PERI https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri Revista eletrônica de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina pt-BR PERI 2175-1811 <ol><ol><li>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR">Creative Commons Attribution License</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.</li><li>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</li><li>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</li></ol></ol> Expediente https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7226 Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 Editorial https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7223 <p>nada consta</p> Copyright (c) 2023 Felipe Moralles e Moraes https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 Denis Diderot e o conto filosófico https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6107 <p>No Século das Luzes, a relação entre as disciplinas de Literatura e Filosofia era estreita. A despeito do debate entre a superioridade de uma em relação à outra, diversos autores se valeram livremente de recursos literários para a expressão filosófica. Denis Diderot é um pensador que transita entre esses dois domínios de maneira exemplar. O que tentaremos fazer neste artigo é sublinhar uma relação possível entre O Suplemento à viagem de Bougainville, um escrito literário, e o capítulo “Sobre a moral”, escrito por Diderot para a História das duas Índias, de Guillaume Raynal. Mais especificamente, mostraremos como o conto contém em si reflexões filosóficas pensadas a partir de um exemplo cujos princípios são sintetizados no capítulo das duas Índias. Para tanto, nos concentraremos em um dos aspectos por trás da Teoria diderotiana dos Três Códigos: a questão da liberdade sexual no exemplo taitiano.</p> Kamila Babiuki Copyright (c) 2023 Kamila Babiuki https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 103 118 Governamentalidade e governamentalidade algorítmica https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6116 <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo do presente artigo é realizar uma análise relacional dos conceitos de governamentalidade algorítmica, proposto por Rouvroy e Berns e de governamentalidade, proposto por Foucault, buscando entender as continuidades e diferenças do primeiro em relação ao último em termos epistêmicos e sociopolíticos. Para isso, dividiremos nossa exposição em dois momentos: o primeiro é dedicado à exposição de conceitos políticos foucaultianos como biopoder, dispositivos de poder e governamentalidade; e o segundo é dedicado ao conceito de governamentalidade algorítmica, em que buscaremos entender as transformações operadas pelas estratégias e tecnologias de poder na virada do paradigma disciplinar para o paradigma do controle, tal como introduzido no debate contemporâneo por Deleuze. Concluímos argumentando que a governamentalidade algorítmica carrega, enquanto tecnologia política, preocupações semelhantes à governamentalidade tradicional, mas as atualiza em uma nova estrutura tecno-epistêmica, que tende a produzir novas formas de subjetivação que não são mais sustentadas no discurso jurídico ou na disciplina, mas na construção de perfis digitais.</span></p> Jorge Luiz Domiciano Copyright (c) 2023 Jorge Luiz Domiciano https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 119 138 Quem cala, morre contigo https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6077 <p>A violência é parte de nosso cotidiano. Ainda assim, ela parece naturalizada, como se fosse apenas mais uma notícia de jornal. Esse procedimento de apresentá-la como um amontoado de fatos é uma das facetas de uma concepção que tende a interpretar o mundo não como uma construção histórica, mas como um fluxo contínuo, logo, como um tempo homogêneo e vazio, tal como formulado por Walter Benjamin. Sendo assim, a pergunta que movimenta esse trabalho é saber o que a canção Menino (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos) pode nos ensinar sobre a maneira pela qual, atualmente, lidamos com as ações violentas, posto que ela é uma homenagem ao estudante Edson Luís, assassinado pelo Estado durante a ditadura militar. A versão original foi lançada em 1976. O ponto de comparação será feito à partir da regravação da mesma canção, lançada em 2020 por João Casimiro, em uma espécie de vídeo-performance que conta com participação da dançarina Aline Serzedello. Para tanto, a proposta de análise é buscar nas estruturas das obras (poéticas, musicais e performáticas) a maneira como elas dão forma à revolta frente ao ocorrido.