Juventude Frankenstein: da vulnerabilidade à alteridade
Palavras-chave:
Juventude, Participação cidadã, Insurgência, Democracia sem fim, Produção de alteridadeResumo
Este trabalho se ocupa de uma abordagem em torno da categoria de análise científica denominada juventude, sua construção histórica e principalmente seus usos políticos e sociais contemporâneos. Trabalha- se a partir de revisão bibliográfica e a partir de um viés crítico reflexivo se busca adensar a discussão envolvendo a categoria, e desvelar algumas das complexidades relacionais do grupo que a compreende. Estrutura-se a abordagem iniciando por um breve histórico e construção da categoria juventude, do contexto e legado recente de promessas descumpridas, perversidades e paradoxos a que foi exposta. Bem como o resultado identitário de tensão/rebeldia em que tal situação resulta. Procura-se ainda apresentar um possível paradigma de alteridade insurgente que viabilize a real possibilidade de participação cidadã da juventude na trama político-social moderna, diante da incapacidade que apresenta a modernidade burguesa de equacionar o binômio emancipação/regulação, pendendo fortemente para o pilar da regulação. Traz uma categoria de análise e argumentação denominada Juventude Frankenstein, como criatura da modernidade que se volta contra o criador, quando das suas necessidades materiais e imateriais (promessas) insatisfeitas. Sendo esta a metáfora que denota a categoria e viabiliza a análise/estudo (criação de um saber científico) do grupo que pode, senão produzir, ao menos contribuir em muito para um paradigma de sociabilidade pós-moderna, contra-hegemônica ou insurgente.
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