Falha de extubação e suas implicações clínicas em unidade de terapia intensiva.
DOI:
https://doi.org/10.32963/bcmufsc.v6i1.3927Palavras-chave:
Extubação, Desmame do Respirador, Respiração Artificial.Resumo
Introdução: O uso da ventilação mecânica (VM) aumentou significativamente nas últimas décadas e atualmente é uma importante modalidade terapêutica. Contudo, está associada a complicações que colocam em risco os cuidados do paciente crítico, tornando um grande desafio a identificação do momento correto para extubar um paciente, buscando-se evitar tanto um prolongamento desnecessário da VM como uma extubação prematura, pois ambos estão relacionados ao aumento do risco de complicações. Objetivos: Identificar os fatores associados à falha de extubação, buscando a caracterização de pacientes com risco do seu insucesso e avaliar as implicações clínicas relacionadas com a necessidade de reintubação. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte incluindo pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI) submetidos à VM. Esses foram acompanhados até 48 horas após a extubação, permanecendo aqueles que apresentaram o desfecho considerado neste estudo, como reintubação dentro de 48 horas após a extubação ou a evolução para o óbito durante esse período. Resultados: 83 pacientes foram elegíveis para este estudo. Houve associação significante entre o maior tempo de UTI (p 0,048), maior tempo de VM (p 0,040) e mortalidade na UTI (p 0,022) com falha de extubação. Foram também observados elevação de complicações associadas ao uso do suporte ventilatório, como pneumonia associada à VM (p 0,001) e frequência de traqueostomia (p 0,009). Conclusão: A falha de extubação está associada a aumento da mortalidade na UTI, do tempo de permanência, e duração na ventilação mecânica.
Referências
Braun SR, Smith RF, McCarthy TM, Minsloff M. Evaluating the changing role of respiratory therapy services at two hospitals. JAMA 1981;245:2033-37.
Snider GL. Historical perspective on mechanical ventilation: from simple life support system to ethical dilemma. Am Rev Respir Dis 1989;140:52-7.
Esteban A, Alia I, Ibanez J, Benito S, Tobin MJ. Modes of mechanical ventilation and weaning. A national survey of Spanish hospitals. The Spanish Lung Failure Collaborative Group. Chest 1994;106:1188–93.
Boles JM, Bion J, Connors A, Herridge M, Marsh B, Melot C, et al. Weaning from mechanical ventilation:. Eur Respir J 2007;29:1033-56.
Adamides AA, Cooper DJ, Rosenfeldt FL, Bailey MJ, Pratt N, Tippett N, et al. Focal cerebral oxygenation and neurological outcome with or without brain tissue oxygen-guided therapy in patients with traumatic brain injury. Acta Neurochir 2009;151:1399-409.
MacIntyre NR, Cook DJ, Ely EW Jr, Epstein SK, Fink JB, et al. American College of Chest Physicians; American Association for Respiratory Care; American College of Critical Care Medicine: Evidence-based guidelines for weaning and discontinuing ventilatory support: A collective task force facilitated by the American College of Chest Physicians; the American Association for Respiratory Care; and the American College of Critical Care Medicine. Chest 2001;120(Suppl 6):375S–395S.
Esteban A, Frutos F, Tobin MJ, Alía I, Solsona JF, Valverdú I, et al. A comparison of four methods of weaning patients from mechanical ventilation. N Engl J Med 1995;332:345-50.
Brochard L, Rauss A, Benito S, Conti G, Mancebo J, Rekik N, et al. Comparison of three methods of gradual withdrawal from ventilatory support during weaning from mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med 1994;150:896-903.
Girard TD, Ely WE. Protocol-driven ventilator weaning: Reviewing the evidence. Clin Chest Med 2008;29:241-252.
Epstein SK. Decision to extubate. Intensive Care Med 2002;28:535-46.
Esteban A, Anzueto A, Frutos F, Alía I, Brochard L, Stewart TE, et al. Mechanical Ventilation International Study Group. Characteristics and outcomes in adult patients receiving mechanical ventilation: a 28-day international study. JAMA 2002;287:345–55.
