A Definição de Ser do Homem na Tragédia de Sófocles:
a construção da hermenêutica filosófica de Heidegger em sua análise de Antígona
Palavras-chave:
hermenêutica, tragédia, morteResumo
O artigo tem como objeto de análise a definição de ser do homem conforme tematizado por Sófocles, na tragédia Antígona, a partir da tradução e da interpretação realizadas por Martin Heidegger, em Introdução à Metafísica (1935). Para conduzir nosso estudo, propomos a seguinte pergunta norteadora: de que maneira a contraposição originária entre o ente em sua totalidade e o homem configura a experiência fundamental a partir da qual o ser do homem se revela como “o mais estranho”? Neste ínterim, o objetivo deste estudo consiste em determinar como a personagem Antígona assume em sua essência o mistério que caracteriza o ser humano como “o mais estranho”. Para ampliar o nosso horizonte de compreensão, examinaremos a interpretação heideggeriana do confronto entre as personagens Antígona e Ismene, apresentadas no curso Der Ister (1943), com o propósito de demonstrar como Antígona, ao se tornar consciente de sua condição de ser para a morte, reconhece a finitude como a possibilidade de ser mais própria de sua existência.
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