RESUMO DE TCC: SETOR MOVELEIRO DE UBERLÂNDIA/MG: IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS E REDES

Autores/as

  • Júlia Souza Abrão Universidade Federal de Uberlândia
  • Viviane dos Guimarães Alvim Nunes Universidade Federal de Uberlândia https://orcid.org/0000-0003-3357-4492

DOI:

https://doi.org/10.29183/2447-3073.MIX2020.v6.n1.165-166

Resumen

Atualmente, Uberlândia/MG é conhecida como Polo Moveleiro para a região do Triângulo Mineiro, embora este não esteja totalmente consolidado como Arranjo Produtivo Local (APL). Nos últimos anos, a indústria moveleira, especialmente a de micro-porte, tem crescido cada vez mais, colaborando com o desenvolvimento da região. De acordo com SENAI et al. (2006) e Oliveira et al. (2012), a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba possuía, em 2012, cerca de 800 micro e pequenas indústrias (MPEs) de mobiliário, cuja produção é essencialmente sob medida.

Embora contribuam para a dinâmica econômica da região, toneladas de resíduos provenientes dessas empresas têm sido depositadas em aterros sanitários e, em muitos casos, em locais inapropriados como terrenos baldios, o que afeta diretamente o meio ambiente.

Atualmente o volume de resíduos moveleiros despejados em aterros sanitários e em terrenos baldios da região é muito alto. De acordo com estimativas de descarte realizadas em 2012 (NUNES, 2013) e dados levantados em pesquisa (2017, não publicado), constatou-se que são descartados, em média, cerca de 420Kg/semana de resíduos de MDF por empresa, o que representa cerca de 340 toneladas/mês depositadas no aterro sanitário, considerando as 800 MPEs (OLIVEIRA et al., 2012). Em termos de volume, a partir dos dados coletados e da estimativa de descarte, percebe-se que houve um aumento, passando de cerca de 22.000m3 em 2012 (NUNES, 2013) para cerca de 33.000m3 (2017).

O problema não está ligado somente ao descarte, está ligado também em como a empresa lida com a questão ambiental, e como ela se coloca para ser mais responsável e competitiva.

Figura 1 - Resíduos descartados anualmente

 

Fonte: Autores (2017).

A partir deste panorama, acreditamos que a criação de uma Rede Colaborativa é uma oportunidade para todos os atores, direta ou indiretamente ligados, tais como: empresas do setor moveleiro que geram resíduos, Prefeitura Municipal, instituições e/ou associações de bairro, de se unirem e iniciar um caminho em busca da sustentabilidade. Além disso, a proposta é de que esses resíduos sejam destinados à criação de mobiliário para as instituições carentes, as quais poderão participar do processo de definição das peças, a partir de suas necessidades, bem como da montagem, caso seja viável.

Outro aspecto relevante é sobre o papel do designer, que deve estar atento à todas as oportunidades de projeto, conexões e colaboração, podendo atuar como facilitador dos processos colaborativos, em prol de uma sociedade mais justa e humana.

Além disso, é perfeitamente possível que redes colaborativas, como a proposta nesse trabalho, possam contar com a presença de empresas, ampliando sua responsabilidade social e ambiental e contribuindo para a mudança de paradigma mencionada. O processo de aprendizagem social demanda tempo, vontade e determinação. Somente a partir de parcerias é possível avançar em iniciativas desse teor. E, trabalhando cada vez mais, um passo de cada vez, por mais que o processo seja demorado, o percurso incerto, podemos chegar a uma redução significativa dos resíduos, começando com pequenas experiências de reaproveitamento, para resguardar a natureza, até a adoção dos princípios de projeto sistêmico, caminhando juntos rumo à sustentabilidade.

