A Incorporação de tecnologias 4.0 pelo agronegócio no capitalismo dependente
considerações sobre o complexo celulósico-papeleiro em Três Lagoas-MS
Resumo
O presente artigo traz algumas considerações críticas acerca da incorporação estratégica pelo agronegócio de tecnologias da chamada “Indústria 4.0”, notadamente pelo setor de eucalipto, papel e celulose. Busca, portanto, sinalizar para certos aspectos do que pode ser considerado um processo de integração em andamento tendo em vista as transformações no capitalismo coevo, assim como certas ações do agronegócio brasileiro. Metodologicamente, recorre-se à Teoria Marxista da Dependência e algumas de suas categorias fundamentais (dependência, superexploração, etc.), bem com a análise de documentos e textos relacionados à temática do agronegócio de eucalipto, celulose e papel, especialmente os relatórios de sustentabilidade da empresa Suzano Papel e Celulose S.A. Recorre ainda a um conjunto de matérias divulgadas sobre o assunto pela imprensa e pelos representantes do agronegócio. Por fim, a partir de certas ações da Suzano no munícipio de Três Lagoas-MS, o artigo procura sinalizar para a exacerbação de determinados impactos negativos para os trabalhadores/as do setor com a consumação do chamando “Agro 4.0”. Nesse sentido, destaca o papel da força de trabalho de terceirizados que, combinada ao aparato tecnológico, tem tido importante relevância para a produção de eucalipto, celulose e papel no município, mas, ao mesmo tempo, enfrenta condições de precarização e superexploração potencializadas pelo aparato tecnológico
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