Cadernos NAUI https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui <p>Cadernos NAUI é uma revista eletrônica de periodicidade semestral organizada pelo NAUI – Núcleo de Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC. A revista é orientada para a <strong>publicação de pesquisas e discussões teóricas</strong> de pesquisadores nacionais e estrangeiros ao redor de dois eixos temáticos amplos: dinâmicas urbanas e patrimônio cultural sobre temáticas relacionadas à antropologia urbana, patrimônio cultural, museologia e memória.</p> pt-BR Cadernos NAUI 2358-2448 Editorial https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/8160 Comissão Editorial Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 Apresentação https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/8161 <p>Apresentação do Dossiê "Saberes tradicionais e Paradigma biocientí fico:alianças e fricções"</p> Caetano Sordi Luciano Florit Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 5 8 “Se você é queijeiro tem que pegar todo o tipo de queijo” https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7798 <p>Este artigo aborda a comercialização dos queijos artesanais produzidos na Canastra, uma região situada no sudoeste de Minas Gerais reconhecida nacionalmente pela notoriedade da produção. Ali, a fabricação dos queijos “nas roças”, presente desde o período colonial, está profundamente inserida em modos de vida e na cultura alimentar da população, sendo que sua comercialização tem enorme importância econômica para um conjunto de municípios de perfil marcadamente rural. Porém, a atividade vem sendo progressivamente ilegalizada por instrumentos e mecanismos microbiopolíticos associados ao Estado moderno, sendo alvo de fiscalizações, multas e apreensões, que recaem recorrentemente sobre os chamados “queijeiros”, intermediários especialistas que recolhem queijos nas zonas rurais e os distribuem em centros urbanos. O foco deste artigo será analisar a atuação desses atores sociais que estão atreladas ao universo camponês. As formas próprias de governo desses atores e suas sofisticadas tecnicidades têm sido responsáveis pela distribuição do alimento em grande escala, mesmo que a margem das legislações, certificações e processos de salvaguarda, e tem evitado a precarização das condições de vida nesses munícipios.</p> Leonardo Vilaça Dupin Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 10 34 Conflitos entre conhecimentos no ordenamento pesqueiro da pesca do aviãozinho https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7754 <p><span style="font-weight: 400;">Resumo: No desenvolvimento de políticas públicas, há um embate constante entre o conhecimento científico e o tradicional, especialmente visível nas instituições estatais. No contexto das políticas para o ordenamento pesqueiro, as divergências predominam sobre as convergências, historicamente marcadas por abordagens excludentes e autoritárias que marginalizam os pescadores artesanais, justificadas em nome da conservação ambiental. Este artigo propõe analisar, por meio de um estudo de caso envolvendo uma minuta de legislação elaborada por comunidades pesqueiras do litoral sul de Santa Catarina e o Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros, Lagunares e Estuarinos, as dinâmicas de aproximação e conflito entre ambos os saberes. O resultado desse embate foi a estagnação da minuta por mais de uma década, evidenciando o teor autoritário das instituições estatais, assim como as disputas internas em torno dos aparelho do Estado.</span></p> Ana Paula Rainho Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 35 52 O direito a ter direitos numa unidade de conservação https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7400 <p>O artigo tem por objetivo analisar o direito ao território da comunidade tradicional do Sertão do Ribeirão, localizada na cidade de Florianópolis/Santa Catarina, em uma unidade de conservação, o Monumento Natural Municipal (MONA) da Lagoa do Peri. A discussão passa por caracterizar o modo de vida tradicional da comunidade e os direitos emergentes neste contexto. Trabalha-se com a noção de população vivente para pensar este grupo em relação ao território que ocupa em contraposição à categoria legal de “população residente”. Nesse sentido, a dicotomia natureza e cultura não dá conta da realidade. São categorias que não podem ser entendidas em si mesmas, mas entrelaçadas. Nesse cenário, há uma ebulição de direitos, e não uma “colisão de direitos”, que caminha para a construção de um novo paradigma, no qual o homem constitui o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para efetivamente garantir os direitos à comunidade tradicional estudada em um contexto urbano, é importante assegurar que ela exista e tenha condições de seguir existindo como comunidade tradicional, o que significa garantir o seu modo de vida. Uma cidade inclusiva não deve perder de vista a autonomia dos diferentes grupos que a compõem.</p> Ana Cristina Rodrigues Guimarães Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 53 80 O corpo ecológico a partir do Quilombo da Serra do Evaristo https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7930 <p><span style="font-weight: 400;">Esse artigo trata dos corpos enquanto uma entidade ecológica, no quilombo da Serra do Evaristo/CE. A descrição do relevo, manejo das águas, agricultura, paisagem, sistemas de cura em composição com algumas narrativas caracterizam o material empírico. Através do caso etnográfico particular, busco demonstrar, de modo mais geral, como o tratamento ecológico para compreensão do corpo pode propiciar uma descrição mais próxima dessa experiência na Serra do Evaristo e como proposição para pensar corpo em quilombos contemporâneos. </span></p> Cauê Machado Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 81 105 Práticas de cura e vivências de jovens quilombolas https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7564 <p>Este estudo analisa as práticas de cura adotadas pelos jovens quilombolas da comunidade Serra do Evaristo, buscando compreender como esses jovens enfrentam questões relacionadas à saúde, bem-estar e espiritualidade em seu cotidiano. A abordagem qualitativa foi empregada, utilizando observação participante, entrevistas e questionários para investigar suas percepções e práticas. A análise dos desenhos produzidos durante a oficina revelou locais significativos na comunidade, como a capela, os campos de futebol e a natureza em geral. Os jovens expressaram profunda ligação com a história e cultura quilombola, reconhecendo a luta de seu povo por direitos básicos. Demonstraram conhecimento e uso de plantas medicinais, preferindo recursos naturais para cuidar da saúde. A religiosidade e a fé desempenham papel fundamental em suas vidas, sendo recorrentes em momentos de dificuldade. Conclui-se que esses saberes tradicionais e a conexão com a natureza são elementos essenciais para o bem-estar e a saúde desses jovens quilombolas, evidenciando a necessidade de políticas públicas sensíveis às suas comunidades.</p> Francisco Welder Silva de Lima James Ferreira Moura Júnior Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 106 130 Valores culturales y prácticas de salud https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7606 <p>Durante os últimos dois séculos, as comunidades indígenas têm enfrentado processos de desvalorização e desapropriação que impactaram negativamente na preservação de sua cultura, mas a transição do século XX para o século XXI marcou um ponto de viragem. Este trabalho foca na revalorização dos conhecimentos tradicionais mapuche no Noroeste de Buenos Aires, com ênfase em suas práticas relacionadas à saúde. Usando uma abordagem qualitativa baseada no estudo de casos, o modelo de valores culturais de Stephenson (2008) é empregado como uma ferramenta para compreender e analisar esses saberes, destacando considerações específicas para abordar o estudo de comunidades indígenas</p> Melina Yuln Cristina Curia María del Huerto Revaz Copyright (c) 2025 Cadernos NAUI 2025-01-24 2025-01-24 13 25 131 155