Figuras literárias e reflexão ético-política no século XVIII
Palavras-chave:
Iluminismo, alteridade, filosofia, literaturaResumo
Este artigo busca apresentar a intersecção entre elementos literários e filosóficos na reflexão iluminista francesa, a partir do modo como a figura do outro, por exemplo, o estrangeiro, o selvagem, e o extraterrestre, pode ser empregada como elemento reflexivo. A intenção desse tipo de reflexão não envolve um olhar de tipo antropológico que buscaria um melhor entendimento da figura do outro, participante de outra cultura ou mesmo de outro planeta, mas antes de contraponto para a percepção de si. A literatura oferece uma abertura de tipo ficcional muito explorada para que uma tese filosófica fosse colocada em perspectiva. Desse modo, Montesquieu emprega a figura do estrangeiro para uma tomada de distância em relação aos costumes parisienses. Diderot se vale da figura do chamado “selvagem” para uma tomada de distância mais intensa em relação aos costumes europeus e, por sua vez, Voltaire, oferece um retrato ficcional de um extraterrestre para efetuar uma crítica à filosofia do seu tempo. Qual é o papel do outro nesses textos, que tipo de reflexão é realizada a partir desses recursos literários?
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