PERI
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Revista eletrônica de FilosofiaUniversidade Federal de Santa Catarinapt-BRPERI2175-1811<ol><ol><li>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR">Creative Commons Attribution License</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.</li><li>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</li><li>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</li></ol></ol>Confiança nos outros e diálogo
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<p>Neste artigo, examino a defesa de Hardwig da dependência epistêmica e da confiança, concordando com sua crítica ao individualismo epistemológico e sua proposta de reformular nossa concepção de crenças justificadas e indivíduos racionais. Também apoio sua visão de que determinado conhecimento pertence a uma comunidade humana e não a um agente epistêmico individual. No entanto, amplio as implicações de sua defesa da confiança, inerente à noção de dependência epistêmica. Argumento que a confiança deve ser explorada além das relações testemunhais e dos exemplos limitados ao conhecimento científico. De acordo com as próprias intuições de Hardwig, o conhecimento não é apenas algo que compartilhamos, transmitimos ou recebemos; ele pode ser resultado de uma <em>agência conjunta</em>. O exemplo mais claro dessa agência conjunta é encontrado no diálogo ou na conversa. Além disso, o conhecimento compartilhado tem um valor epistêmico que ultrapassa o acúmulo de informações individuais. Em um diálogo genuíno, os participantes disputam perspectivas e revisão suas crenças, o que resulta em um conhecimento mais robusto e bem fundamentado, essencial para abordar questões complexas em que as perspectivas individuais podem ser insuficientes. Para me aprofundar, exploro a noção de “diálogo entre iguais” de Hardwig (1971) no contexto de problemas morais. A aplicação desse conceito a questões epistemológicas oferece uma estrutura valiosa para entender como os agentes epistêmicos podem chegar coletivamente ao conhecimento e resolver desacordos. Proponho que o conhecimento obtido por meio do diálogo cooperativo não apenas complementa, mas também transcende as limitações do conhecimento individual, afirmando que a confiança e a dependência epistêmica são cruciais tanto para a transmissão do conhecimento quanto para sua criação e manutenção colaborativas em uma comunidade epistêmica.</p>Waldomiro J. Silva Filho
Copyright (c) 2025 Waldomiro J. Silva Filho
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2025-01-042025-01-04162120Desacordo e Deferência a Especialistas
https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7742
<p>O objetivo deste artigo é oferecer um panorama da discussão sobre se o princípio Independência de Crença é verdadeiro e investigar se a deferência do novato a um especialista defensor da posição majoritária é racional. Para isso, apresentaremos, na primeira seção, o princípio Independência de Crença e algumas noções de epistemologia da expertise. Na segunda seção, explicaremos o argumento de Alvin Goldman (2001) a favor de uma versão do princípio de Independência de Crença. Na terceira seção, explicaremos as críticas de David Coady (2006, 2012) ao argumento de Goldman e o argumento de Jennifer Lackey (2013) contra aquele princípio. Na última seção, explicaremos o argumento de Zach Barnett (2019) contra a argumentação de Lackey e algumas de suas considerações sobre dependência de crença</p>Eduardo AlvesVinícius Felipe Posselt
Copyright (c) 2025 Eduardo Alves, Vinícius Felipe Posselt
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2025-01-042025-01-041622147Epistemic Authorities, Preemption and Predatory Behavior
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<p>As laypersons in most domains, we often rely on epistemic authorities to form our beliefs about the world. How exactly should we respond upon finding out what epistemic authorities believe about their various fields? Are we permitted to diverge from them, or should we always follow their lead on such matters? In this paper, I will defend a version of the Preemption Thesis, according to which we can rationally disagree with epistemic authorities concerning their domain only in a limited range of cases. After clarifying and delimiting the scope of the discussion, I will present an argument for the Preemption Thesis, and defend that argument from some objections. Finally, I will show why predatory epistemic authorities do not pose a problem for that version of the Preemption Thesis.</p>Augusto Kern Hexsel
Copyright (c) 2025 Augusto Kern Hexsel
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2025-01-042025-01-041624858Autoridade Epistêmica e Expert
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<p>Ao longo da história da filosofia, muito se discutiu acerca do papel da autoridade em termos práticos, políticos, da moral etc. Pouco se voltou a atenção para uma forma de autoridade estabelecida a partir do domínio epistêmico, de forma a perceber como esse tipo de autoridade opera em uma relação com um leigo. Linda Zagzebski procurou fundamentar esse tipo de autoridade e tentou, de maneira bem-sucedida, sintetizar esse conceito em um argumento conciso e que visasse dar conta de explicar essa forma de autoridade de maneira ampla. Embora o argumento de Zagzebski tenha trazido muitos ganhos para uma discussão sobre o papel da autoridade epistêmica, o argumento da autora sobre esse tipo de autoridade não parece suficiente para explicar todos os fenômenos que abrangem a relação de um leigo para com alguém que detém mais conhecimento, principalmente quando esse alguém é um expert ou alguém extremamente qualificado em um determinado domínio. Para contrastar essas duas figuras, ou seja, a figura da autoridade epistêmica e a figura do expert, procurar-se-á, neste artigo, evidenciar as definições de cada uma delas, salientando onde se diferem e quais as implicações possíveis pensadas em relação a essas autoridades, mostrando, por fim, que uma autoridade epistêmica é uma forma de autoridade particular e que não possui força institucional, como a autoridade de um expert, dentro do seu domínio de atuação, e que, tanto a crença em autoridades epistêmicas quanto em experts parecem necessitar de certa reflexividade do leigo para que não incorra em alguma imposição de conhecimento ou de crenças.</p>Vinícius Schoenell dos Santos
