Cadernos NAUI
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<p>Cadernos NAUI é uma revista eletrônica de periodicidade semestral organizada pelo NAUI – Núcleo de Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC. A revista é orientada para a <strong>publicação de pesquisas e discussões teóricas</strong> de pesquisadores nacionais e estrangeiros ao redor de dois eixos temáticos amplos: dinâmicas urbanas e patrimônio cultural sobre temáticas relacionadas à antropologia urbana, patrimônio cultural, museologia e memória.</p>pt-BRCadernos NAUI2358-2448Apresentação
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<p>Apresentação do Dossiê "Patrimônio cultural: interfaces e temas emergentes"</p>João Paulo SchwerzLuísa Duran RoccaVladimir Fernando Stello
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2025-06-302025-06-301426710Novas frentes do patrimônio brasileiro
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<p align="justify"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: medium;">O artigo surge incitado por tema central de congresso ocorrido em 2024, e se ancora no percurso de atuação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde sua criação, em 1937 até o momento atual, caracterizado por um esforço de reconstrução e ampliação das políticas públicas de preservação e valorização do patrimônio cultural. O texto se desenvolve em uma perspectiva cronológica de ação institucional a partir das legislações de proteção existentes em cada momento histórico, buscando contextualizar a discussão proposta sobre novas frentes do patrimônio brasileiro com exemplos concretos vinculados às diferentes iniciativas de preservação em períodos sucessivos. Desde o pioneirismo do decreto-lei 25 de 1937, passando pela Lei 3.924 de 1961, os avanços da Constituição Brasileira de 1988 e o Decreto 3551 de 2000, que permitem abarcar de forma legal e administrativa a dimensão material e imaterial do patrimônio cultural brasileiro.</span></span></p>Andrey Rosenthal Schlee
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2025-06-302025-06-3014261222O Patrimônio Vivo nas lições de Aurinda do Prato
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<p><span style="font-weight: 400;">As políticas de reconhecimento das diferentes formas de criar, fazer e viver promoveram um avanço importante na valorização das formas de conhecimento e expressão pautadas na oralidade</span><span style="font-weight: 400;">. </span><span style="font-weight: 400;">No entanto, esses saberes não se formulam através de uma memória textual e compartimentada, mas pela polimatia e pela “arte da memória”, ou seja, abarcando diversos campos do saber concomitantemente e através de uma coerência narrativa pessoalizada. Aurinda do Prato, Mestra de Samba de Roda e Yalorixá de Candomblé Ketu/Angola da Ilha de Itaparica, Bahia, articula diversos tipos de conhecimento e formas de socialização de maneira simultânea e heterogênea. Ao observar suas contribuições, notamos que a inserção complexa dos detentores do saber tradicional nos espaços de conhecimento pode proporcionar não só a realização da democracia plena, realmente pautada no respeito e no diálogo, como também a construção de relações mais orgânicas, sensíveis e recíprocas, características tão necessárias nos tempos que vivemos.</span></p>Augusto Da Costa
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2025-06-302025-06-3014262435O lugar das religiões de matriz africana
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<p>O presente artigo tem como temática central o estudo das arquiteturas dos lugares de manifestação da fé afro-brasileira, sejam eles em ambientes naturais ou criados pelo homem, através do prisma da arquitetura e do urbanismo. Analisar as relações entre essas religiões e a arquitetura e o urbanismo é de suma importância para entendermos quais são os lugares em que os povos de terreiro estão presentes na cidade e como a arquitetura influencia nessa apropriação dos espaços. Tal importância é corroborada pela pouca quantidade de estudos que abordam essa temática, nesse campo do conhecimento. Para uma melhor compreensão do tema central deste trabalho, serão apresentados alguns entendimentos de autores essenciais sobre as questões das religiões de matriz africana e seus territórios. Com isso, o objetivo principal deste artigo é realizar uma revisão sistemática de literatura acerca de 12 artigos científicos presentes em duas bases de dados indexados, que abordam a relação das religiões de matriz africana com seus lugares de manifestação da fé.</p>Bruno Fernandes SchwinnRicardo Wiese SocasJonathan Frare Giorgi
