Gadamer e a leitura heideggeriana de Aristóteles
Palavras-chave:
Gadamer, Aristóteles, Heidegger, hermenêutica, mutualidadeResumo
Resumo:
A retomada realizada por Gadamer da ética de Aristóteles, como modelo para a hermenêutica filosófica, tem como principal referência a interpretação heideggeriana desenvolvida acerca do livro sexto da Ética a Nicômaco. Esta interpretação influenciou decisivamente no tratamento gadameriano da questão da compreensão, entendida como uma noção eminentemente prática. Contudo, tal reabilitação também pode ser caracterizada como um dos momentos de distanciamento entre Gadamer e Heidegger, já que, para muitos intérpretes, como Richard Bernstein e Paulo Cesar Duque-Estrada, é nessa releitura que Gadamer faz de Aristóteles que, ao contrário da leitura de Heidegger, o caráter dialógico da hermenêutica filosófica encontra sua principal referência. Neste sentido, Gadamer assume principalmente o caráter ontológico da leitura heideggeriana de Aristóteles, aliada ao caráter dialógico – elemento salientado por Gadamer, que, em Heidegger parece não haver espaço. Deste modo, pretendemos discutir, a partir da perspectiva de Gadamer, a retomada de Aristóteles, realizada em Verdade e Método, como modelo para a construção de uma outra ontologia da compreensão e sua relação de contraponto com a interpretação de Heidegger, conforme realizada no curso Interpretações Fenomenológicas de Aristóteles.
Palavras-chave: Gadamer, Aristóteles, Heidegger, hermenêutica, mutualidade
Abstract:
Gadamer’s rehabilitation on Aristotle’s ethics – as model to philosophical hermeneutics – has as main reference Heidegger’s interpretation on Ethics’ book six. This interpretation decisively influenced on Gadamerian treatment about the question of undestanding, read as eminently practical. However, such rehabilitation can also be characterized as one of moments where we can see a detachment between Gadamer and Heidegger, because to many interpreters as Richard Bernstein and Paulo Cesar Duque-Estrada, is this rereading that Gadamer does that, unlike the reading of Heidegger, the dialogical character of philosophical hermeneutics is its main reference. In this sense, Gadamer essentially assumes the ontological trace of Heideggerian reading of Aristotle, linked to dialogical character – pointed out for Gadamer that, in Heidegger, doesn’t seem to have space. In this way, we want discussing, on Gadamer’s perspective, the rehabilitation of Aristotle, as realized in Truth and Method, like a model for construction of another ontology of understanding and its relation of counterpoint with Heidegger’s interpretation, as was made in Phenomenological Interpretation of Aristotle.
Keywords: Gadamer, Aristotle, Heidegger, hermeneutics, mutuality.
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