Escritores da liberdade: A educação libertadora como ferramenta no desenvolvimento psicossocial da juventude marginalizada

Autores

  • Carolina Costa Carneiro Universidade Federal de Santa Catarina
  • Lídia Guellar Martini Universidade Federal de Santa Catarina
  • Maria Luiza de Aguiar Vieira Dias Universidade Federal de Santa Catarina
  • Marina Arnold Trierveiler Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Este visou compreender o impacto da intervenção educacional no desenvolvimento psicossocial de adolescentes socialmente marginalizados. Para tanto, categorizou-se comportamentos observados nas cenas da obra cinematográfica “Escritores da Liberdade” que se relacionam com o contexto de vulnerabilidade social dos personagens, identificando a situação precedente deles, assim como as consequências. Diante disso, conduziu-se uma análise crítica baseada em trechos desse filme, que retrata as vivências de jovens estudantes de ensino médio em uma instituição inserida em um meio de violência da periferia californiana da década de 90. Articulou-se as cenas com bibliografia de temáticas condizentes, associando com as teorias de desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson e o ensino da libertação de Paulo Freire, assim como outros trabalhos de teses análogas, com objetivo de identificar o desenvolvimento psicossocial de adolescentes marginalizados através da escrita e literatura. Para fins de análise, foram utilizadas as categorias de comportamento de “agressividade”, com subcategoria de “injúria racial”, depois “expressão por meio da escrita”, e “empatia”, que abrange a subcategoria “acolhimento”. Através da análise, concluiu-se que a literatura, dentro da lógica da educação libertadora, tem poder de beneficiar, sim, o desenvolvimento de adolescentes, de modo que se observa a sua necessidade e relevância na vida de jovens marginalizados, principalmente quando aplicada em âmbito educacional.

Palavras-chave:desenvolvimento psicossocial; vulnerabilidade social; literatura; juventude marginalizada; psicologia educacional.

Biografia do Autor

Carolina Costa Carneiro, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Lídia Guellar Martini, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Maria Luiza de Aguiar Vieira Dias, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Marina Arnold Trierveiler, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Referências

Anunciação, D., Trad, L. A. B., & Ferreira, T. (2020). “Mão na cabeça!”: abordagem policial, racismo e violência estrutural entre jovens negros de três capitais do Nordeste. Saúde e Sociedade, 29(1), e190271. https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190271

Ávila, T. C. (2014). Racismo e injúria racial no ordenamento jurídico brasileiro. Revista da Faculdade de Direito - UFU, 42(2), 348-371. https://doi.org/10.14393/RFADIR-v42n2a2014-6

Barros, P. & Silva, F. B. N. (2006). Origem e manutenção do comportamento agressivo na infância e adolescência. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2(1), 55-66. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872006000100006&lng=pt&tlng=pt.

Benneti, I. C. & Oliveira, W. F. (2016). O poder terapêutico da escrita: quando o silêncio fala alto. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 8(19), 67-77. http://stat.ijkem.incubadora.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/3452

Bock, A. M. B. (2007). A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais e educadores. Psicologia Escolar e Educacional, 11(1), 63-76.

Cabral, B. H. (2020). Que ensinando a transgredir: a sala de aula inspirada por Bell Hooks. Resenha: Hooks, Bell (2017). Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. Martins Fontes. Revista Eletrônica Discente do Curso de História - UFAM, 4(2), 199-203.

Carvalho, J. A. B. & Barbeiro, L. F. (2013). Reproduzir ou construir conhecimento? Funções da escrita no contexto escolar português. Revista Brasileira de Educação, 18(54), 609-792.

Centro de Valorização da Vida. (2019). Você já se sentiu acolhido? https://www.cvv.org.br/blog/voce-ja-se-sentiu-acolhido/

Conselho Indigenista Missionário [Cimi]. (2019). Relatório: Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil. https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2020/10/relatorio-violencia-contra-os-povos-indigenas-brasil-2019-cimi.pdf

De Farias, R. (2016). Desenvolvimento psicossocial de adolescentes em contexto de vulnerabilidade social. [Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina] Repositório UFSC: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/169669

DeVito, D., Shamberg, M., Sher, S. (Produtores), & LaGravenese, R. (Diretor). (2007). Escritores da Liberdade [MP4]. Paramount Pictures. https://vimeo.com/515500613

Dutra, E. (2004). Considerações sobre as significações da psicologia clínica na contemporaneidade. Estudos de Psicologia (Natal), 9(2), 381-387. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000200021

Freire, P. (1987). Pedagogia do Oprimido, (17ª ed.). Paz e Terra.

Governo Federal. (1990). Estatuto da Criança e do Adolescente.

Luiz, F. B. & Botomé, S. P (2017). Avaliação de objetivos de ensino de História a partir da contribuição da análise do comportamento. Acta Comportamentalia, 25(3), 329-346.

March, R. A., & Ribeiro, A. P (2010). Formação da identidade e institucionalização: uma relação possível?

Marques, W. E. U. (1996). Crianças e adolescentes marginalizados: de como a rua passou a ser este lugar. Trabalho & Educação,149-158. https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/8798

Martins, M. (2020). Desenvolvimento moral e marginalização social: julgamento moral de crianças de bairros marginalizados. Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 12(1), 205-231.

Pires, M. & Roazzi, A. (2016). Empatia e sua avaliação: considerações teóricas e metodológicas. Revista AMAzônica, 17(1), 158-172. https://www.researchgate.net/profile/Antonio-Roazzi-2/publication/313038718_Empatia_e_sua_avaliacao_Consideracoes_teoricas_e_metodologicas/links/588e5b51aca272fa50e09a88/Empatia-e-sua-avaliacao-Consideracoes-teoricas-e-metodologicas.pdf

Ramirez, D. C. & Cruz, R. M. (2009). Conflito escolar: vulnerabilidade e desenvolvimento de habilidades sociais. Revista Electrónica de Investigación y Docencia (REID), 2(5), 79-95. http://www.revistareid.net/revista/n2/REID2art5.pdf

Ribeiro, B. (2020, 13 de fevereiro). Taxas de assassinatos de jovens crescem 17% no Brasil; país é o mais homicida do mundo, diz estudo. Estadão. https://emais.estadao.com.br/blogs/bruna-ribeiro/taxas-de-assassinatos-de-jovens-crescem-17-no-brasil-pais-e-o-mais-homicida-do-mundo-diz-estudo/

Siegel, E. H., Wormwood, J. B., Quigley, K. S., & Barrett, L. F. (2018). Seeing what you feel: Affect drives visual perception of structurally neutral faces. Psychological Science, 29(4), 496-503.

Veríssimo, R. (2002). Desenvolvimento Psicossocial (Erik Erikson). Faculdade de Medicina do Porto. https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/9133/2/13864.pdf

Downloads

Publicado

2021-11-09