Uma possível narrativa contra a narrativa dos “homens de bem” em A Náusea: um diálogo entra Sartre e Walter Benjamin
Palavras-chave:
Sartre, Benjamin, Literatura, ExistencialismoResumo
Vemos em A Náusea algo como uma sociologia da má-fé onde papeis sociais diferentes elaboram suas diferentes narrativas para se tornarem objetos. Há a narrativa do “amador” que pode falar no interior de sua casa, mas que deve se calar perante o chefe que é o profissional da experiência detentor do direito de narrar nos espaços públicos. O chefe tem o direito de existir e o sentido da existência dos “amadores” está subordinada aos chefes. Aqui é possível traçar um paralelo com Benjamin para quem o poder da classe dominante se exerce não só pela dominação política e econômica, mas também pela imposição de uma narrativa histórica. O objetivo desse artigo e pensar em uma possível narrativa de resistência aos “homens de bem” a partir da compreensão do tempo apresentado em O ser e o nada que se distingue daquela que vemos em A Náusea.
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