Copyright (c) 2025 Vinícius Schoenell dos Santos
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2025-01-042025-01-041625974Outlines for a Metatheory of Expertise from the Veritistic Approach and Its Main Problems
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<p><em><span style="font-weight: 400;">Whenever we think of expertise we think of someone who is either in a better or worse epistemic position than us regarding certain topic. Complications arise when we try to explain what makes up expertise: is epistemic asymmetry sufficient? How to characterize such asymmetry? Is it a matter of having more true beliefs (than)? These traits and others have already been claimed as defining features of expertise in many theories that attempt to answer the question "What is expertise?”. It is my understanding that the enterprise of providing a unified conception of expertise needs some clarification about what we should be looking for when trying to answer the question of what expertise is. I aim to examine Alvin Goldman’s conception of expertise and its most salient problems, and then extrapolate from those to a few general concerns that could be applied to competing theories of expertise. I end with a few provisional and expandable recommendations on how to approach the problem of the concept of expertise from a metatheoretical point of view.</span></em></p>João Batista Ferreira Filho
Copyright (c) 2025 João Batista Ferreira Filho
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2025-01-042025-01-041627588Open-Mindedness and Epistemic Dependence
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<p><em><span style="font-weight: 400;">Given the inevitability of our social dependencies, some social epistemologists have defended that dogmatism, rather than open-mindedness, is the more appropriate cognitive habit for laypeople to acquire good beliefs in specialized like the sciences. They claim that dogmatically relying on experts’ deliverances, rather than exercising one’s own intellectual virtues, like open-mindedness, is the best epistemic strategy for maximizing the acquisition of true beliefs and avoiding false ones. In this paper, I challenge this view by arguing that open-mindedness is a valuable epistemic trait for laypeople who seek an appropriate pattern of epistemic dependence concerning scientific theories. While laypeople are generally incapable of fully understanding and evaluating scientific theories – an effort that only properly trained experts can undertake – they can still achieve some level of understanding of these theories. Such understanding is impeded by habits like dogmatism. Conversely, open-mindedness proves beneficial in these contexts as it disposes individuals to engage with and incorporate cognitively challenging ideas, such as many scientific theories.</span></em></p>Marcelo Cabral
Copyright (c) 2025 Marcelo Cabral
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2025-01-042025-01-0416289105Os Limites da Autonomia Epistêmica
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<p class="3PERITtuloResumo"><span style="font-weight: normal;">O objetivo deste artigo é falar sobre o que a autonomia epistêmica <em>não</em> é, a saber, uma forma de egoísmo epistêmico, segundo a qual o indivíduo deve confiar e depender somente em si mesmo na busca por bens epistêmicos (cf. Fricker, 2006). Apresento a crítica de Zagzebski (2020) ao egoísmo epistêmico com o qual a autonomia epistêmica é frequentemente identificada. Segundo Zagzebski, (a) não há boas razões para tomar o egoísmo epistêmico como um ideal; (b) o egoísmo epistêmico é incoerente, porque tem como consequência a confiança em outras pessoas; (c) o egoísmo epistêmico tem consequências indesejadas tanto para o indivíduo quanto para a comunidade epistêmica, limitando a produção de bens epistêmicos de ambos. Com isso, é revelada uma tensão entre o ideal de autonomia epistêmica e a busca pela verdade. O argumento da incoerência, de Zagzebski, é compatível com o endosso do anti-reducionismo sobre o testemunho e do anti-individualismo a respeito de bens epistêmicos, mas a autora não chega a explicitar a conexão de sua crítica ao egoísmo epistêmico com essas duas teses. Por isso, aponto o paralelo entre a rejeição de Miranda Fricker (2023) do reducionismo, devido a sua inadequação descritiva (seção 1) e a rejeição de Zagzebski do ideal de autonomia, devido a sua inadequação normativa (seção 2). Além disso, complemento à crítica de Zagzebski com a sugestão de um diagnóstico do que motiva o endosso do ideal de autonomia epistêmica, tendo em vista que não é a busca pela verdade o que o faz. Para isso, recorro à concepção de orgulho intelectual vicioso, de Greco (2021) (Seção 2.4). Greco argumenta que o individualismo epistêmico é uma manifestação do vício do orgulho epistêmico, e está comprometido com ideais e ilusões de autossuficiência, bem como com uma noção de autonomia epistêmica incompatível com a dependência epistêmica, bastante similar ao ideal de autonomia epistêmica como egoísmo, tal como Zagzebski o concebe. Essa aproximação entre as ideias de Zagzebski e Greco visa explicar o que motiva o egoísta epistêmico a valorizar a si mesmo mais do que valoriza a verdade. Se essa hipótese estiver correta, a tendencia anti-individualista da epistemologia contemporânea pode ser vista como uma reorientação bem-vinda, que manifesta a virtude da humildade intelectual (oposta ao orgulho intelectual vicioso) e abre caminho para reconceber a autonomia epistêmica de modo que ela seja compatível com a confiança em outros e com a dependência epistêmica.</span></p>Ian Salles Botti
Copyright (c) 2025 Ian Salles Botti
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2025-01-042025-01-04162106125Devemos educar para a autonomia?
