitário de Londrina", também na área da saúde, tem como foco os grupos para  atendimento e acompanhamento de pessoas que vivem com HIV/aids, destacando a ação dos grupos de apoio e a importância dos mesmos, ao criar um espaço para compartilhar os desafios, as conquistas cotidianas e a sensibilização e suporte ao tratamento das pessoas que vivem com HIV. Esse estudo foi realizado a partir da experiência no Hospital Universitário de Londrina (PR).

A extensão universitária é foco do próximo artigo intitulado "Responsabilidade social no setor público: um estudo de caso na Universidade Federal do Amazonas", a temática foi tema da pesquisa de mestrado realizada pela autora e apresenta uma reflexão sobre o papel extensionista na universidade pública, incluindo como espaço reflexivo alguns dos paradigmas extensionistas desenvolvidos também por IES não públicas.

  A extensão universitária continua como temática central no artigo "A Agricultura Familiar e a experiência de cooperação com a Petrobrás no município de Mossoró e Região – RN", nesse texto, os autores relatam uma experiência de extensão/pesquisa com agricultores familiares em area de atuação da Petrobrás, os impasses e percepções diferenciadas que são construidas na relação entre a Empresa e os Agricultores, como pano de fundo, reflete-se sobre o papel e o potencial da extensão universitária ao dialogar e participar dessa interação.

Áreas e temáticas diferenciadas, olhares múltiplos sobre a realidade que permeiam as diferentes cores e caminhos da ciência e da vida.