Falha de extubação e suas implicações clínicas em unidade de terapia intensiva.

Autores

  • Juliana Harumi Hattori Sauragi Kavaturo Mestrado Profissional em Cuidados Intensivos e Paliativos - Universidade Federal de Santa Catarina
  • Fernando Osni Machado Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina
  • Leonardo Jönck Staub Departamento de Clínica Médica - Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0001-6705-5055
  • Rosemeri Maurici da Silva Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0001-9627-2112

DOI:

https://doi.org/10.32963/bcmufsc.v6i1.3927

Palavras-chave:

Extubação, Desmame do Respirador, Respiração Artificial.

Resumo

Introdução: O uso da ventilação mecânica (VM) aumentou significativamente nas últimas décadas e atualmente é uma importante modalidade terapêutica. Contudo, está associada a complicações que colocam em risco os cuidados do paciente crítico, tornando um grande desafio a identificação do momento correto para extubar um paciente, buscando-se evitar tanto um prolongamento desnecessário da VM como uma extubação prematura, pois ambos estão relacionados ao aumento do risco de complicações. Objetivos: Identificar os fatores associados à falha de extubação, buscando a caracterização de pacientes com risco do seu insucesso e avaliar as implicações clínicas relacionadas com a necessidade de reintubação. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte incluindo pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI) submetidos à VM. Esses foram acompanhados até 48 horas após a extubação, permanecendo aqueles que apresentaram o desfecho considerado neste estudo, como reintubação dentro de 48 horas após a extubação ou a evolução para o óbito durante esse período. Resultados: 83 pacientes foram elegíveis para este estudo. Houve associação significante entre o maior tempo de UTI (p 0,048), maior tempo de VM (p 0,040) e mortalidade na UTI (p 0,022) com falha de extubação. Foram também observados elevação de complicações associadas ao uso do suporte ventilatório, como pneumonia associada à VM (p 0,001) e frequência de traqueostomia (p 0,009). Conclusão: A falha de extubação está associada a aumento da mortalidade na UTI, do tempo de permanência, e duração na ventilação mecânica.

Biografia do Autor

Juliana Harumi Hattori Sauragi Kavaturo, Mestrado Profissional em Cuidados Intensivos e Paliativos - Universidade Federal de Santa Catarina

Médica Intensivista.

Mestre em Cuidados Intensivos e Paliativos.

Fernando Osni Machado, Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina

Médico Intensivista.

Doutor em Pneumologia.

Professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina.

Leonardo Jönck Staub, Departamento de Clínica Médica - Universidade Federal de Santa Catarina

Médico Intensivista.

Doutor em Ciências Médicas.

Professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina.

Rosemeri Maurici da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Ciências Pneumológicas

Professora do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina

Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal de Santa Catarina

Coordenadora da Comissão de Infecções Respiratórias e Micoses da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq

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Publicado

2020-05-30

Edição

Seção

Artigos originais