Fenomenologias em Heidegger
Do ser do ente ao evento do ser
Palavras-chave:
ontologia, método, inconspícuo, EreignisResumo
A despeito da longa jornada produtiva de Heidegger – que contabiliza pelo menos seis décadas –, em geral os comentários dedicados à compreensão da fenomenologia heideggeriana se detêm naquela fenomenologia elaborada no tratado Ser e Tempo e em outras oportunidades ainda na década de 1920. Há uma razão para isso: a partir da referida década, Heidegger progressivamente deixa de fazer referências a questões de método. Contudo, ao mesmo tempo em que isso não deve ser tomado como um abandono da fenomenologia, será válido considerar que o método tenha permanecido o mesmo durante mais de 60 anos de pensamento? O presente artigo visa destacar algumas modificações ocorridas no como se pensa a questão do ser. Com esse intento, o artigo explicita: (1) a fenomenologia do ser do ente [1927] a partir da exposição do seu objeto temático e do seu modo de proceder; (2) a fenomenologia do inconspícuo [1973] (que aqui tentamos explorar como uma fenomenologia do evento do ser), ensaiada no último seminário de Heidegger, e para a qual também tentaremos expor seu objeto temático e modo de proceder.
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