O comportamento da indústria catarinense a partir dos resultados da balança comercial entre 2000-2008

Autores

  • Ângelo Brião Zanela Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Cássio Andrei Bortoluzzi
  • Rosemari Fatima Orlowski Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Indústria Catarinense, Plano Real, Balança Comercial

Resumo

As diversidade regional de Santa Catarina, tanto por meio dos aspectos geográficos e sociais como econômicos, contribui para a dinamicidade de sua estrutura econômica. Desde sua ocupação, as diferentes regiões foram se moldando em função das atividades econômicas nelas desenvolvidas. Atualmente o estado possui grande importância no cenário nacional no que tange ao comércio exterior. Neste sentido, o presente estudo analisa a formação e expansão dos setores alimentício, têxtil, metal-mecânico e cerâmico, além de identificar o comportamento desses setores no saldo da balança comercial do estado. O setor alimentício, atualmente base da economia do oeste catarinense, desenvolveu-se a partir da produção de excedente dos colonizadores que mais tarde passaram a fazer parte do processo de integração com as agroindústrias. O setor têxtil é o mais antigo no estado e também o mais afetado pelo processo de abertura comercial. O setor metal-mecânico surgiu articulado ao ciclo ervateiro e se consolidou com a expansão da economia nacional a partir da década de 1970. O setor cerâmico, que se desenvolveu na região sul tomando espaço da atividade carvoeira, é impulsionado pela expansão da construção civil no mercado interno. O processo de industrialização em Santa Catarina se intensifica com o processo de industrialização nacional, muito no sentido de atender às necessidades internas e posteriormente volta-se para a exportação. Da mesma forma, as políticas voltadas à desnacionalização da indústria irão se refletir no estado. Com a moeda nacional valorizada, medida adotada visando aumentar as importações e conter os preços internos, o saldo da balança comercial do estado se reduziu drasticamente. Constatou-se que o processo de abertura comercial afetou de forma desigual os segmentos industriais, sendo que o setor têxtil foi o mais prejudicado. Entre os setores analisados, o alimentício e metal-mecânico ganharam espaço na balança comercial do estado, enquanto que se observou significativa retração dos setores têxtil e cerâmico.

 

Biografia do Autor

Ângelo Brião Zanela, Universidade Federal da Fronteira Sul

Professor do Curso de Administração da UFFS/Campus Chapecó; Mestre em Economia de Empresas/UFP

Cássio Andrei Bortoluzzi

Bacharel em Ciências Econômicas/Unochapecó

Rosemari Fatima Orlowski, Universidade Federal da Fronteira Sul

Acadêmica do Curso de Administração da UFFS/Campus Chapecó. Bacharel em Ciências Econômicas/Unochapecó; Mestre em Desenvolvimento Regional/UNISC

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Publicado

2020-11-19