GRAMÁTICAS: TIPOS, ANÁLISE E ENSINO DE PRONOMES PESSOAIS

Autores

Palavras-chave:

Ensino de Gramática, Variação Linguística, Pronomes Pessoais, Pedagogia da Variação Linguística

Resumo

Abordamos variadas formas de percepção do termo gramática (cf. ANTUNES 2007) e como os pronomes pessoais são trabalhados em livros de gramática comumente usados em escolas a fim de propormos uma abordagem de ensino sob perspectiva metodológica da pedagogia da variação linguística (cf. BORTONI-RICARDO 2005, 2011, 2014, 2021 e FARACO 2008, 2015, ZILLES & FARACO, 2017). O presente artigo está dividido em dois eixos: i) o uso do termo gramática em algumas concepções normativas e linguísticas (cf. FARACO 2008, 2022) e ii) a descrição dos pronomes pessoais em gramáticas escolares (cf. LOPES, OLIVEIRA e CARVALHO 2016). No primeiro eixo, apresentamos diferentes conceitos teóricos acerca do termo gramática e no segundo eixo, consideramos o termo como compêndio gramatical para fazer uma descrição dos pronomes pessoais em gramáticas escolares. Buscamos salientar a forma superficial com que os pronomes são abordados nesses compêndios sem uma base linguística. E procuramos trazer subsídios para estabelecer como professores da educação básica podem entender o termo gramática e sua aplicabilidade na língua dentro do cotidiano dos falantes, a partir do emprego dos pronomes. Nesse sentido, apresentamos a aplicação de uma oficina sobre variação estilística a partir de textos de gêneros diversificados. Nela os alunos identificam as formas variáveis de uso dos pronomes (caso reto e oblíquo) pelo viés da variação estilística de acordo com o nível mais ou menos formal da língua (SEVERO, 2014 e da HORA, 2014). Finalmente, remetemos aos resultados das discussões, realizadas na oficina e comentários sobre uma perspectiva de ensino pautada na variação.

Biografia do Autor

Simone Azevedo Floripi, Universidade Tecnologica Federal do Paraná

Doutora em linguística pela UNICAMP, Professora Associada da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), vinculada ao PROFLETRAS (Universidade Federal de Uberlândia).

Giovani Fama, Universidade Federal de Uberlândia

Mestre em linguística pela Universidade Federal de Uberlândia, professor da Secretaria de Estado de Educação do DF.

 

Referências

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho / Irandé Antunes. - São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

ANTUNES, Irandé. Gramática contextualizada: limpando "o pó das ideias simples". São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

BAGNO, Marcos. Língua, história e sociedade: breve retrospecto da norma-padrão brasileira. In: BAGNO, Marcos (org.). Lingüística da norma. São Paulo: Loyola, 2002.

BECHARA, Evanildo. / Evanildo Bechara. - 1. ed. - 5. reimpr. - Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa / Domingos Paschoal Cegalla. - 48.ed. rev. - São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 2008.

COSTA, J. E FIGUEIREDO SILVA, M. C. Studies on Agreement. John Benjamins Publishing Company, Amsterdam, 2006.

CUNHA, Celso. Nova gramática do português contemporâneo / Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra. - Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

CYRANKA, Lucia F. Mendonça. A pedagogia da variação linguística é possível. In: FARACO, Carlos Alberto [et al]. Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo, Parábola Editorial, 2015.

FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo, Parábola Editorial, 2008.

FARACO, C. A.. Norma-padrão e ensino de português no Brasil. Palavras - revista em linha, v. 4, p. 45-56, 2021

FARACO, C. A. & ZILLES, A. M. Para conhecer norma linguística. São Paulo, Contexto, 2017.

HORA, Demerval da. Estilo: uma perspectiva variacionista. In: variação estilística – reflexões teórico-metodológicas e proposta de análise. Edair Maria Görski, Izete Lehmkuhl Coelho e Christiane Maria Nunes de Souza (orgs.). Coleção Linguística. V3. Florianópolis: Insular. 2014.

KENEDY, Eduardo. Curso básico de linguística gerativa. São Paulo. Editora Contexto, 2013.

LOPES, Célia Regina dos Santos; OLIVEIRA, Thiago Laurentino de; CARVALHO, Bruna Brasil Albuquerque de. A expressão da 2ª pessoa do singular: variação e percepção numa abordagem experimental. In: TODAS AS LETRAS, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 117-132, maio/ago. 2016 http://dx.doi.org/10.15529/1980-6914/letras.v18n2p117-132.

MORATO, G. F. de F. Monitoramento linguístico: uma proposta de ensino baseada na sociolinguística educacional a partir dos pronomes pessoais. 2019. 220 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2019.677.

NICOLA, José de. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa / José de Nicola, Ulisses Infante - São Paulo: Scipione, 1997.

SANTANA, J. M. C. P. Que norma ensinar na escola? O ensino-aprendizagem do preenchimento do objeto direto como fenômeno variável. In: VIEIRA, Silvia Rodrigues (org.) Gramática, variação e ensino: diagnose & propostas pedagógicas. Rio de Janeiro: Letras UFRJ, 2017.

VIEIRA, F. E. ; FARACO, C. A. . Escrever na Universidade: gramática da norma de referência. 1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2022. v. 1. 264p

SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em Textos. São Paulo: Moderna, 2005.

SEVERO, Cristine Gorski. Estilo, variação linguística e discurso. In: variação estilística – reflexões teórico-metodológicas e proposta de análise. Edair Maria Görski, Izete Lehmkuhl Coelho e Christiane Maria Nunes de Souza (orgs.). Coleção Linguística. V3. Florianópolis: Insular. 2014.

Downloads

Publicado

2023-07-31

Edição

Seção

ARTIGOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA