Uma aproximação antropológica ingoldiana na elaboração do Plano Diretor Socioespacial da Rocinha - RJ (2005 a 2007)
Palavras-chave:
Ecologia da vida, plano diretor socioespacial, Rocinha, habitação de interesse socialResumo
O presente artigo propõe-se a estabelecer uma relação entre o estudo de Habitação de Interesse Social (HIS) aplicado para a Rocinha, Rio de Janeiro, cuja proposta foi coordenada pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo durante a elaboração do Plano Diretor Socioespacial da Rocinha (2005 a 2007), e uma visão antropológica entre organismos e meio ambiente baseada em Tim Ingold, considerando a relação sistêmica e sinérgica destes no âmbito do projeto desenvolvido. Num primeiro momento, compreende-se a noção de interesse social no âmbito do Estatuto da Cidade, abordando o contraponto urbanístico que seria a Rocinha com suas autoedificações, para, então, acompanhar a metodologia adotada no referido plano diretor, pautada na participação dos moradores locais. Dentro das questões de edificação, aborda-se a adesão da qualidade arquitetônica para além de uma forma dada, eminentemente técnica, isto é, avançase para a relação de percepção do ambiente como reconstrução de uma realidade natural (saber da arquitetura) em termos de uma metáfora da cultura (o indivíduo historicamente situado), cuja proposição final seria uma linguagem nova para o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), numa revisão do trabalho da HIS rumo a uma ecologia da vida
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