Análise dos impactos da Covid-19 sobre o setor de serviços no Brasil e em Santa Catarina

Autores

  • Andrey Ide
  • Lauro Mattei

Resumo

A partir de fevereiro de 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil iniciou uma trajetória de queda decorrente da nova dinâmica que se impôs nas relações econômicas devido à pandemia da Covid-19. Por contribuir com 70% do PIB a nível nacional e com 60% do PIB catarinense, o setor de serviços puxou esta trajetória para baixo. Sua característica de baixos custos de entrada e de saída facilita a criação de empreendimentos autônomos com absorção de mão de obra barata, fato que contribui para ampliar as taxas de informalidade no mercado de trabalho. Em 2021, o setor se recuperou dos resultados deficitários, porém dois de seus cinco subsetores ainda se encontravam abaixo do nível pré-pandêmico. Esse é um setor muito heterogêneo e que depende muito da presença física dos consumidores. Com as medidas de contenção da Covid-19 no ano de 2020, meios de transporte pararam, aulas presenciais se transformaram em EAD, o teletrabalho se expandiu, restaurantes, centros de ensino e estética, academias e demais serviços não essenciais foram interrompidos. O resultado foi uma queda expressiva dos indicadores desse setor ao longo do primeiro ano da pandemia. Todavia, diante da necessidade dos empreendedores reativarem seus negócios e dos trabalhadores brasileiros e catarinenses gerarem renda, notou-se uma recuperação das atividades ao longo de 2021. Dada a importância dos Serviços na Economia, este estudo analisa as variações no volume de serviços prestados na última década, com enfoque especial nos últimos dois anos, a fim de compreender os principais impactos da pandemia no setor, bem como discutir o atual cenário de recuperação e as perspectivas do setor no ano de 2022.

Referências

ARBACHE, Jorge. Produtividade no Setor de Serviços. In: DE NEGRI, Fernanda; CAVALCANTE, Luiz Rricardo (Orgs.). Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes. Brasília: ABDI: IPEA, vol. 2, 2015. p. 277-300.

BCB – Banco Central do Brasil. Carta Aberta explicando a inflação acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2021. Redigida pelo Presidente do BCB, Roberto Oliveira Campos Neto. Disponível em: < https://www.bcb.gov.br/content/controleinflacao/controleinflacao_docs/carta_aberta/OF_CIO_823_2022_BCB_SECRE_01.pdf >. Acesso em: 01 mar. 2022.

COPOM – Conselho de Política Monetária. Comunicado 38.452 do COPOM. Diário Oficial da União, 2022. Disponível em: < https://www.in.gov.br/web/dou/-/comunicado-n-38.452-de-16-de-marco-de-2022-386913166 >. Acesso em 22 mar. 2022.

CASTRO, Saulo de Souza Guerra Ferreira; BARBOSA, Renato Castro de Faria; SILVA, Gustavo Felipe Pereira da; LIMA, Marcus Flávio Souza; MESQUITA, Erlan Pereira. Relatório do Comércio Exterior Brasileiro de Serviços 2020. Brasília: Ministério da Economia - Secretaria de Comércio Exterior. Disponível em: < https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/publicacoes-secex/boletins-de-comercio-exterior/arquivos/relatorio-servicos-2020.pdf >. Acesso em: 3 fev. 22.

ELIAS, Lilian de Pellegrini; FRONZA, Mateus Victor Cassol; MATTEI, Lauro. Impactos da Covid-19 sobre o setor de serviços no Brasil e em Santa Catarina nos primeiros oito meses de 2020. Revista NECAT (ISSN 2317-8523) v. 9, n. 17 (2020). Florianópolis: Núcleo de Estudos de Economia Catarinense – Universidade Federal de Santa Catarina, 2020. Disponível em: < https://revistanecat.ufsc.br/index.php/revistanecat/issue/viewIssue/291/142 >. Acesso em: 20 dez. 2021.

FGV – Fundação Getúlio Vargas. Confiança do setor de serviços sobe 3,0 pontos em março. FVG IBRE, Sondagem de Serviços, 2022. Disponível em: < https://portalibre.fgv.br/sites/default/files/2022-03/sondagem-de-servicos-fgv_press-release_mar22_0.pdf>. Acesso em 13 abr. 2022.

GAMA NETO, Ricardo Borges. Impactos da Covid-19 sobre a Economia Mundial. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 2, n. 5, p. 113–127, 2020. DOI: 10.5281/zenodo.3786698. Disponível em: < https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/134 >. Acesso em: 22 fev. 2022.

GOULARTI FILHO, Alcides Goularti. Formação Econômica de Santa Catarina: uma tentativa de síntese. In: A socioeconomia catarinense, cenários e perspectivas no início do século XXI. Chapecó: Argos, 2010.

GOULARTI FILHO, Alcides. Padrões de crescimento e diferenciação econômica em Santa Catarina. Tese de Doutoramento apresentada à Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2001. Disponível em: < https://necat.paginas.ufsc.br/files/2011/10/Alcides-Goularti-Filho1.pdf >. Acesso em: 26 jan. 2022.

