Entre o público, o político e o racial: a construção do Mercado Público em Desterro no século XIX

Autores

  • Lucas Söhn Albuquerque

Palavras-chave:

Mercado Público, Urbanização, Branqueamento, Escravidão

Resumo

O Brasil da segunda metade do século XIX é um país que vive sob os auspícios de um regime monárquico em decadência e ainda sob o julgo da escravidão, apesar da discussão abolicionista já estar presente na pauta política do momento. O presente artigo se insere nesse contexto sob a ótica da cidade de Nossa Senhora do Desterro e a construção de seu primeiro mercado público em 1851, aonde procuro estabelecer a construção de um espaço público como um lugar de conflitos políticos regionais, porém também se relacionando com o governo imperial. Sua construção dentro de um momento de política de saneamento e higienização da cidade de Desterro, ante a visita do Imperador D. Pedro II, abrange não apenas as construções físicas, mas também a “limpeza racial” incentivada pelos discursos dos presidentes de província da época como Antero José Ferreira de Brito, grande idealizador do primeiro mercado público. Para isso utilizo como discussão teórica a ideia de utilização dos espaços públicos, sede da esfera pública, conceito esse apropriado de Jürgen Habermas. Como fontes, analiso os relatórios de presidentes de província, principalmente do presidente Antero de Brito que governou a província de 1840 a 1848 e documentos sobre a construção do local. Em relação à discussão que se acirra a partir da segunda metade do século XIX sobre a cientificização e hierarquização da noção de raça, a partir de instituições que são criadas como o IHGB, me utilizo da bibliografia da antropóloga Lilia Moritz Schwarz.

Downloads

Publicado

2013-11-12

Edição

Seção

Estudos