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2025-06-302025-06-3014263756Construtores da modernidade. Imigração, nacionalismo e regulamentação profissional
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<p><span style="font-weight: 400;">O município de Rio do Sul exemplifica o desenvolvimento de uma modernidade impulsionada especialmente por profissionais construtores imigrantes provenientes de países de língua alemã e da Itália, entre o final do século XIX e início do século XX. Entretanto, a historiografia da arquitetura moderna brasileira desconsidera as contribuições desses imigrantes e descendentes, cuja atuação é expressiva, seja de forma autônoma ou em cargos públicos. Muitos deles chegam por meio de empresas estrangeiras, formam redes de sociabilidade baseadas na língua e cultura de origem, contratando-se mutuamente devido à falta de mão de obra local qualificada. Embora os anos 1930 sejam marcados por políticas nacionalistas e por regulamentações profissionais que restringiram a atuação e marginalizaram tais profissionais, eles continuaram a atuar de forma significativa, construindo grandes obras de infraestrutura e uma modernidade que não foi registrada pela historiografia oficial da arquitetura brasileira, apesar de sua contribuição essencial ao campo disciplinar e no desenvolvimento urbano das regiões de imigração.</span></p>Renata BogoKarine Daufenbach
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2025-06-302025-06-3014265876O gesto do artífice em sua prática oficinal
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<p>Este texto busca analisar a presença do artífice em sua artesania, especialmente as expressões plásticas na composição de pinturas ornamentais feitas na casa do imigrante, localizadas em regiões de imigração alemã. A plasticidade destas pinturas, feitas em moradias ainda resguardadas, demonstram a comunhão de mãos hábeis e sensível pensamento estético. Tais análises serão tomadas a partir das concepções sobre o <em>fantástico paradoxo</em> no pensamento de John Ruskin, que requer a presença viva do artífice e do trabalhador comum na edificação da arquitetura</p>Eliane Baader de Lima
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2025-06-302025-06-30142678100O sítio histórico de São Miguel Arcanjo-RS como lugar de referência para o povo Guarani
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<p>A cidade de São Miguel das Missões, localizada a noroeste do Rio Grande do Sul abriga as ruínas da antiga igreja de São Miguel Arcanjo, representando um dos mais significativos remanescentes da civilização jesuítico guarani junto aos Sete Povos das Missões. O sítio preserva evidências materiais, mas também abrange, sobretudo, o patrimônio imaterial legado ao indígena <em>Guarani </em>e seu modo de ser, caracterizado pela <em>Tava</em>, que atribui aos remanescentes do sítio, um significado de lugar sagrado e de referência à memória desse povo. Este artigo apresenta uma breve revisão bibliográfica sistemática sobre o patrimônio imaterial missioneiro. Dessa forma, o objetivo é verificar estudos sobre a presença do patrimônio imaterial dentro do sítio histórico reconhecido como patrimônio material pela UNESCO. Neste trabalho são analisados artigos que tratam dessa temática, e a partir desta análise, os resultados demostram importantes abordagens que podem contribuir para a educação patrimonial e valorização do patrimônio imaterial.</p>Laércio Michael Braga de OliveiraAlicia Norma González CastellsVladimir Fernando Stello
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2025-06-302025-06-301426102124Compreendendo espaços aos quais pertencemos
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<p>O presente estudo busca discutir uma nova maneira de olhar, compreender e ler o patrimônio histórico e cultural por meio das paisagens patrimoniais que se formaram ao longo do tempo. Com esse objetivo, problematiza-se a construção das matrizes culturais, com foco específico no contexto brasileiro, e examina-se o que constitui a diversidade presente hoje no território, especialmente em relação aos saberes e à materialização de espaços e outros elementos. Acredita-se que, ao observar o cotidiano de sujeitos, seja possível traçar a coexistência de uma multiplicidade de expressões salvaguardadas a partir de elementos e traços que configuram a cultura de nosso território. Articula-se, para tanto, estudos sobre patrimônio, memória e historiografia para analisar seus efeitos sociais.</p>Fernando Souto Dias Neto
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2025-06-302025-06-301426126139Transformações cromáticas de paisagens históricas: o programa de intervenção cromática no patrimônio cultural brasileiro
