BRINCARES INSURGENTES E ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO
REFLEXÕES DE UM ESTÁGIO INTERNACIONAL EM ARTE E EDUCAÇÃO
Palavras-chave:
Gênero, Infância, Docência Decolonial, A/R/Tografia, BrinquedotecaResumo
Este artigo apresenta a experiência de estágio supervisionado realizada no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no ano de 2025, desenvolvida por uma estudante do curso de Educação Infantil e Anos Iniciais com habilitação em Artes Visuais da Universidade de Girona (España). A investigação teve como objetivo identificar estereótipos de gênero nas brincadeiras livres da Brinquedoteca Escolar e refletir sobre como práticas artísticas podem problematizá-los. A experiência foi conduzida a partir de uma abordagem a/r/tográfica, articulando os papéis de artista, docente e pesquisadora, além de integrar observação, criação e mediação pedagógica. Como desdobramento, foi elaborada uma instalação artística participativa, concebida como dispositivo estético de mediação e posteriormente apresentada em uma exposição no Espaço Estético do CA-UFSC. Os resultados indicam que a proposta favoreceu a problematização crítica de estereótipos, ampliou as formas de brincar e de se expressar das crianças, e proporcionou à estagiária aprendizagens significativas sobre docência decolonial, sensibilidade cultural e construção de uma identidade docente crítica, criativa e comprometida socialmente.
Referências
ABAD, Vergara. A arte da performance na educação. Porto Alegre: Mediação, 2008.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.
BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda. Ensino da arte: entre práticas e teorias. São Paulo: Cortez, 2010.
BROUGÈRE, Gilles . Brinquedos e companhia. São Paulo: Cortez, 2004.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 16. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
Disponível em:https://cursosextensao.usp.br/pluginfile.php/869762/mod_resource/ content/0/Judith%20Butler-Problemas%20de-g%C3%AAnero.Feminismo%20e%20subvers%C3%A3o-da%20identidade-Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Brasileira-%202018.pdf. Acesso em: 25 mar. 2025.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 15 jul. 2025.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 15 jul. 2025.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf. Acesso em: 15 jul. 2025.
CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. A Escola Nova: uma releitura necessária. In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (org.). Pesquisa em educação: concepções e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 91-112.
CLARK, Lygia. Lygia Clark: da obra ao acontecimento: nós o corpo no mundo. Organização de Suely Rolnik. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.
FERRARI, Pri. Coisa de menino. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2020.
IRWIN, Rita L. et al. A/r/tography as living inquiry through art and text. Qualitative Inquiry, Thousand Oaks, v. 12, n. 6, p. 1103-1116, 2006.
MOURA, Maria Lúcia de Oliveira. Epistemologias do sul e pensamento decolonial: contribuições para a educação. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. esp. 1, p. 53-68, 2016.
OTICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.
PAIVA, Angela. Descolonizar a educação: epistemologias, práticas e políticas. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
PETERS, L. L. Brincar para quê? Escola é lugar de aprender! estudo de caso de uma brinquedoteca no contexto escolar. 2009. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. Disponível em:https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/92692. Acesso em: 28 mar. 2025.
PERALES, Ramón García. La educación desde la perspectiva de género. Ensayos: Revista de la Facultad de Educación de Albacete, n. 27, p. 1-18, 2012.
ROMERO SÁNCHEZ, María del Carmen; VASCONCELLOS, Marta Maria de Araújo. Infâncias, arte e educação: provocando uma pedagogia da presença. In: ROMERO SÁNCHEZ, María del Carmen; REZENDE, Fernanda Pereira (org.). Infâncias, arte e política. Belo Horizonte: Autêntica, 2021. p. 17-34.
SALDAÑA, Dafne. Reorganizar el patio de la escuela, un proceso colectivo para la transformación social. Hábitat y Sociedad, n. 11, p. 185-199, 2018. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6695848 .Acesso em: 28 mar. 2025.
SPRINGGAY, Stephanie; FREEDMAN, Debra (eds.). Curriculum and the Cultural Body. New York / Bern / Berlin: Peter Lang, 2007.
VECCHI, Vea. Arte y creatividad en Reggio Emilia: el papel de los talleres y sus posibilidades en educación infantil. Madrid: Ediciones Morata.
YNE, Lucia; MINERS, Paula. Aninha e João. Belo Horizonte: Lê Editora, 1999.