Loucura e Imaginação - A esquizofrenia na obra literária e dramatúrgica de Jean-Paul Sartre

Autores

Palavras-chave:

esquizofrenia, imaginário, psicanálise existencial

Resumo

Com base em sua psicanálise existencial, Sartre realizou diversas análises biográficas de escritores e artistas - entre eles Baudelaire, Mallarmé, Genet e Flaubert - com a intenção de descrever a relação entre autor, obra e mundo. Embora estes autores tenham experimentado, em diferentes graus, vivências de irrealização, Sartre não procurou, ao que tudo indica, descrever a vivência de artistas que tenham sofrido com esquizofrenia e episódios psicóticos. A questão que se coloca nesse artigo pode ser formulada assim: É possível considerar a aplicação da psicanálise existencial em casos de esquizofrenia e de suas consequentes desintegrações e episódios psicóticos? A fim de encontrar elementos para uma resposta a essa interrogação, será retomada a descrição daquilo que Sartre chamou de “patologia da imaginação” em O Imaginário. Uma vez estabelecidas as definições próprias aos tipos de esquizofrenia e episódios psicóticos através do método fenomenológico, será possível realizar uma análise de duas obras em que personagens que padecem dessa patologia aparecem: o conto O quarto e a peça Sequestrados de Altona. A análise destes textos permitirá evidenciar certos aspectos da esquizofrenia e de como Sartre a compreendia.

Biografia do Autor

Fabio Caprio Leite de Castro, PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutor em Filosofia pela Universidade de Liège (Bélgica). Professor do Programa de Pós-graduação em Filosofia da PUCRS.

Referências

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Publicado

2020-02-03

Edição

Seção

Artigos - Temático