O Sentido de Profundidade como Idealidade de Horizonte na Ontologia de Maurice Merleau-Ponty
Palavras-chave:
Profundidade. Expressividade criadora. Idealidade de horizonte. Ontologia. Pintura.Resumo
A questão da representação da terceira dimensão foi tratada pelos artistas e pelos historiadores da arte em diferentes períodos e modos. A pintura por meio de uma linguagem que lhe é própria – tácita – tal como uma expressividade criadora, permite-nos observar a “realidade pictural” e que é coextensiva ao mundo da vida. A essa linguagem inauguradora Merleau-Ponty chama de idealidade de horizonte. Dentro deste contexto, nosso objetivo, aqui, é mostrar que a pintura, como um ato expressivo e criador, pode nos fazer perceber que a profundidade que experienciamos nela é semelhante à ontológica apontada por Merleau-Ponty. Não obstante permitir-nos um acesso indireto à gênese interminável do Ser, a pintura nos possibilita observar o “outro lado” da visibilidade. Assim, centraremos nossa atenção, sobretudo, no texto merleau-pontyano A linguagem indireta e as vozes do silêncio no que tange à profundidade e sua relação com a idealidade de horizonte proposta por Merleau-Ponty.
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