Biografía del autor/a

Júlia Souza Abrão, Universidade Federal de Uberlândia

Júlia Souza Abrão é bolsista CAPES e mestranda no programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo/ PPGAU da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é graduada em Design pela Universidade Federal de Uberlândia/MG. Possui uma grande paixão pelo que faz. É também formada no curso de inglês pelo CELIN (Central de línguas UFU). Durante a graduação participou em dois projetos de iniciação cientifica da UFU, com o tema relacionado ao setor moveleiro de Uberlândia, tendo como títulos: O uso do Design para auxiliar no mapeamento e evolução do Setor Moveleiro de Uberlândia/MG-2016; Design e Criatividade no Setor Moveleiro de Uberlândia/MG: Estratégias Sustentáveis para a redução dos resíduos da produção-2017. Durante a graduação foi monitora três vezes, sendo elas: 2016-2 foi monitora da disciplina Design de Mobiliário 1, em 2017-1 foi monitora da disciplina Modelos e Protótipos e em 2017-2 foi monitora na disciplina Tecnologia 1. Ademais, sempre participa como membro das comissões de organizações em eventos, como Vem Pra UFU, sendo monitora nos anos 2015,2016 e 2017, l seminário Rede Azul, Design Projeta 2017 e 2018, DESARQ, UDISIGN, IV Seminário de pesquisas PPGAU-UFU, entre outros. Como participação acadêmica tem publicações de artigos locais (UFU), regional (UNESP, UFSC) e internacional (Ravensbourne University London). Destaca-se publicações em revista internacional: International Journal of Innovation and Economic Development/ e capítulo no livro: TÓPICOS EM DESIGN: BIOMIMÉTICA, SUSTENTABILIDADE E NOVOS MATERIAIS ? 2019/EDITORA INSIGHT.

Viviane dos Guimarães Alvim Nunes, Universidade Federal de Uberlândia

Viviane Nunes é docente Adjunto IV da Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo & Design (FAUeD). É PhD em Design pelo Istituto Politecnico di Milano/Italia (POLIMI) (2013), mestre em Geografia pelo IG/UFU (2005), graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UNITRI/MG (1998) e em Decoração pela UFU/MG (1991). Possui experiência nas áreas de: Design de Sistemas Produto+Serviços, Estratégia e Sustentabilidade, Design de Interiores e Mobiliário (projeto e produção), e em Arquitetura (projeto de edificações). Viviane foi coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Design (2014/2016), onde continua desenvolvendo pesquisas principalmente nas áreas de: 1. Design Estratégico, com foco na colaboração orientada ao desenvolvimento sustentável e ao controle de resíduos de produção, principalmente, do setor de móveis em madeira e derivados; 2. Design para a Sustentabilidade e Inovação Social, para a inclusão sócio-cultural e econômica da população de baixa renda e valorização do território por meio do Design; 3. Design de Sistemas Produto+Serviço Sustentáveis (S.PSS) em economias distribuídas; 4) Economia Circular. É pesquisadora-membro do grupo de pesquisa internacional do LeNS-In do Istituto Politecnico di Milano POLIMI, sob a coordenação geral do prof. Carlo Vezzoli, e dos profs. Aguinaldo dos Santos (UFPR) e Leonardo Castillo (UFPE) no Brasil, que visa à construção de um currículo para cursos de Design orientado ao tema S.PSS. Em 2017, Viviane passou a integrar o PPGAU - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUeD UFU. Foi coordenadora do curso de Graduação em Design, de janeiro/2015 a abril/2017 e desde maio/2017 é Diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design FAUeD.

Citas

NUNES, Viviane G. A. Design Pilot Project as a Boundary Object: a strategy to foster sustainable design policies for Brazilian MSEs. Milan, Italy: PhD Thesis in Design. INDACO Department, Polytechnic of Milan. 2013, 556p.

OLIVEIRA, P., ALVARENGA, A., PAES, F., FEITOSA, F., & SILVA, J. Cadeia produtiva da movelaria: o polo moveleiro do Triangulo Mineiro. Viçosa/MG: EPAMIG. 2012, 44p.

SENAI, FIEMG, SEBRAE, & SINDMOB. (2006). Diagnóstico empresarial das indústrias moveleiras de Uberlândia e Região. Uberlândia: Sistema FIEMG. Pool Comunicação. 2006, 88p.

Publicado

2020-03-23

Cómo citar

Abrão, J. S., & dos Guimarães Alvim Nunes, V. (2020). RESUMO DE TCC: SETOR MOVELEIRO DE UBERLÂNDIA/MG: IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS E REDES. IX Sustentável, 6(1), 165–166. https://doi.org/10.29183/2447-3073.MIX2020.v6.n1.165-166

Número

Sección

Graduação, Iniciação Científica e Pós-graduação