O lugar das religiões de matriz africana

uma revisão sistemática da literatura

Autores

  • Bruno Fernandes Schwinn Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
  • Ricardo Wiese Socas Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
  • Jonathan Frare Giorgi Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Palavras-chave:

religiões de matriz africana, arquitetura e urbanismo, território, lugar

Resumo

O presente artigo tem como temática central o estudo das arquiteturas dos lugares de manifestação da fé afro-brasileira, sejam eles em ambientes naturais ou criados pelo homem, através do prisma da arquitetura e do urbanismo. Analisar as relações entre essas religiões e a arquitetura e o urbanismo é de suma importância para entendermos quais são os lugares em que os povos de terreiro estão presentes na cidade e como a arquitetura influencia nessa apropriação dos espaços. Tal importância é corroborada pela pouca quantidade de estudos que abordam essa temática, nesse campo do conhecimento. Para uma melhor compreensão do tema central deste trabalho, serão apresentados alguns entendimentos de autores essenciais sobre as questões das religiões de matriz africana e seus territórios. Com isso, o objetivo principal deste artigo é realizar uma revisão sistemática de literatura acerca de 12 artigos científicos presentes em duas bases de dados indexados, que abordam a relação das religiões de matriz africana com seus lugares de manifestação da fé.

Biografia do Autor

Bruno Fernandes Schwinn, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), atua na área de concentração Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído, na linha de pesquisa Comportamento Ambiental do Espaço Urbano e das Edificações. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo formado pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado do Santa Catarina (FAPESC), pesquisa os lugares de manifestação ritualística e cerimonial da umbanda na região sul do Brasil.

Ricardo Wiese Socas, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UFSC (2003) e Doutorado em Progettazione Ambientale pela Università di Roma - La Sapienza (2010), título revalidado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2012). No campo acadêmico, atua no Ensino de Projeto de Arquitetura e busca associar, de forma crítica, a prática projetual às questões relacionadas à cidade e à paisagem, bem como, à sustentabilidade e à tecnologia da edificação. Possui foco de atuação estruturado pelas atividades de extensão, integradas ao ensino e a pesquisa, com especial interesse à contribuição social da arquitetura e do urbanismo. Atuou como docente no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) de 2013 a 2016. Entre 2004 e 2009, atuou como arquiteto em escritórios de arquitetura da Itália, como o Studio Insula e o LCA architettura. Tem experiência na área de Planejamento e desenvolvimento de projetos arquitetônicos e Tecnologia da edificação.

Jonathan Frare Giorgi, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Bolsista CAPES/DS.Membro do Laboratório de Psicologia Ambiental - LAPAM/UFSC. Realiza Estágio Docência na Disciplina de Canteiro Experimental III, na Universidade Federal da Fronteira Sul. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo formado pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim (2023). 

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Publicado

2025-06-30

Como Citar

FERNANDES SCHWINN, .; WIESE SOCAS, .; FRARE GIORGI, . O lugar das religiões de matriz africana: uma revisão sistemática da literatura. Cadernos NAUI, [S. l.], v. 14, n. 26, p. 37–56, 2025. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/naui/article/view/7999. Acesso em: 1 jul. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Temático