</p> Vinícius José Fecchio Gueraldo Copyright (c) 2023 Vinícius José Fecchio Gueraldo https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 139 153 Figuras literárias e reflexão ético-política no século XVIII https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6106 <p align="justify"><span style="color: #00000a;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="font-size: medium;">Este artigo busca apresentar a intersecção entre elementos literários e filosóficos na reflexão iluminista francesa, a partir do modo como a figura do outro, por exemplo, o estrangeiro, o selvagem, e o extraterrestre, pode ser empregada como elemento reflexivo. A intenção desse tipo de reflexão não envolve um olhar de tipo antropológico que buscaria um melhor entendimento da figura do outro, participante de outra cultura ou mesmo de outro planeta, mas antes de contraponto para a percepção de si. A literatura oferece uma abertura de tipo ficcional muito explorada para que uma tese filosófica fosse colocada em perspectiva. Desse modo, Montesquieu emprega a figura do estrangeiro para uma tomada de distância em relação aos costumes parisienses. Diderot se vale da figura do chamado “selvagem” para uma tomada de distância mais intensa em relação aos costumes europeus e, por sua vez, Voltaire, oferece um retrato ficcional de um extraterrestre para efetuar uma crítica à filosofia do seu tempo. Qual é o papel do outro nesses textos, que tipo de reflexão é realizada a partir desses recursos literários?</span></span></span></p> Rafael de Araújo e Viana Leite Copyright (c) 2023 Rafael de Araújo e Viana Leite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 154 168 Arthur Schopenhauer e o medo da morte https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6111 <p>Tudo o que se conhece no mundo fenomênico são formas de objetivação da Vontade. A Vontade é tratada por Schopenhauer como cega, arbitrária, tirânica e brutal, sendo responsável por todo o sofrimento da vida. Dentre os diversos medos e temores existenciais, a morte é o maior entre eles, a ideia de finitude é o que mais aterroriza o ser humano. Sabendo disso, Arthur Schopenhauer desenvolveu um pensamento filosófico acerca da morte que fornece uma resposta possível para a referida aflição comum à humanidade. Morte e vida seriam partições do mesmo ciclo no qual existem dois extremos de não-ser: o antes da vida e o pós-morte. Se a vida e a morte formam uma unidade, o que faz o indivíduo temer a morte, porém, não a vida (na mesma intensidade)? O pensamento schopenhaueriano mostra que deveriam da mesma forma temer a vida, visto que ela pode ser ainda pior. A morte para o sujeito é apenas um cessar da consciência, que é somente resultado da vida orgânica e não a causa dela. A falta de consciência da morte e a mera consciência do presente (nunc stans) tem como consequências angústias e frustrações de não conseguir alcançar a eternidade. Sendo assim, o presente trabalho problematiza a “filosofia da morte” em Schopenhauer e a relação com a indestrutibilidade do nosso ser-em-si. Busca indicar possibilidades de amenização do medo da morte através de duas vias: a do autoconhecimento enquanto Vontade (metafísico/conhecimento) e a da busca de uma vida mais suportável e menos infeliz possível (eudemonológica). Assim, percebendo-se enquanto constituinte de um ser-em-si que é impossível de ser aniquilado com a morte, ou aceitando a impossibilidade de uma vida ausente de dores, Schopenhauer mostra vias diretas para a possível superação e amenização do medo de morrer – e de diversos outros medos existenciais.</p> Milene Lobato Copyright (c) 2023 Milene Lobato https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 169 185 A teoria de Theodor W. Adorno sobre o fascismo https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6088 <p>Este artigo argumenta, com base na obra de Theodor W. Adorno, que o extremismo de direita não pode ser explicado como um tipo psicológico, movimento classista ou cultural, mas primariamente como uma estrutura formal de pensamento e linguagem. A partir dessa interpretação, as constituintes formais descritas por Adorno são articuladas em três esquemas responsáveis por conferir ao pensamento autoritário a ordenação rígida das experiências: o inimigo escolhido, a suspeita vazia e a corrupção geral. Ao final, o artigo apresenta a perspectiva do teórico crítico sobre como combater os movimentos radicais de direita no campo do pensamento político.</p> Felipe Moralles e Moraes Copyright (c) 2023 Felipe Moralles Moraes https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2024-01-01 2024-01-01 15 2 186 207 Da necessidade de aumentar a diversidade cultural no ensino universitário de filosofia https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7186 <p>É um fato que os(as) estudantes brasileiros(as) são formados por diversas matrizes culturais, majoritariamente indígenas, europeias e africanas. Porém, até o presente ano de 2023, somente o pensamento das matrizes europeias tem sido ensinado de forma suficiente nos cursos de Filosofia. Assim,&nbsp;em termos de representatividade, o ensino de filosofia no Brasil não reflete satisfatoriamente todas as matrizes filosóficas culturais de filosofia dos(as) seus estudantes. Há, ao contrário, um distanciamento cultural entre o que é ensinado e o que compõe culturalmente os agentes sociais que estão a se formar e Filosofia. O problema não que inexistem filosofias além da matriz europeia, mas que filosofias fora dessa matriz são sistematicamente ignoradas nos currículos. Contra essa situação, neste ensaio defendo que há a&nbsp;necessidade de aumentar a diversidade cultural do que é ensinado nos cursos de filosofia. Apresentarei dois argumentos: (1) um centrado em leis, (2) outro fundamentado na noção de representatividade psicossocial. Levanto a hipótese de que o aumento da diversidade pode levar a mais adesão e engajamento de estudantes nos cursos de Filosofia. Concluo levantando as vantagens e desvantagens dessa abertura e diversificação cultural nos currículos de Filosofia, e possíveis formas de superar as desvantagens.</p> Matheus Oliva da Costa Copyright (c) 2023 Matheus Oliva da Costa https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2024-01-16 2024-01-16 15 2 1 13 Filosofia e interdisciplinaridade https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/6909 <p>Neste trabalho, eu abordarei a relação entre filosofia e interdisciplinaridade. Vou explorar essa relação apresentando os exemplos dos domínios da engenharia e da sustentabilidade. Na primeira parte, estabeleço uma distinção entre filosofia e ciência. Na segunda parte, apresento a ideia de interdisciplinaridade. Na terceira parte, mostro como o avanço tecnológico promovido pela engenharia promove a obsolescência dos nossos conceitos, o que nos força a um retorno à filosofia. Na parte final, procuro mostrar o diálogo necessário entre o domínio interdisciplinar da sustentabilidade e o domínio filosófico, em particular, a ética.</p> Rogério Antonio Picoli Copyright (c) 2023 Rogério Antonio Picoli https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 14 32 Genealogia do pessimismo https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7201 <p>No Livro VII da <em>República </em>Platão constrói a <em>Alegoria da caverna</em> como um dispositivo para comunicar, de modo simples e acessível, a sua visão do mundo desde o ponto de vista metafísico e epistemológico; no Livro VI, com a <em>Analogia do sol </em>(<em>Rep. </em>VI 504c et seq.), ele oferece as ferramentas necessárias para navegar o vasto arsenal conceptual que subjaz à memorável narrativa literária. No seguinte artigo nos propomos a realizar uma leitura conjunta do Livro VI e VII da <em>República, </em>com o objetivo de tornar explícito o pano de fundo pessimista que permeia a seção central do diálogo e o modo no qual esse subsolo se contrapõe à intencionalidade utópica que permeia o resto do texto. Diremos que o contraponto entre utopia e pessimismo não constitui um paradoxo nem uma contradição, mas uma chave de leitura útil, necessária e até urgente, para penetrar no significado cabal do pensamento platônico tal como ele se apresenta nesta obra de madurez. Concluiremos, por fim, que se bem é justo apresentar Platão como o fundador da tradição da utopia ocidental, isto só é aceitável se, ao mesmo tempo, se o apresenta como um dos mais antigos pessimistas e, enquanto tal, como o primeiro crítico da utopia.</p> Natalia Costa Rugnitz Copyright (c) 2023 Natalia Costa Rugnitz https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 33 45 Lições de regeneração https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7203 <p> </p> <p> </p> Janyne Sattler Copyright (c) 2023 Janyne Sattler https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2023-12-29 2023-12-29 15 2 46 52 Teses sobre o conceito de filosofia (mestiça) ou como livrar-se do fantasma da filosofia pura https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7185 <p>Este ensaio aforismático apresenta algumas teses gerais sobre o conceito de filosofia, entendida em sua generalidade através do adjetivo ‘mestiça’ e em contraste crítico com a ideia e o mito de filosofia pura. Tais teses são acompanhadas por alguns dos argumentos em sua defesa, bem como por alguns de seus pressupostos e consequências metafilosóficos. De um lado, a partir dessas teses, procuro fazer uma caracterização abrangente e plural das possibilidades para fazer filosófico no mundo atual e no contexto da comunidade filosófica brasileira. De outro, a partir dessas mesmas teses, apresento uma genealogia e uma crítica do que denomino ‘fantasma da filosofia pura’. Essa metáfora conceitual indica a forma patológica pela qual a ideia e o mito da filosofia pura ainda dominam o imaginário da comunidade filosófica brasileira, limitando e distorcendo as possibilidades para o seu fazer filosófico. Essa genealogia e essa crítica se realizam diagnosticando três falsos dilemas gerados pelo fantasma da filosofia pura, apontando alguns meios para superá-los e potencializar nosso fazer filosófico sob o signo do conceito de filosofia mestiça.</p> Nazareno Eduardo de Almeida Copyright (c) 2023 Nazareno Eduardo de Almeida https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 2024-01-16 2024-01-16 15 2 53 102