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<p>Este estudo aborda as transformações no patrimônio cultural brasileiro, analisando como a modificação cromática da paisagem pode resultar em certa homogeneização cultural. O processo de renovação da cor na paisagem urbana histórica é examinado como um fenômeno complexo, no qual áreas urbanas plenas de história são convertidas em espaços estilizados e comerciais, com o propósito de atrair visitantes e estimular a economia. Apesar de trazerem vantagens econômicas e estéticas, essas intervenções também suscitam preocupações acerca da perda da identidade local e da descaracterização do legado cultural. Nesse contexto, emerge a problemática da ameaça à singularidade do patrimônio cultural e das paisagens históricas brasileiras, assim como as de outras partes do mundo, devido ao espalhamento dessa padronização cromática. Essas intervenções não somente apagam as marcas do tempo e da história, mas também resultam em degradações pictóricas que afetam negativamente a paisagem, o patrimônio e a identidade desses locais. O presente estudo expõe resultados de intervenção cromática do programa Let's Colour, promovido pela Coral Tintas, cujo nome no Brasil é “Tudo de Cor para Você”. A pesquisa tem como objetivo instigar uma reflexão acerca das alterações cromáticas que estão sendo implementadas no patrimônio cultural ao redor do mundo, com destaque para o contexto das paisagens brasileiras.</p>Ana Claudia Adamante
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2025-06-302025-06-301426141156Patrimônio industrial e paisagem cultural
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<p>Este artigo analisa a relação entre patrimônio industrial e paisagem cultural em algumas das disciplinas que abordam os temas considerando a ampla definição de patrimônio cultural. O objetivo é compreender se esses conceitos se complementam e formam um campo interdisciplinar coeso, promovendo uma visão abrangente dos valores do patrimônio industrial. Parte-se da premissa de que reconhecer estruturas industriais apenas pelo aspecto arquitetônico é uma abordagem reducionista, ignorando outras dimensões importantes. O estudo divide-se em duas etapas. A primeira é uma revisão narrativa que conceitua os termos. A segunda é uma revisão sistemática que investiga, no contexto brasileiro, como o patrimônio industrial é tratado no âmbito da paisagem cultural e do patrimônio cultural, em níveis conceituais e práticos. Para isso, oito artigos foram selecionados e analisados a partir dos termos de busca “patrimônio industrial e paisagem cultural” e “patrimônio industrial e patrimônio cultural”, comparando as contribuições dos diferentes autores e áreas de atuação, elucidando as interconexões entre as noções abordadas. Os artigos revelam que, embora haja consenso teórico sobre a importância da interdisciplinaridade e da integração entre as concepções, na prática predominam abordagens fragmentadas. A paisagem cultural é frequentemente tratada como pano de fundo e não como elemento constitutivo do patrimônio industrial. Nota-se ainda a marginalização dos bens industriais nas políticas preservacionistas nacionais, com poucos tombamentos que consideram sua relação com o território e as comunidades. Conclui-se que a lacuna entre teoria e prática persiste, exigindo maior articulação entre estes, para transformar o discurso interdisciplinar em ações efetivas.</p>Amanda Vaillant MantovaniEvandro Fiorin
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2025-06-302025-06-301426158180Desafio para a preservação do patrimônio cultural em Blumenau, Santa Catarina
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<p>O artigo discute os desafios na preservação do patrimônio cultural em Blumenau,<br>SC, focando na controvérsia envolvendo as Lojas Havan e seu proprietário, Luciano Hang. Hang, alinhado politicamente com Jair Bolsonaro, expandiu suas lojas enfrentando menos burocracia. Em Blumenau, a construção de uma nova loja próxima a bens históricos, como a Igreja Luterana do Espírito Santo e o Museu da Família Colonial, encontrou resistência do IPHAN e entidades municipais. Documentos técnicos e decisões judiciais mostraram esforços para minimizar o impacto cultural. Em 2022, a Justiça Federal suspendeu as obras para preservar a ambiência da igreja. O caso ilustra a constante tensão entre modernização urbanística e preservação cultural no Brasil, exacerbada por políticas de desregulamentação e interesses econômicos, destacando a necessidade de valorização democrática das diversas manifestações culturais.</p>Gustavo Andre Glienke FeyhJaisson Teixeira Lino
