Análise do Filme Girl: Transexualidade e Interações Sociais na Adolescência
Resumo
O presente estudo teve como objetivo compreender as interações sociais enquanto adolescente transexual em diferentes espaços, assim como compreender a relação entre a formação da autoimagem durante a adolescência e a transexualidade, através da análise das relações de grupos cisgênero presentes no convívio social da adolescente transexual, com base na observação e análise do filme "Girl" e suas personagens. Os dados foram compreendidos de forma qualitativa a partir da análise e discussão entre as pesquisadoras sobre os conceitos e categorias abordados pelo filme. Observou-se que a personagem principal apresentava um comportamento retraído e suas interações sociais foram perpassadas por preconceito e discriminação. A dificuldade em criar laços e a sua relação difícil e dolorosa com o próprio corpo denotam a construção de um autoconceito negativo. Sugere-se a realização de novos estudos sobre a transexualidade na adolescência e retraimento social, principalmente no Brasil, tendo em vista a escassez de pesquisas sobre tais temas.Referências
American Psychiatric Association. (2002). DSM-IV. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. (4a ed). Porto Alegre: Artmed.
Brasil. (2010). História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Correia, J., Santos, A. J., Freitas, M., Ribeiro, O., & Rubin, K. (2014). As relações entre pares de adolescentes socialmente retraídos. Análise Psicológica, 32(4), 467–479. Recuperado de: http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/3962/1/AP_32_467-479.pdf. doi: https://doi.org/10.14417/ap.870
Correia, J., Santos, A. J., Freitas, M., Ribeiro, O., & Rubin, K. (2015). O retraimento social em adolescentes: Um estudo descritivo do seu ajustamento sócio-emocional segundo a perspectiva dos professores. Temas em Psicologia, 23(2), 255-267. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2015000200002. doi: https://dx.doi.org/10.9788/TP2015.2-02
Faria, L. (2002). A importância do auto-conceito em contexto escolar. In C. M. Lopes Pires, P. J. Costa, S. Brites, & S. Ferreira (Orgs.), Psicologia, sociedade & bem-estar (pp. 87-98). Leiria: Editorial Diferença
Flick, U. (2012). Introdução à metodologia de pesquisa: Um guia para iniciantes (1a ed.). Porto Alegre: Penso.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (4a ed.). São Paulo: Atlas.
Havighurst, R. J. (1951). Developmental tasks and education (2a ed.). New York: Longman Green.
Herek, G. M. (2009). Sexual prejudice. In T. Nelson (Ed.), Handbook of prejudice, stereotyping, and discrimination (pp. 439-465). New York: Psychology Press
Louro, G. L. (1997). Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista (2. ed.). Petrópolis: Vozes.
Lukas Dhont (Diretor). (2018). Girl [ Filme]. Dirk Impens.
Madureira, A. F. A., & Branco, A. U. (2015). Gênero, sexualidade e diversidade na escola a partir da perspectiva de professores/as. Temas em Psicologia, 23(3), 577 - 591. doi:10.9788/TP2015.3-05
Marsh, H. W., & Hattie, J. (1996). Theoretical perspectives on the structure of self-concept. In B. A. Bracken (Ed.), Handbook of self-concept. Developmental, social and clinical considerations (pp. 38-90). New York: John Wiley & Sons, Inc
Mendes, A. R., Dohms, R. P., Lettnin, C., Zacharias, J., Mosquera, J. J. M., & Stobäus, C. D. (2012). Autoimagem, autoestima e autoconceito: contribuições pessoais e profissionais na docência. Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil, 9. Recuperado de http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/724/374
Monro, S. (2005). Gender politics. Citizenship, activism and sexual diversity (1a ed). Londres: Luto Press
Nogueira, E. J. (2001). Rede de relações sociais: Um estudo transversal com homens e mulheres pertencentes a três grupos etários (Tese de Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. Recuperado de http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/253597/1/Nogueira_ElieteJussara_D.pdf
Nunes, S. A. N., Faraco, A. M., & Nunes, M. V. (2012). Correlatos e consequências do retraimento social na infância. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 64 (1), 122- 138. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v64n1/v64n1a10.pdf
Oliveira, J. (2019). "Estou fazendo hora extra no mundo”: o inesperado cotidiano da velhice trans.. Recuperado de: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/19/politica/1560972279_749450.html.
Organização Mundial Da Saúde. (1997) CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. (10a rev). São Paulo: Universidade de São Paulo.
Papalia, D. E. (2013). Desenvolvimento Humano (12 ed.). Porto Alegre: AMGH.
Rodrigues, A., Assmar, E.M.L., & Jablonsky, B. (2009). Psicologia social. Petrópolis: Vozes
Rosenberg, M. (2004). Recognizing Gay, Lesbian, and Transgender Teens in a Child and Adolescent Psychiatry Practice. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 42(12). 1517-1521. Retrieved from: https://www.jaacap.org/article/S0890-8567(09)62136-5/pdf. doi: 10.1097/00004583-200312000-00020
Rubin, K. H., Chen, X., McDougall, P., Bowker, A., & McKinnon, J. (1995). The Waterloo Longitudinal Project: Predicting internalizing and externalizing problems in adolescence. Development and Psychopathology, 7(4), 751-764. Retrieved from: https://www.cambridge.org/core/journals/development-and-psychopathology/article/waterloo-longitudinal-project-predicting-internalizing-and-externalizing-problems-in-adolescence/B1EE3FBB3C2FDE1192AD5FFB14416462. doi: https://doi.org/10.1017/S0954579400006829
Rubin, K. H., Root, A. K., & Bowker, J. (2010). Parents, Peers, and Social Withdrawal in Childhood: A Relationship Perspective. New Dir Child Adolesc Dev, 127, 79 - 94. Recuperado de https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3674826/pdf/nihms-403644.pdf
Shavelson, R. J., Hubner, J. J., & Stanton, G. C. (1976). Self-Concept: Validation of Construct Interpretations. Review of Educational Research, 46(3), 407–441. Retrieved from: https://journals.sagepub.com/doi/10.3102/00346543046003407. doi: 10.3102/00346543046003407
Teixeira, S.M.O., Souza, L.E.C., & Maia, L.M. (2018). Ageismo institucionalizado: uma revisão teórica. Revista Kairós-Gerontologia, 21(3), 129 - 149. Recuperado de https://ken.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/41448/27912
Trans Murder Monitoring. (2016) Trans Day of Remembrance (TDoR) 2016. Recuperado de: https://transrespect.org/en/tmm-trans-day-remembrance-2016/.
Zamboni, B. D. (2006). Therapeutic Considerations in Working With the Family, Friends, and Partners of Transgendered Individuals. The Family Journal, 14(2), 174–179. Retrieved from: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1066480705285251. doi: 10.1177/1066480705285251
Zanette, J. E., & Felipe, J. (2017). Dos enigmas da infância: quando a transexualidade tensiona os scripts de gênero. Para pensar a educação infantil em tempos de retrocessos: lutamos pela educação infantil. Porto Alegre: Ed. da UFRGS.
Zerbinati, J.P., & Bruns, M.A.T. (2018). A Família de Crianças Transexuais: O Que a Literatura Científica Tem a Dizer?. Pensando Famílias, 22(2), 37 - 51. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v22n2/v22n2a04.pdf