Os Conjuros de Pierina: a recusa da nomeação do outro-opressor como manifestação de (Re)existência
Palavras-chave:
Mulher rural, Nomeação, Sentidos de resistência.Resumo
Promovemos neste artigo, o encontro e o diálogo deSilvia Federici (2010), Oyèronké Oyewímí (2017) e Pierina Lira (2021) criando um espaço de escuta e análise das condições de uma mulher produtora rural, buscando caminhos para o reconhecimento das práticas de resistência estipuladas por Pierina ao não nomear seu marido/opressor, reduzindo assim sua presença ao pronome “ele”, reduzindo a presença deste na sua história. Evidenciamos nestas atitudes de proteção dos espaços, pessoal e coletivo, presente na vida das mulheres. Os temas que desenvolvemos, como a recusa da nomeação do outro; trabalho; violência; solidão e interações; realizações, desejosos e sentidos da resistência, tem como base o documentário produzido sobre a vida de Pierina Lira, no qual ela além de contar sobre sua história de vida reflete sobre seu empoderamento e seus desafios. Finalizamos este encontro se finda, atribuindo à nossa protagonista alguns conjuros de liberdade. A recusa em dizer o nome do marido, é um gesto possível de auto-reparação utilizado por Pierina para reduzir o espaço ocupado pelo opressor, para ocupar mais espaço ela mesma, deixar crescer seu corpo-mulher, que tudo registra e vive todas: as dores e os sonhos realizados, mas que reivindica por ter seu espaço, e o amplia simbólica e objetivamente pela narrativaReferências
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