Padrões de concentração da pauta exportadora de Santa Catarina, 1998-2012

Autores

  • Graciella Martignago Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Fernanda Steiner Perin Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Thomas Henrique Schreurs Pires

Palavras-chave:

pauta exportadora, concentração, Santa Catarina

Resumo

A maior abertura comercial e a maior integração à economia internacional são identificadas como benefícios para o tecido industrial das regiões. O Brasil ainda é uma economia fechada com baixo grau de inserção internacional, e para a superação desta fragilidade, faz-se necessário analisar o desempenho dos produtos brasileiros e dos mercados envolvidos no comércio internacional. Com o objetivo de contribuir com esta temática, este estudo tem como objetivo analisar a concentração da pauta exportadora do estado de Santa Catarina, região de importância histórica para a inserção de produtos manufaturados no Brasil. Para tanto, foi coletado os dados referentes à pauta exportadora catarinense para o período de 1998 a 2012. A análise se baseou, em um primeiro momento, na observação dos valores dos bens exportados e dos países de destinos por subperíodos de cinco anos. Ademais, também foram realizados estudos estatísticos e econométricos que objetivavam averiguar a concentração das exportações catarinenses. Notou-se que as exportações catarinenses seguem uma distribuição em cauda longa, a qual indica que a maior parte do valor exportado está concentrada em um pequeno estrato de produtos. Constatou-se também que, ao longo dos subperíodos observados, ocorreu um aumento da concentração de produtos exportados pelo Estado e uma menor concentração dos mercados de destino. Estes revelam mudança significativa de participação, com maior relevância para os países asiáticos, enquanto a América do Sul, Estados Unidos e Europa perdem participação no total exportado pelo Estado. Os resultados corroboram os estudos que verificam a existência de concentração nas exportações de países e regiões, mas revela uma concentração menor do que a indicada por Easterly et al (2009) ou Magalhães e Toscano (2012).

Biografia do Autor

Graciella Martignago, Universidade do Sul de Santa Catarina

Professora doutora da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Fernanda Steiner Perin, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Thomas Henrique Schreurs Pires

Mestre em Economia pela UFSC

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Publicado

2020-11-19