Rawls nas Mãos do Acaso: o Equilíbrio Reflexivo Precisa da Boa Sorte Genealógica?

Autores

Palavras-chave:

metaética, epistemologia da moral, equilíbrio reflexivo, genealogias, John Rawls

Resumo

O equilíbrio reflexivo é um método de justificação de juízos morais, concebido pelo filósofo norte-americano John Rawls. A boa sorte genealógica, por sua vez, é uma assunção metaepistêmica sobre as condições para que tenhamos conhecimento, tendo relevância mediante a profunda contingência das origens causais de nossas representações. Considerando o desconforto que há em aceitar a possessão da boa sorte genealógica no caso de crenças valoradas, o equilíbrio reflexivo depende da boa sorte genealógica para a produção de uma concepção moral bem justificada? No presente artigo, argumentarei que não: enquanto a boa sorte genealógica é necessária para quem tem preocupações predominantemente metafísicas e epistemológicas quanto à qualidade de suas crenças, o embasamento do equilíbrio reflexivo opera não nesses campos, mas no âmbito prático-moral. Dessa maneira, a boa sorte genealógica não constringe o equilíbrio reflexivo. Por fim, darei uma sugestão de como o equilíbrio reflexivo poderia aliar-se com investigações genealógicas para ampliar seu potencial.

Biografia do Autor

Thomas Henry Silva Stanton, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Estudante de graduação em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Principais interesses são em filosofia política, teoria política; metaética; genealogias; crítica ideológica; filosofia analítica do início do século XX

Referências

BERLIN, Isaiah. “The Hedgehog and the Fox”. Londres, ING: Weidenfeld & Nicolson Ltd, 1953

DANIELS, Norman. “Reflective Equilibrium”. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2020. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/reflective-equilibrium/. Acesso em: 13/02/2022

EAGLETON, Terry. “Introduction”. In: ______. “Ideology”. 3a edição. Nova Iorque/NY: Routledge, 2013

GEUSS, Raymond. “Philosophy and Real Politics”. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008

______. “Ideology”. In: EAGLETON, Terry. “Ideology”. 3a edição. Nova Iorque/NY: Routledge, 2013

LADEN, Anthony Simon. “Constructivism as Rhetoric”. In: MANDLE, John; REIDY, David. “Blackwell Companions to Philosophy: A Companion to Rawls”. Chichester, ING: Blackwell, 2014

LUKÁCS, Georg. “History and Class Consciousness: Studies in Marxist Dialectics”. Tradução de Livingstone Rodney. Cambridge, MA: mit Press. 1971

PUTNAM, Hilary. “The Collapse of the Fact/Value Dichotomy: and Other Essays”. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2002

RAWLS, John. “Outline of a Decision Procedure for Ethics” [1951]. In: FREEMAN, Samuel; RAWLS, John. “Collected Papers”. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1999a

______. “The Independence of Moral Theory”. In: FREEMAN, Samuel; RAWLS, John. “Collected Papers”. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1999b

______. “Uma Teoria da Justiça”. Tradução de Almiro Pisetta e Lenita M.R Esteves 2a edição. São Paulo, SP: Livraria Martins Fontes Editora, 2000a

______. “O Liberalismo Político”. Tradução Dinah de Abreu Azevedo, revisão da tradução de Álvaro de Vita. 2a edição. , São Paulo, SP: Editora Ática, 2000b

______. “Justiça como Equidade: uma Reformulação”. Tradução Claudia Berliner, revisão da tradução de Álvaro de Vita. 1a edição. São Paulo, SP: Editora Martins Fontes, 2003

SCANLON, Thomas Michael. “Rawls on Justification”. In: FREEMAN, Samuel. “The Cambridge Companion to Rawls”. Nova Iorque, NY: Cambridge University Press, 2003

SRINIVASAN, Amia. “Genealogy, Epistemology and Worldmaking”. Proceedings of the Aristotelian Society. Londres, ING, Vol. CXIX, Parte 2, pp. 127-156, Agosto, 2019

______. “The Archimedean Urge”. Philosophical Perspectives. Volume 29, Epistemology, pp. 326-362, Abril, 2016.

Downloads

Publicado

2022-09-24

Edição

Seção

Artigos