Os impactos da depressão nas relações sociais do indivíduo depressivo e dele como ele mesmo a partir da produção cinematográfica “Melancolia”

Autores/as

  • Daniel Lucas Mendonça Universidade Federal de Santa Catarina
  • Vitor de Sena Moraes Universidade Federal de Santa Catarina

Resumen

Este artigo teve como objetivo investigar os impactos da depressão nas relações sociais do indivíduo depressivo e dele como ele mesmo. Ademais, dentre as especificidades deste objetivo encontram-se: caracterizar o desânimo como um sintoma da depressão e identificar os modos pelos quais a melancolia é manifestada. Em função desses objetivos, refletir-se-á sobre os estigmas sociais acerca do desânimo que acompanha a pessoa com depressão e também sobre as múltiplas perspectivas da melancolia enquanto uma  faceta da condição depressiva, que esvazia as razões de existir,  investigando-se a angústia na produção do comportamento melancólico. Para isso, uma densa literatura especializada no assunto, cujo viés predominante é o psicanalítico, foi atrelada ao filme “Melancolia” de Lars Von Trier para o desenvolvimento de análises e descrições que concernem a temática do artigo, sendo que as personagens do filme em destaque são: Justine e Claire. Nesse sentido, duas categorias de comportamento foram usadas para tal desígnio: Desânimo e Melancolia. Por fim, através do que foi analisado, conclui-se que a depressão é responsável por retirar os investimentos afetivos das relações sociais e do próprio self com o self, repercutindo, prejudicialmente, nas narrativas existenciais e nos discursos semânticos e relacionais da atualidade. Além disso, infere-se, também, que existem diferentes tipos de arranjos sociais que podem produzir a melancolia, assim como existem configurações familiares e laborais contemporâneas que estigmatizam o sujeito depressivo, isolando-o do universo social.  

Palavras-chave: desânimo; melancolia; estigmas; angústia.

Biografía del autor/a

Daniel Lucas Mendonça, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Vitor de Sena Moraes, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Citas

Campos, E. B. V. (2004). A primeira concepção freudiana de angústia: uma revisão crítica.

Ágora: estudos em teoria psicanalítica, 7(1), 95-107.

Freud, S. (2010). O inconsciente. Cia das Letras.

Freud, S. (2011). O Mal-Estar na Civilização. Cia das Letras.

Freud, S. (1996a). Luto e Melancolia. In J. Salomão (Trad.). A história do movimento

psicanalítico: artigos sobre metapsicologia e outros trabalhos: Edição Standard

Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (vol. 14). Imago (Trabalho originalmente publicado em 1917).

Freud. S. (1996b). Além do Princípio de Prazer. In C. M. Oiticica & V. Ribeiro (Trad.). Além do Princípio de Prazer, Psicologia de grupos e outros trabalhos: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (vol. 18). Imago (Trabalho originalmente publicado em 1920).

Freud, S. (1996c). Inibições, sintomas e ansiedade. In J. Salomão (Trad).Um Estudo

Autobiográfico, Inibições, Sintomas e Ansiedade / Análise Leiga e outros Trabalhos: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 20). Imago. (Trabalho originalmente publicado em 1926).

Kehl, M. R. (2009). O Tempo e o Cão: a Atualidade das Depressões. Boitempo 2 ed.

Kehl, M. R. (2002). Sobre a Ética em Psicanálise. Cia da Letras

Lacan, J. A terceira (1974). In Cadernos Lacan, v.2. Porto Alegre: Publicação não comercial

da APPOA, 2002. 72 pg.

Lafer, B., Almeida O. P., Fráguas, R., & Miguel, E. C. (2000). Depressão no Ciclo da Vida.

Artmed.

Péret, M (2003). A depressão na clínica psicanalítica: Um estudo de caso. Campo

Grande-MS, UCDB.

Porto, J (1999). Depressão: Conceito e diagnóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria. 21(1), 6-11.

Santos, A.; Teixeira, E (2011). A depressão segundo Freud, Reich e Lowen: Convergências e

Divergências. In. Encontro paraense, Congresso Brasileiro de Psicoterapias

Corporais,XVI, XI, 2001. Anais: Curitiba: Centro Reichiano.

Roudinesco, E. (2000). Por que a Psicanálise?. Zahar.

Publicado

2021-11-03