Rawls nas Mãos do Acaso: o Equilíbrio Reflexivo Precisa da Boa Sorte Genealógica?
Palavras-chave:
metaética, epistemologia da moral, equilíbrio reflexivo, genealogias, John RawlsResumo
O equilíbrio reflexivo é um método de justificação de juízos morais, concebido pelo filósofo norte-americano John Rawls. A boa sorte genealógica, por sua vez, é uma assunção metaepistêmica sobre as condições para que tenhamos conhecimento, tendo relevância mediante a profunda contingência das origens causais de nossas representações. Considerando o desconforto que há em aceitar a possessão da boa sorte genealógica no caso de crenças valoradas, o equilíbrio reflexivo depende da boa sorte genealógica para a produção de uma concepção moral bem justificada? No presente artigo, argumentarei que não: enquanto a boa sorte genealógica é necessária para quem tem preocupações predominantemente metafísicas e epistemológicas quanto à qualidade de suas crenças, o embasamento do equilíbrio reflexivo opera não nesses campos, mas no âmbito prático-moral. Dessa maneira, a boa sorte genealógica não constringe o equilíbrio reflexivo. Por fim, darei uma sugestão de como o equilíbrio reflexivo poderia aliar-se com investigações genealógicas para ampliar seu potencial.Referências
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