Revolução e indigenismo no marxismo latino-americano de Mariátegui

Autor/innen

  • Maria Emília Coelho UnB

Abstract

O pensador peruano José Carlos Mariátegui partiu de uma visão socialista e revolucionária e de uma análise original para definir o “problema do índio” como um “problema da terra”. Seu primeiro esforço foi romper com o ponto de vista filantrópico das ações indigenistas da sua época, para colocar a problemática indígena como uma questão socioeconômica e de direito à terra. Uma reinvindicação absolutamente materialista, afirmou Mariátegui, em 1928, em defesa de um novo Peru. O presente artigo visa apresentar os diferentes autores que analisaram a sua obra e o seu pioneirismo em adaptar a teoria marxista à realidade latino-americana, demostrando como sua “subversão epistêmica” superou o pensamento evolucionista e homogeneizante nos processos de construção da nação peruana e do indigenismo no início do século XX, deixando sua marca nas discussões sobre os paradigmas das Ciências Sociais na América Latina até a atualidade.

Palavras-chave: Mariatégui, Marxismo latino-americano, Socialismo indígena, Indigenismo.

Autor/innen-Biografie

Maria Emília Coelho, UnB

Maria Emília Coelho é atualmente mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Estudos Comparados nas Américas, do Departamento de Estudos da América Latina (ELA), da Universidade de Brasília (UnB). Pesquisadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Movimentos Indígenas, Políticas Indigenistas e Indigenismo (LAEPI), é também membro do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas (OBIND). Graduada em Comunicação Social, produziu diversas reportagens, vídeos institucionais e documentários autorais. Entre eles, o documentário “Me Voy (2011), sobre os impactos socioambientais da construção da Rodovia Interoceânica Sul, na fronteira Brasil-Peru. Desde 2007 trabalha na Amazônia peruana e brasileira, produzindo e sistematizando conteúdo para organizações indígenas, indigenistas e ambientais, e colaborando para a imprensa brasileira e internacional. Nos últimos anos, atua como consultora para Comissão Pró-Índio do Acre, Centro de Trabalho Indigenista, Fundação Nacional do Índio, Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Acre, União Internacional para Conservação da Natureza, WWF Brasil, entre outras organizações da sociedade civil e governamentais.

Veröffentlicht

2020-06-25

Ausgabe

Rubrik

Artigos