HEINEN, Vicente Loeblein; MATTEI, Lauro. Quem foram os trabalhadores mais atingidos pela crise associada à pandemia da Covid-19 em Santa Catarina? Florianópolis: Núcleo de Estudos de Economia Catarinense – Universidade Federal de Santa Catarina, 2020. Disponível em: < https://necat.ufsc.br/quem-foram-os-trabalhadores-mais-atingidos-pela-crise-associada-a-pandemia-da-covid-19-em-santa-catarina/ >. Acesso em: 20 dez. 2021.

IBGE. Cidades e Estados: população estimada de Santa Catarina. IBGE, 2021a. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sc.html >. Acesso em: 05 jan. 2022.

IBGE. Contas Nacionais Trimestrais: indicadores de volume e valores correntes (2021b). Disponível em: < https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/2121/cnt_2021_4tri.pdf >. Acesso em: 08 mar. 2022.

IBGE. Pesquisa Anual de Serviços 2019. IBGE: Rio de Janeiro, v. 21, p. 1-8, ISSN 1519-8006, 2021c. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/servicos/9028-pesquisa-anual-de-servicos.html?=&t=publicacoes#:~:text=Sobre%20-%202019,receitas%2C%20despesas%20e%20valor%20adicionado >. Acesso em: 04 jan. 2022.

IBGE. Pesquisa Mensal de Serviços. Indicadores IBGE, 2022a. Disponível em: < https://sidra.ibge.gov.br/home/pms/brasil >. Acesso em: 20 jan., 18 fev., 17 mar, e 14 abr. 2022

IBGE. Pesquisa Mensal de Serviços. Série Relatórios Metodológicos. Rio de Janeiro: IBGE, 2022b. Disponível em: < https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=72419 >. Acesso em: 17 mar. 2022.

IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Séries Histórias: taxa de desocupação, jul-ago-set 2020a. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?edicao=20652&t=series-historicas >. Acesso em 12 dez. 2021.

IBGE. PIB por Unidade da Federação, 2019. In: PIB dos Municípios. Rio de Janeiro: IBGE, 2021d. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html?=&t=destaques >. Acesso em: mar. 2022.

IBGE, Sistemas de Contas Nacionais. Rio de Janeiro: IBGE, 2020b.

IPEA. Estrutura e dinâmica do setor de serviços no Brasil. Organizadores: João Alberto De Negri, Luis Claudio Kubota. Brasília: IPEA, 2006. 502 p.

IPEA. O setor serviços no Brasil: uma visão global – 1985/95. Texto para discussão nº 549. Rio de Janeiro; Brasília: IPEA, 1998. Disponível em: < http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/2381/1/td_0549.pdf >. Acesso em 10 dez. 2021.

NASCIMENTO, L. Caged: Brasil cria 328 mil empregos com carteira assinada em fevereiro. Agência Brasil, 2022. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/ noticia/2022-03/caged-brasil-cria-328-mil-empregos-com-carteira-assinada-em-fevereiro >. Acesso em 29 mar. 2022.

MANS, Matheus. Setor de serviços emprega 55 milhões de brasileiros. Yahoo Finanças, 2021. Disponível em: < https://br.noticias.yahoo.com/setor-de-servicos-emprega-55-milhoes-de-brasileiros-080051828.html >. Acesso em 28 mar. 2022.

MATTEI, Lauro. LINS, Hoyêdo Nunes. A socioeconomia catarinense, cenários e perspectivas no início do século XXI. Chapecó: Argos, 2010.

MUNARO, M. E. Descentralização político-administrativa: uma análise de Santa Catarina entre 2003 e 2018. Florianópolis (SC): UFSC- Departamento de Economia e Relações Internacionais (Monografia de conclusão do curso de Economia), 2022.

NASS, Victor Hugo Azevedo; LOPES, Allan da Cruz. Serviços continuam liderando a geração de empregos formais de Santa Catarina em setembro. Florianópolis: Núcleo de Estudos de Economia Catarinense – Universidade Federal de Santa Catarina, 2021. Disponível em: < https://necat.ufsc.br/servicos-continuam-liderando-a-geracao-de-empregos-formais-de-santa-catarina-em-setembro/ >. Acesso em 12 jan. 2022.

PEREIRA, Anthony W.; MATTEI, Lauro. The Brazilian economy today: towards a new socio-economic model? London; New York: Palgrave Macmillan, 2015.

Raio-x do Produto Interno Bruto Catarinense. In: Economia de SC: raio-x do PIB mostra por que o Estado tem o sexto melhor resultado do país, 2020. Disponível em < https://ndmais.com.br/economia-sc/economia-sc-pib-sexto-resultado-pais/ >. Acesso em 15 mar. 2022.

RODRIGUES, Alex. Ministério da Saúde confirma primeiro caso de coronavírus no Brasil. Brasília: Agência Brasil, 2020. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-02/ministerio-da-saude-confirma-primeiro-caso-de-coronavirus-no-brasil >. Acesso em: 15 fev. 2022.

USP – Universidade de São Paulo – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Monitoramento de novos óbitos confirmados de COVID-19 – Brasil. Disponível em: < https://ciis.fmrp.usp.br/covid19/brasil >. Acesso em: dez. 2021.

Downloads

Publicado

2022-05-13