Nas esteiras da catação

mulheres, trabalho e cuidado em uma cooperativa de catadores/as de materiais recicláveis

Autores

Palavras-chave:

Catadoras de recicláveis, gênero, trabalho de cuidados, divisão sexual do trabalho

Resumo

Este artigo resulta de uma pesquisa sobre as relações entre gênero e trabalho em uma cooperativa de materiais recicláveis em Criciúma, Santa Catarina, Brasil. Por meio do método de história de vida e observação participante junto às trabalhadoras a pesquisa identificou o trabalho de cuidados como central para compreender o processo de tornar-se catadora. Analisou também queixas comuns destas trabalhadoras, como o cansaço e a depressão, como sintomas sociais da desigualdade social e de gênero. Por fim, destaca a criação de estratégias de cuidado entre elas como forma de minimizar o sofrimento.

Biografia do Autor

Vitória Oliveira de Souza, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). E-mail: vitoria.olv.souza@gmail.com

Viviane Kraieski de Assunção, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (UFSC). Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). E-mail: vivianekraieski@gmail.com

Mário Ricardo Guadagnin, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). E-mail: mrguadagnin@gmail.com

Referências

ABRAMO, L.; VALENZUELA, M. E. Inserción laboral y brechas de equidad de género en América Latina. In: ABRAMO, L. Trabajo decente y equidad de género en América Latina. Santiago: OIT, 2006. Disponível em: http://www.institutouejn.nqnwebs.com/documentos/genero/Trabajo%20decente%20y%20equidad%20de%20g%C3%A9nero%20en%20America%20Latina.pdf. Acesso em: dez. de 2021.

ÁVILA, Maria Betânia. O tempo do trabalho doméstico remunerado: entre cidadania e servidão. In: ABREU, Alice de Paiva; HIRATA, Helena; LOMBARDI, Maria Rosa (orgs.). Gênero e trabalho no Brasil e na França: perspectivas interseccionais. São Paulo: Boitempo, 2016. p. 137-145

BESSIN, Marc; GAUDART, Corinne. Les temps sexués de l’activité: la temporalité au principe du genre? Temporalités [En ligne], n. 9, 2009. Disponível em: http://journals.openedition.org/temporalites/979. Acesso em: 14 jun. 2021.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2007.

BOUVIER; DIAS. BOUVIER, M.; DIAS, S. M. Catadores de materiais recicláveis no Brasil: um perfil estatístico. Manchester, Reino Unido WIEGO – Women in Informal Employment Globalizing and Organizing. Resumo estatístico n. 29. Nov. 2021. 12 f. Disponível em

https://www.wiego.org/sites/default/files/publications/file/wiego-statistical-brief-n29-brazil-

portuguese-2021_1.pdf Acesso em 15 fev. 2022.

CHERFEM, Carolina Orquiza. Consubstancialidade de gênero, classe e raça no trabalho coletivo/associativo. 2014. 273 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Programa de Pós-Graduação em Educação, Campinas, 2014.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo, 2016. 402p.

DEGRAFF, Deborah S.; ANKER, Richard. Gênero, mercados de trabalho e o trabalho das mulheres. In: PINELLI, Antonelli. (org.). Gênero nos estudos de população. Campinas: Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 2004. p. 163-197.

DUNKER, Christian. Uma biografia da depressão. São Paulo: Editora Planeta, 2021.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: Curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Edições Graal, 2019.

KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, Helena et al. Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: Editora Unesp, 2009.

HAN, Byung-Chul. O desaparecimento dos rituais: uma topologia do presente. Petrópolis: Vozes, 2021

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2017.

HIRATA, Helena. Precarização e divisão internacional e sexual do trabalho. Sociologias, Porto Alegre, n. 11, v. 21, jan./jun. 2009. p. 24-41.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de pesquisa, v. 37, n. 132, 2007.

ILLICH, Ivan. A expropriação da saúde: nêmesis da Medicina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.

LUXEMBURGO, Rosa de. A acumulação do Capital. Estudo sobre a interpretação econômica do imperialismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.

MACHADO, Roberto. Foucault, a ciência e o saber. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

MALHEIRO, Luana S. B. Tornar-se mulher usuária de crack: trajetórias de vida, cultura de uso e política sobre as drogas no centro de Salvador, Bahia. In: Encontro da Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos sobre Mulher e Relações de Gênero (REDOR), 2018, Salvador. Anais [...]. São Paulo: Secretaria Executiva do Encontro Nacional Participação, Democracia e Políticas Públicas, 2018.

MEDINA, Martin. Scavenger cooperatives in Asia and Latin America. Resources Conservation and Recycling. v. 31, n. 1, p. 51–69, Dez. 2000.

MIURA, P. O.; SAWAIA, B. B. Tornar-se catador: sofrimento ético – político e potência de

ação. Psicologia & Sociedade. V. 25, n. 2, p. 331-341, 2013. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/psoc/v25n2/10.pdf Acesso em: dez. de 2022.

MOVIMENTO NACIONAL DE CATADORES. Mulheres são maioria entre Catadores de Materiais Recicláveis. Disponível em: http://www.mncr.org.br/noticias/noticias-regionais/mulheres-sao-maioria-entre-catadores-organizados-em-cooperativas. Acesso em: dez. de 2021.

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Relatos orais: do “indivizível” ao “dizível”. In: SIMPSON, Olga de Morais Von (Org.). Experimentos com histórias de vida (Itália-Brasil). São Paulo: Vértice, 1988. p. 14-43.

RODHEN, Fabíola. Uma Ciência da Diferença: sexo e gênero na medicina da mulher. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2001.

RODRÍGUEZ, César. A procura de alternativas econômicas em tempos de globalização: o caso das cooperativas de recicladores de lixo na Colômbia. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2002. p. 329-364.

SANTOS, Anna Maria Corbi Caldas dos. Articular saúde mental e relações de gênero: dar voz aos sujeitos silenciados. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 1177-1182, jul./ago. 2009. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/csc/a/9wRPZFx33WbWTM4FjrsPLTp/?format=pdf&lang=pt. Acesso: set. 2023.

SINGER, Paul Souza. A Economia Solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2000.

VALLIN, Isabella de Carvalho. Gênero e meio ambiente: dupla jornada de injustiça ambiental em uma cooperativa de mulheres catadoras de materiais recicláveis. 2016. 152 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) -Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental, Universidade de São Paulo- USP, São Paulo, 2016.

WIRTH, Ioli Gewehr. Mulheres na triagem, homens na prensa: questões de gênero em cooperativas de catadores. São Paulo: Annablume, 2013.

ZANELLO, Valeska. Saúde Mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Appris, Curitiba-PR. 2018.

Downloads

Publicado

2024-07-10

Como Citar

SOUZA, . O. de; ASSUNÇÃO, . K. de; GUADAGNIN, . R. Nas esteiras da catação: mulheres, trabalho e cuidado em uma cooperativa de catadores/as de materiais recicláveis. Cadernos NAUI, [S. l.], v. 13, n. 24, p. 115–136, 2024. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7253. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático