Sobre o ïndígena exótico"em séries iniciais do ensino fundamental

algumas reflexões à luz das Teorias Decoloniais

Autores

  • Ana Carla Barros Sobreira Universidade Estadual de Campinas

Palavras-chave:

Teorias decoloniais, literatura infantil, indígena

Resumo

Este texto objetiva tecer algumas reflexões sobre a construção da imagem do indígena na práxis de sala de aula, em séries iniciais do ensino fundamental, em uma escola pública brasileira, e relacionar tal construção identitária com o conceito do exótico. Tendo como locus de enunciação as Teorias Decoloniais, proponho uma leitura crítica de algumas atividades desenvolvidas por alunos e professores a partir de uma (re)leitura do livro de literatura infantil Abaré, produzido pelo MEC. Durante a análise, buscamos observar se a identidade do indígena ainda está relacionada, nos dias atuais, com o conceito de exótico, estranho, diferente: qualificações que lhes foram dadas pelo colonizador, o que corrobora com a discriminação e manutenção de desigualdades.

Biografia do Autor

Ana Carla Barros Sobreira, Universidade Estadual de Campinas

Possui graduação em Letras-Inglês pela Universidade Federal da Paraíba-Campus II-Campina Grande. Especialização em Ensino de Línguas Mediado por Computador pela Universidade Federal de Minas Gerais e Mestrado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia. Doutoranda em Linguística Aplicada – IEL-UNICAMP. E-mail: anacarlabarrossobreira@gmail.com.

Referências

ALMEIDA, Daniela Barbosa Lins de. Systemic Functional Linguistics (SFL) and Visual Grammar

(VG) as tools for linguistic investigation. In: ALMEIDA, D. B. L. Icons of contemporary childhood:

a visual and lexicogrammatical investigation of toy advertisements. 2006. Tese de Doutorado em

Inglês. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2006, p. 75-104.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política,

n. 11. Brasília, Maio-agosto de 2013, p. 89-117.

BERNARDINO-COSTA, Joaze.; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra.

Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, janeiro/abril 2016.

BNCC – Base Nacional Curricular Comum: SEE, 2017c. Disponível em

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/download”da”bncc. Acesso em fevereiro de 2019.

CASTRO-GOMEZ, Santiago. La hybris del punto cero: ciencia, raza e ilustración en la Nueva

Granada. (1750-1816). Bogotá: Editorial Pontifícia Universidad Javeriana, 2005c.

COLAÇO, Thais Luzia. Novas perspectivas para a antropologia jurídica na América Latina: o

direito e o pensamento decolonial. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2012.

CORACINI, Maria José. Interpretação, autoria e legitimação do livro didático: língua materna e

língua estrangeira. Campinas: Pontes. 1999.

Dussel, Enrique. 20 Tesis de política. México: CREFAL XXI, 2006.

FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasilia: UNB, 2001.

GOMBRICH, Ernst Hans. Art and Illusion: a study of psychology and pictorial representation.

Princeton University Press. Millenium Edition. December 15, 2000.

GRIMSON, Alejandro. Fronteras y Extranjeros: desde la Antropología y la Comunicación.

Cultura, Identidad, Frontera. In: CANCLINI, N. G. Extranjeros en la Tecnología y en la Cultura.

Fundación Telefónica. Argentina: Ariel, 2009.

HALL, Stuart. Identidade Cultural na Pós-modernidade. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP & A Editora,

HASHIGUTI, Simone. Fala em disciplina ministrada no PPPGEL-UFU, 2019.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

KRESS, Gunther; VAN LEEUWEN, Theo. Reading images: the grammar of visual design.

London: Routledge, 2006.

MAKONI, Sinfree; PENNYCOOK, Alastair. Desinventing and reconstituting Languages.

Clevedon: Multilingual Matters, 2007.

MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario. Glocal Languages, Coloniality and Globalization. In: Glocal

Languages and Critical Intercultural Awareness. The South Answers Back. Routledge Studies in

Language and Intercultural Communication. New York and London, 2019.

MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario. Letramentos Indígenas. In: Letramentos Indígenas em

estudos de Letramento no Manual Routledge de Estudos de Letramento (Eds.) Rowsell, J. &

Pahl, K. p. 10. 2015.

MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario. Hibridismo e Tradução Cultural em Bhabha. In: ABDLA

JUNIOR, B. (Org.) Margens da Cultura: mestiçagem, misticismo e outras misturas. São Paulo:

Boitempo Editorial, p. 113-133, 2007.

MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario. The Ecology of writing among the Kashinawa: indigenous

multimodal writing. 2004. Disponível em

www.researchgate.net/publication/266003516_The_Ecology_of_Writing_among_the_kashinawa_indi

genous_multimodal-writing. Acesso em 28 de agosto de 2018.

MIGNOLO, Walter. La Idea de América Latina. La herida colonial y la opción decolonial.

Barcelona: Gedisa, 2007.

MIGNOLO, Walter. Desobediencia Epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la

colonialidad y gramática de la descolonialidad. Buenos Aires: Del Signo, 2010.

MIGNOLO, Walter. Habitar la frontera: sentir y pensar la descolonialidad (Antologia, 1999-

. Espanha: Edicions Bellaterra, 2015.

MIGNOLO, Walter. Desafios Decoloniais Hoje. Epistemologias do Sul. Foz do Iguaçu/PR, 2017.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Boaventura & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

OLIVEIRA, Sara. Texto visual e leitura crítica: o dito, o omitido, o sugerido. Linguagem &

Ensino, v. 9, n. 1, p. 15-39, 2008.

QUIJANO, Aníbal. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas

latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura política. 2ª

edição, v. 4. São Paulo: Editora Cortez, 2008.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma

ecologia de saberes. In: SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (Org.) Epistemologias do Sul. São Paulo:

Cortez Editora, 2010, p. 31-83.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Refundación del Estado en América Latina. Perspectivas desde

una epistemología del Sur. Instituto Internacional de Derecho y Sociedad. Programa Democracia y

Transformación Global. Lima. Júlio de 2010.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente. Contra o desperdício da

experiência. São Paulo: Cortez, 2000.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª

ed. Belo Horizonte: Autentica, 2010.

TAGATA, William Mineo. Letramento Crítico, novas tecnologias e ensino/aprendizagem de

Língua Inglesa. In: CRISTIANNI, A. C.; OTTONI, M. A. R. Estudos linguísticos: teoria, prática e

ensino. Uberlândia: EDUFU, 2016.

TILIO, Rogerio. Os gêneros do discurso e o livro didático de inglês: algumas considerações. In:

DIAS, R. DELL’ISOLA, R. L. P. Gêneros textuais. Teoria e Prática de Ensino em LE. Campinas:

Mercado das Letras, 2012.

TORRES, Nelson Maldonato. On the Coloniality of Being: contributions to the development of a

concept. Taylor & Francis Group, 2007.

VELHO, Gilberto. Observando o familiar. In: VELHO, G. Individualismo e cultura: notas para uma

antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

Downloads

Publicado

2019-12-01

Como Citar

SOBREIRA, . C. B. Sobre o ïndígena exótico"em séries iniciais do ensino fundamental: algumas reflexões à luz das Teorias Decoloniais . Cadernos NAUI, [S. l.], v. 10, n. 19, p. 259–284, 2019. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/6603. Acesso em: 20 abr. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Temático