Memória e história
os fantasmas da Casa Museu Gilberto Freyre
Palavras-chave:
Museu, Método etnográfico, Casa Museu Gilberto FreyreResumo
É comum a toda pesquisa sofrer transformações de experiência, de concepção teórica e de método, que geralmente influenciam a apreensão e apresentação dos nossos resultados. Entretanto, boa parte das vezes, estas transformações terminam não sendo exploradas quando os dados são apresentados em narrativas etnográficas. É comum cair na “armadilha” de apresentar a pesquisa de forma muito organizada, focando mais nos resultados finais do que no processo de construção do objeto de pesquisa. Seguindo outravia, este ensaio procura explicitar os momentos de transformação que perpassam uma pesquisa, problematizando justamente o modo como montei meu objeto, mas também algumas questões sobre o uso do método etnográfico nos museus. Para tanto, utilizo como objeto de análise as histórias de fantasmas da Casa Museu Gilberto Freyre, em Recife-PE. A importância do trabalho consiste em dar continuidade a um esforço maior de pesquisadores na tentativa de consolidar um pensamento antropológico sobre os museus.
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