As floristas e o sacolão

reflexões sobre o consumo de flores no direito do campo da avenida Beira Mar Norte, Florianópolis-SC

Autores

  • Rose Mary Gerber Empresa de Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Palavras-chave:

Antropologia urbana, Consumo, Direito do campo, Flores

Resumo

O urbano se firma de forma gradativa como objeto de interesse da antropologia. Ponderando que urbano e rural se aproximam, se afastam e se entrecruzam continuamente, minha proposta é tecer algumas considerações a partir do Direto do Campo2 como espaço de consumo pelos citadinos de Florianópolis, capital de Santa Catarina, Sul do Brasil. Entre os muitos produtos ofertados no Direto do Campo, escolhi me deter no consumo de flores. Para tanto, entrevistei duas floristas3 e três clientes, entre outubro e dezembro de 2009, visando a problematizar algumas questões que dizem respeito a conceituar a flor como mercadoria. Considerei aspectos como o gosto e as motivações para o consumo da mercadoria flor. Ao mesmo tempo em que vem ocorrendo um processo de renovação e reinvenção do Direto do Campo na adequação às exigências sanitárias de higienização e assepsia dos ambientes que oferecem produtos de origem vegetal e animal, as floristas conseguiram ampliar seu “campo de possibilidades” à medida que criaram, teceram e mantêm uma clientela que foi se fidelizando no decorrer do tempo.

Biografia do Autor

Rose Mary Gerber, Empresa de Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Doutora em Antropologia Social (2013) e mestre em Antropologia Social (1997) pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGAS/UFSC). Agente técnico nível superior IV da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Referências

APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas. As mercadorias sob umamperspectiva cultural. Niterói, RJ: Eduff, 2008, p. 15-88.

BACHERLARD, Gaston. A dialética da duração. 2 ed. São Paulo: Ática, 1994.

BAUDRILLARD, Jean. Para uma crítica da econômica política do signo. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

BENJAMIM, Walter. Sobre alguns temas em Baudelaire. In: Os pensadores XLVIII. São Paulo: Abril, 1975, p. 35-63.

BOURDIEU, Pierre. A distinção. Crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2008.

CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005.

DA MATTA, Roberto. A casa & a rua. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.

DELGADO, Manuel. El animal publico. Barcelona: Ed. Anagrama, 2007, p. 23-58.

DOUGLAS, Mary; ISHERWOOD, Baron. O mundo dos bens. Para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006, p. 51-63/101-149.

HANNERZ, Ulf. Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras chave da antropologia transnacional. Mana 3(1), 1997, p. 7-39.

ROCHA, Ana L. C.; ECKERT, Cornélia. O tempo e a cidade. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2005.

SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito. Mana 11 (2), 2005, p. 577-597.

SMITH, Neil. A gentrificação generalizada: de uma anomalia local à “regeneração” urbana como estratégia urbana global. In: BIDOUZACHARIASEN, Catherine. De volta à cidade. São Paulo: ANNABLUME, 2007, p. 21-59.

VELHO, Gilberto. Observando o familiar. In: VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.

________. Trajetória individual e campo de possibilidade. In: Projeto e metamorfose. 3 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2003 [1994], p.3

Downloads

Publicado

2023-10-10

Como Citar

GERBER, . M. As floristas e o sacolão: reflexões sobre o consumo de flores no direito do campo da avenida Beira Mar Norte, Florianópolis-SC. Cadernos NAUI, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 99–123, 2023. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/6300. Acesso em: 14 mar. 2025.

Edição

Seção

Artigos Livres