Esteban A, Alia I, Ibanez J, Benito S, Tobin MJ. Modes of mechanical ventilation and weaning. A national survey of Spanish hospitals. The Spanish Lung Failure Collaborative Group. Chest 1994; 106:1188–93.
Ely EW, Baker AM, Dunagan DP, Burke HL, Smith AC, Kelly PT, et al. Effect on the duration of mechanical ventilation of identifying patients capable of breathing spontaneously. N Engl J Med 1996;335:1864-69.
Kollef MH, Shapiro SD, Silver P, St John RE, Prentice D, Sauer S, et al. A randomized, controlled trial of protocol-directed versus physician directed weaning from mechanical ventilation. Crit Care Med 1997;25:567-74.
Levine S, Nguyen T, Taylor N, Friscia ME, Budak MT, Rothenberg P, et al. Rapid disuse atrophy of diaphragm fibers in mechanically ventilated humans. N Engl J Med 2008, 358:1327-35.
Epstein SK, Nevins ML, Chung J. Effect of unplanned extubation on outcome of mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med 2000;161:1912-16.
Rothaar RC, Epstein SK. Extubation failure: magnitude of the problem, impact on outcomes, and prevention. Curr Opin Crit Care 2003;9:59-66.
Frutos-Vivar F, Esteban A, Apeztequia C, González M, Arabi Y, et al. Outcome of reintubated patients after scheduled extubation. J Crit Care 2011;26:502-9.
Macintyre N. Discontinuing Mechanical Ventilatory Support. Chest 2007;132(3):1049-56.
Rothaar RC, Epstein SK. Extubation failure: magnitude of the problem, impact on outcomes, and prevention. Curr Opin Crit Care 2003;9:59-66.
Chen L, Gilstrap D, Cox CE. Mechanical Ventilator Discontinuation Process.Clin Chest Med. 2016 Dec;37(4):693-699.
Thille AW, Harrois A, Schortgen F, Brun-Buisson C, Brochard L. Outcomes of extubation failure in medical intensive care unit patients. Crit Care Med 2011;39:2612–2618.
Penuelas O, Frutos-Vivar F, Fernandez C, Anzueto A, Epstein SK, Apezteguía C, et al. Characteristics and outcomes of ventilated patients according to time to liberation from mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med 2011; 184:430–437.
Mokhlesi B, Tulaimat A, Gluckman TJ, Wang Y, Evans AT, Corbridge TC. Predicting extubation failure after successful completion of a spontaneous breathing trial. Respir Care 2007;52(12):1710-7.
Amoateng-Adjepong Y, Jacob BK, Ahmad M, Manthous CA. The Effect of Sepsis on Breathing Pattern and Weaning Outcomes in Patients Recovering From Respiratory Failure. Chest 1997;112(2): 472-77.
Callahan LA, Supinski GS. Sepsis-induced myopathy. Crit Care Med 2009;37(10 Suppl):S354-67.
Vallverdu I, Calaf N, Subirana M, Net A, Benito S, Mancebo J. Clinical characteristics, respiratory functional parameters, and outcome of a two-hour T-piece trial in patients weaning from mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med 1998;158:1855-62.
Epstein SK, Ciubotaru RL. Independent effect of etiology of failure and time to reintubation on outcome for patients failing extubation. Am J Respir Crit Care Med 1998;158:489-93.
Khamiees M, Raju P, DeGirolamo A, Amoateng-Adjepong Y, Manthous CA. Predictors of extubation outcome in patients who have successfully completed a spontaneous breathing trial. Chest 2001;120:1262-70.
Agarwal R, Aggarwal AN, Gupta D, Jindal SK. Role of noninvasive positivepressure ventilation in postextubation respiratory failure: a meta-analysis. Respir Care 2007;52:1472-79.
Keenan SP, Powers C, McCormack DG, Block G. Noninvasive positive-pressure ventilation for postextubation respiratory distress: a randomized controlled trial. JAMA 2002;287:3238-44.
Esteban A, Frutos-Vivar F, Ferguson ND, Yasseen A, Apezteguía C, González M, et al. Noninvasive positive-pressure ventilation for respiratory failure after extubation. N Engl J Med 2004;350:2452-60.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).