A teoria de Theodor W. Adorno sobre o fascismo

Autores

  • Felipe Moralles e Moraes UFSC

Palavras-chave:

Fascismo, Theodor W. Adorno, Personalidade Autoritária

Resumo

Este artigo argumenta, com base na obra de Theodor W. Adorno, que o extremismo de direita não pode ser explicado como um tipo psicológico, movimento classista ou cultural, mas primariamente como uma estrutura formal de pensamento e linguagem. A partir dessa interpretação, as constituintes formais descritas por Adorno são articuladas em três esquemas responsáveis por conferir ao pensamento autoritário a ordenação rígida das experiências: o inimigo escolhido, a suspeita vazia e a corrupção geral. Ao final, o artigo apresenta a perspectiva do teórico crítico sobre como combater os movimentos radicais de direita no campo do pensamento político.

Biografia do Autor

Felipe Moralles e Moraes, UFSC

Mestre e Doutorando em filosofia politica na Universidade Federal de Santa Catarina.

Referências

ABROMEIT, John. A teoria crítica da Escola de Frankfurt e a persistência do populismo autoritário nos Estados Unidos. Trad. Simone Fernandes. Cadernos de filosofia alemã, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 13-38, 2017.

ADORNO, Theodor W. Reflexionen zur Klassentheorie (1942). In: ________. Gesammelte Schriften. Band 8. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1986, p. 373-391 [RKt].

________.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos (1944). Trad. Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985 [DE].

________. Antissemitismo e propaganda fascista (1946). In: ________. Ensaios sobre psicologia social e psicanálise. Trad. Verlaine Freitas. São Paulo: Unesp, 2015, p. 137-152 [APf].

________. Observações sobre “A Personalidade Autoritária” de Adorno, Frenkel-Brunswik, Levinson e Sanford (1948). Trans/Form/Ação, Marília, v. 44, n. 2, abr./jun. 2021, p. 345-384 [ObPA].

________. Estudos sobre a personalidade autoritária (1950). Trad. Virginia Helena Ferreira da Costa, Francisco López Toledo Corrêa e Carlos Henrique Pissaro. São Paulo: Unesp, 2019 [EPa].

________. Teoria freudiana e o padrão da propaganda fascista (1951). In: ________. Ensaios sobre psicologia social e psicanálise. Trad. Verlaine Freitas. São Paulo: Unesp, 2015, p. 153-190 [TfPf].

________. Mensagens numa garrafa (1951). In: ZIZEK, Slavoj (org.). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2007, p. 39-50 [MnG].

________.; HORKHEIMER, Max. Temas básicos da sociologia (1956). 2 ed. Trad. Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 1978 [TbS].

________. O que significa elaborar o passado? (1960) In: ________. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. 7 reimp. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 29-50 [OsP].

________. Introdução à controvérsia sobre o positivismo na sociologia alemã (1961). Trad. Wolfgang Leo Maar. In: LOPARIC, Željko; ARANTES, Otília B. Fiori (Sel.). Textos escolhidos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1975, p. 215-263 [ICP].

________. Sobre a lógica das ciências sociais (1961). In: COHN, G. (Org.). Theodor W. Adorno: sociologia. São Paulo: Ática, 1986, p. 42-61 [SLCs].

________. A psicanálise revisitada (1962). In: _______. Ensaios sobre psicologia social e psicanálise. Trad. Verlaine Freitas. São Paulo: Unesp, 2015, p. 43-70 [PR].

________. Democratic leadership and mass manipulation (1950). In: GOULDNER (Ed.). Studies in leadership: leadership and democratic action. New York: Russel & Russel, 1965, p. 418-438 [DlM].

________. Negative Dialektik (1966). Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1966 [ND].

________. Educação após Auschwitz (1967). In: ________. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. 7 reimp. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 119-138 [EaA].

________. Aspekte des neuen Rechtsradikalismus: ein Vortrag (1967). Berlin: Suhrkamp, 2019 [AnR].

________. Capitalismo tardio ou sociedade industrial (1968). In: COHN, G. (Org.). Theodor W. Adorno: sociologia. Trad. de Flavio Kothe. São Paulo: Ática, 1986, p. 62-75 [CtSi]

________. Notas marginais sobre teoria e práxis (1969). In: ________. Palavras e sinais: modelos críticos 2. Trad. Maria Helena Ruschel. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 202-229 [NmTP].

COSTA, Virginia Helena Ferreira. Sobre caráter e personalidade: as antropologias de Fromm, Horkheimer e Adorno nos anos 1930 e 1940. Princípios, Natal, v. 25, n. 47, p. 87-119, 2018.

DE FELICE, Renzo. Interpretations of fascism. Transl. Brenda Everett. Cambridge: Harvard University Press, 1977.

FROMM, Erich. O medo à liberdade (1941). 6. ed. Trad. Octavio Alves Velho. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

GORDON, Peter. E. The authoritarian personality revisited: reading Adorno in the age of Trump. In: ______.; BROWN, Wendy; PENSKY, Max. Authoritarianism: three inquiries in critical theory. Chicago: University of Chicago Press, 2018, p. 45-84.

GRIFFIN, Roger. The nature of fascism. London/New York: Routledge, 1991.

HABERMAS, Jürgen. Theorie des kommunikativen Handelns: Zur Kritik der funktionalistichen Vernunft. Band 2. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1981.

LÖWENTHAL, Leo. Falsche Propheten. Studien zur Faschistischen Agitation (1949). In: __________. Falsche Propheten: Studien zum Autoritarismus. Halmut Dubiel (Hrsg.). 2. Aufl. Suhrkamp: Frankfurt am Main, 2017, p. 11-159.

MUDDE, Cas. The far right today. Medford: Polity, 2019

PAXTON, Robert O. A anatomia do fascismo. Trad. Patrícia Zimbres e Paula Zimbres. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo (1933). Trad. Silva Dias. Porto: Escorpião, 1974

ROUANET, Sérgio Paulo. Teoria crítica e psicanálise. 5. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2001.

STANLEY, Jason. Como funciona o fascismo: a política do “nós” e “eles”. Trad. Bruno Alexander. 6. ed. Porto Alegre: L&PM, 2020.

STERNHELL Zeev. The birth of fascist ideology: from cultural rebellion to political revolution. Tranl. David Maisel. New Jersey: Princeton University Press, 1994.

Downloads

Publicado

2023-12-29 — Atualizado em 2024-01-01

Versões