Segregação socioespacial na Grande Florianópolis: alguns apontamentos históricos e estatísticos
Palavras-chave:
Florianópolis, Urbanização, SegregaçãoResumo
A mesorregião da Grande Florianópolis expressa um conjunto de contradições econômicas, sociais e demográficas vigentes de um modo geral em todo o Estado de Santa Catarina. Nas últimas décadas, processos de desintegração de complexos produtivos importantes nas regiões Sul e Oeste Catarinense alteraram não apenas a distribuição do valor no Estado como de sua própria população no espaço. Assim, processa-se uma concentração populacional nas cidades litorâneas de Santa Catarina, pari passu um esvaziamento nas mesorregiões citadas, bem como na Serrana. Além destas migrações internas, contribui para o crescimento das cidades litorâneas, particularmente aquelas que compõem a Mesorregião da Grande Florianópolis, migrações interestaduais e, até mesmo, internacionais. O crescimento populacional via migrações (no município de Florianópolis, 52% dos moradores não é natural da cidade, ao passo que 15% de sua população chegou à cidade somente entre 2005 e 2010) expressa, não apenas processos regionais de expulsão populacional, como também um processo de atração populacional na Grande Florianópolis, centrado na imersão histórica de Florianópolis enquanto uma “cidade-mercadoria”. O conceito de “cidade-mercadoria” será utilizado para ilustrar teoricamente a conversão específica de Florianópolis de espaço para objeto da valorização do capital, por meio de seu sistemático anúncio como cidade turística. Enquanto “cidade-mercadoria”, a Grande Florianópolis passa a articular dinâmicas específicas de atração população com segregação sócioespacial. A principal consequência da combinação destes processos é a elitização da região insular da cidade e o maior crescimento populacional de cidades como Biguaçu, Palhoça e São José, através da mobilidade intra-urbana na Região da Grande Florianópolis. Pretende-se, com este artigo, contribuir ao entendimento das transformações urbanas na região e o conhecimento das especificidades com as quais as suas principais cidades (Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça) relacionam-se com estas transformações.
Referências
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