"Porque lá do fundo parecemos todos iguais, não é?"

sociabilidades e apanha de amêijoa na cidade do Barreiro

Autores

  • Sara Marisa da Costa Aranha Universidade Nova de Lisboa

Palavras-chave:

Barreiro, Apanha da amêijoa, sociabilidades

Resumo

Na Margem Sul do rio Tejo, a apanha de amêijoa-japonesa representa uma oportunidade de rendimento e uma estratégia informal de subsistência praticada por migrantes e não migrantes. Com base num estudo etnográfico desenvolvido entre 2017 e 2018 nas praias fluviais da cidade do Barreiro, este artigo aponta para uma reflexão que procura compreender o que é construído em termos de adaptações de vida e convivialidades entre apanhadores com percursos de vida distintos numa situação comum de instabilidade. Questiona-se, por isso, de que forma estes apanhadores gerem as suas vidas apesar das contingências sociais e econômicas que nos direcionam para o atual estado da economia global

Biografia do Autor

Sara Marisa da Costa Aranha, Universidade Nova de Lisboa

 Mestre em Estudos Urbanos (2019) pela Universidade Nova de Lisboa/Portugal, sara.aranha@posteo.net

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Publicado

2020-06-01

Como Citar

ARANHA, . M. da C. "Porque lá do fundo parecemos todos iguais, não é?": sociabilidades e apanha de amêijoa na cidade do Barreiro. Cadernos NAUI, [S. l.], v. 9, n. 16, p. 102–115, 2020. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/6468. Acesso em: 10 mar. 2025.

Edição

Seção

Artigos Livres