https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/7694
<p><strong>: </strong>O presente trabalho consiste em uma investigação sobre a autonomia intelectual do ponto de vista da epistemologia das virtudes. Tal investigação se dá a partir da problemática estabelecida no âmbito da epistemologia social: se somos epistemicamente dependentes, podemos ser epistemicamente autônomos? Abrem-se dois caminhos para responder esse problema: primeiro, revisitar o conceito de autonomia intelectual de modo a inserir, nessa virtude, elementos de dependência epistêmica; segundo, rejeitar ou diminuir o valor da autonomia intelectual. Esses caminhos são representados, respectivamente, pelas abordagens de Matheson (2022) e Battaly (2022). Após apresentarmos os argumentos e a estrutura proposta por ambos os autores, buscaremos avaliar qual opção pode ser mais viável, precisa ou útil considerando contextos educacionais. Argumentamos que o modelo Battaly é mais pertinente, pois permite análises pedagógicas mais precisas e certeiras, na medida que mantém uma percepção individualista da autonomia, mas adiciona valor a uma nova virtude, a da interdependência epistêmica.</p>Marília Giammarco Polli
Copyright (c) 2025 Marília Giammarco Polli
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2025-01-042025-01-04162126144Natureza da Especialização e Dependência Epistêmica no Ensino de História
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<p>Em um diálogo entre teoria da história, ensino de história, história pública e epistemologia da especialização (expertise), este trabalho pretende definir a natureza da especialização e enfrentar o problema da dependência epistêmica no caso do ensino de história. Tomando o ensino de história na educação básica como um lugar estratégico para a experiência da história pública no Brasil, reflete-se sobre a relação que o historiador estabelece com o público em seus aspectos éticos e políticos. Destaca-se a necessidade de um conjunto de três saberes: os saberes a ensinar (conteúdos históricos), os saberes para ensinar (habilidades didáticas) e os saberes do aprender, sendo este último relativo ao próprio público. Entende-se, então, a natureza da especialização no ensino de história em termos relacionais e disposicionais. Quanto à questão da dependência epistêmica, defende-se que especialistas no ensino de história sejam capazes de ajudar discentes a ampliarem sua autonomia intelectual e epistêmica, o que inclui o reconhecimento de suas próprias limitações e o valor das diversas especialidades historiográficas. Trata-se, portanto, de um trabalho de epistemologia social aplicada ao ensino de história.</p>Muriel Custodio dos Passos
Copyright (c) 2025 Muriel Custodio dos Passos
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2025-01-042025-01-04162145165Expertise Filosófica como Expertise em Intuir
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<p>Intuições são impressões, pareceres ou experiências intelectuais que surgem para nós quando consideramos algo e esse algo parece verdadeiro ou falso. Proposições como 2 + 2 = 4; se um objeto é azul, então ele é colorido; torturar pessoas por diversão é moralmente errado; um sujeito não pode obter conhecimento por pura sorte, etc., são proposições que podem ser justificadas via intuições. Algumas dessas proposições são da alçada da filosofia, a saber, a proposição moral e a proposição sobre conhecimento. Os filósofos são experts no que fazem, mas o que é isso que eles fazem? É reconhecido na literatura que os filósofos tradicionalmente utilizam intuições como evidência para corroborar ou refutar uma tese. Com base na literatura da psicologia sobre expertise em intuir coletada por Elijah Chudnoff (2021), defendo que um tipo de expertise filosófica é a expertise em intuir. Pode-se objetar que essa maneira tradicional de fazer filosofia não gera progresso e isso pode ser visto no desacordo profundo que está presente na literatura filosófica. Contra essa objeção, respondo que pode haver progresso filosófico apesar do desacordo. Para tal, baseio-me em uma teoria do progresso que se conecta com a noção de entendimento desenvolvida por Finnur Dellsén (2021, 2022, 2023).</p> <p><strong>Palavras-Chave: </strong>Epistemologia, Expertise Filosófica, Intuição, Progresso Filosófico, Entendimento</p>Vinicius Dos Santos Rodrigues
Copyright (c) 2025 Vinicius Dos Santos Rodrigues
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2025-01-042025-01-04162166187Expediente
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2025-01-042025-01-04162Editorial
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2025-01-042025-01-04162