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2025-06-302025-06-301426182202O Cais Mauá em disputa
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<p>Este artigo apresenta uma reflexão sobre o patrimônio cultural e os direitos humanos, tomando como estudo de caso o Cais Mauá e os projetos de recuperação desse espaço, com ênfase nas duas últimas propostas apresentadas. O estudo atualiza o conceito de patrimônio cultural, incorporando novos valores contemporâneos e destacando a importância da transdisciplinariedade na abordagem do tema. No contexto da globalização e do neoliberalismo, evidencia-se como as funções do Estado e as relações sociais são transformadas, impactando a construção do espaço urbano e a preservação de bens patrimoniais. A análise destaca os efeitos dessas mudanças sobre os direitos humanos, particularmente no que tange ao direito à cultura, ao patrimônio cultural, à cidade, ao meio ambiente e à qualidade de vida. Por fim, o artigo ressalta a necessidade de reconhecer o patrimônio cultural como um vetor estratégico para a promoção de cidades mais justas, inclusivas e sustentáveis, bem como a formulação de políticas públicas integradas que articulem a preservação cultural com a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento urbano inclusivo.</p>Jacqueline Custódio
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2025-06-302025-06-301426204233Pedras Altas, modelo de granja para o desenvolvimento rural sustentável
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<p>Em contraponto ao modelo tradicional de desenvolvimento rural do extremo sul do Brasil, baseado no latifúndio das antigas estâncias e charqueadas, caracterizadas pela pecuária extensiva e pelo uso da mão de obra escrava, o intelectual, estadista e embaixador Joaquim Francisco de Assis Brasil (1857-1938) propõe uma nova alternativa materializada em uma experiência singular: a Granja de Pedras Altas (atual município de Pedras Altas – RS). Transcorrido mais de um século desde sua fundação e a partir da recente mudança de proprietários, inicia-se um novo ciclo para o lugar. O texto apresenta sumariamente as estâncias e charqueadas como os antecedentes do desenvolvimento rural do extremo sul do Brasil para contextualizar e contrastar a proposta de Pedras Altas. A partir da análise bibliográfica e documental, relata o processo de criação da granja, da materialização dos seus espaços e da formação do seu acervo em paralelo à trajetória política e intelectual do seu idealizador. Analisa os processos de patrimonialização e tombamentos, a partir da documentação existente no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul – IPHAE, verificando os valores que foram sendo incorporados nessa trajetória e discutindo critérios de valoração até a recente mudança de proprietários. Finalmente, apoiando-se nas contribuições do campo do patrimônio industrial agroalimentar e da sociomuseologia, sugere para o novo ciclo da granja, ressignificar o pioneirismo dela como modelo de desenvolvimento rural sustentável e como recurso didático e patrimonial para alavancar o desenvolvimento local.</p>Luisa Duran RoccaÂngelo BraghirolliEduardo Hahn
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2025-06-302025-06-301426235261Patrimônio imaterial na sociedade digital
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<p>Este artigo apresenta um recorte da pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade da UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville, articulando uma revisão integrativa com referenciais teóricos sobre pertencimento. Explora-se a interdisciplinaridade entre identidade, pertencimento e cibercultura. Os resultados evidenciam a necessidade de aprofundar o diálogo entre a psicologia e o ambiente digital, considerando a complexidade psíquica da busca por pertencimento online e suas consequências na sociedade. Essa dinâmica está intrinsecamente ligada à transmissão e ressignificação da memória cultural, demonstrando a interconexão entre patrimônio imaterial e identidade em um cenário de hiperconectividade. O estudo investiga, ainda, como o patrimônio cultural imaterial influencia a construção da identidade e do senso de pertencimento digital entre jovens adultos, analisando as estratégias utilizadas para expressar e consolidar suas identidades em espaços virtuais.</p>Emily Maria Barros CarvalhoEuler Renato WestphalLuana de Carvalho Silva Gusso
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2025-06-302025-06-301426263283Editorial
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