A experiência homoafetiva masculina na adolescência a partir da análise da série Sex Education

Autores

  • Brena Hennemann Fritzen Universidade Federal de Santa Catarina
  • Carine Redivo Bonchristiani Universidade Federal de Santa Catarina
  • Rafaela Amaral Lange Universidade Federal de Santa Catarina
  • Sara Ludwig Moraes Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Este trabalho teve como objetivo investigar a vivência da homoafetividade masculina
durante a adolescência nos contextos de escola e família. Além disso, compreender
os conflitos gerados pela heteronormatividade e homofobia na construção da
identidade homoafetiva na adolescência, analisar a homonegatividade, descrever o
bullying homofóbico no contexto escolar e identificar as possíveis reações familiares
sobre a homoafetividade dos filhos a fim de entender as dificuldades e barreiras
sociais que perpassam os sujeitos na descoberta, construção e revelação da
homoafetividade na adolescência. Para isso, foi realizada uma observação analítica
e crítica da série Sex Education (Netflix), relacionando cenas das duas temporadas
da série e articulando a questão LGBTQIA+ com diversas pesquisas que abordaram
a mesma temática. Concluiu-se, por meio da análise de dois personagens que
apresentam relações homoafetivas na série, Eric e Adam, que a escola e a família
são duas instituições as quais influenciam muito na construção da identidade de
gênero e autoaceitação do sujeito. Além disso, a heteronormatividade presente na
sociedade perpassa diversos âmbitos, como o bullying, as expectativas sociais
relacionadas aos papéis de gênero e as relações de poder.

Biografia do Autor

Brena Hennemann Fritzen, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Carine Redivo Bonchristiani, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Rafaela Amaral Lange, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Sara Ludwig Moraes, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Psicologia

Referências

Amendola, M. F. (2014). História da construção do Código de Ética Profissional do

Psicólogo. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(2), 660-685.

Campbell, J., Nunn, L., & Taylor, B. (Produtores Executivos). (2019-2021). Sex Education

[série]. Eleven Films; Netflix.

Carvalho, J. B., & Melo, M. C. (2019). A família e os papéis de gênero na adolescência.

Psicologia & Sociedade, 31, e168505.

https://dx.doi.org/10.1590/1807-0310/2019v31168505

Cerveny, M. de O. (2011). Família e… (Cap. 7, pp. 115-147). São Paulo, SP: Casa do

Psicólogo.

Costa, M. C., Lopes, C. P. A., Souza R. P, & Patel B. N. (2001). Sexualidade na

adolescência desenvolvimento, vivência e propostas de intervenção. Jornal de

Pediatria, 77(2), 217-224. Recuperado de

http://www.jped.com.br/conteudo/01-77-s217/port.pdf

Foucault, M. (1999). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Editora Vozes.

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Atlas SA.

Marola, C. A. G., Sanches, C. S. M., & Cardoso, L. M. (2011). Formação de conceitos em

sexualidade na adolescência e suas influências. Psicologia da Educação. Programa

de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação. ISSN

-3520, (33).

Netflix Brasil. (2020, 23 janeiro). Pesquisa da Netflix revela o quanto a representatividade

importa para jovens brasileiros [vídeo]. Youtube. Recuperado de

https://www.youtube.com/watch?v=M-EgOwH_Us0

Revista de Pesquisa e Prática em Psicologia (UFSC)

Oliveira, J. M. de (2010). Orientação Sexual e Identidade de Género na psicologia: notas

para uma psicologia lésbica, gay, bissexual, trans e queer. In C. Nogueira & J. M. de

Oliveira (Org.), Estudo sobre a discriminação em função da orientação sexual e da

identidade de género (pp. 19-42). Comissão para a Cidadania e a Igualdade de

Género.

Reis, T. (org). Manual de Comunicação LGBTI+. 2. ed. Curitiba: Aliança Nacional LGBTI /

GayLatino, 2018. ISBN: 978-85-66278-11-8

Rojas, E. B. (2019). Heteronormatividade escolar no México: Reflexões sobre a vigilância e

punição da homossexualidade na escola. Sexualidade, Saúde e Sociedade (Rio de

Janeiro), (33), 180-199. https://doi.org/10.1590/1984-6487.sess.2019.33.10.a

Santos, W. B., & Dinis, N. F. (2018). Violência e risco de suicídio na construção de

masculinidades adolescentes. Cadernos Pagu (52), e185218.

http://dx.doi.org/10.1590/18094449201800520018

Schoen-Ferreira, T. H., Aznar-Farias, M., & Silvares, E. F. D. M. (2010). Adolescência

através dos séculos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(2), 227-234.

https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000200004

Teixeira, F. S. Fº., Rondini, C. A., & Bessa, J. C. (2011). Reflexões sobre homofobia e

educação em escolas do interior paulista. Educação e Pesquisa, 37(4), 725-741.

https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000400004

Teixeira, F. S. Fº., Marretto, C. A. R., Santos, E. N. dos & Mendes, A. B. (2012). Homofobia

e Sexualidade em Adolescentes: Trajetórias Sexuais, Riscos e Vulnerabilidades.

Psicologia: Ciência e Profissão, 32(1), 16-33.

http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932012000100003

Weeks, J. (2014). The Theorisation of Sex. In J. Weeks, Sex, politics, and society: the

regulation of sexuality since 1800 (3rd ed., pp. 195-199). Routledge.

Downloads

Publicado

2021-07-14