Teses equivocadas no debate sobre desindustrialização e perda de competitividade da indústria brasileira

Autores

  • José Luis Oreiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Nelson Marconi Fundação Getúlio Vargas de São Paulo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Palavras-chave:

Desindustrialização, Sobre-Valorização Cambial, Economia Brasileira

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar as teses da ortodoxia sobre a desindustrialização da economia brasileira, apontando a razão pela qual as mesmas são equivocadas. Como iremos argumentar ao longo deste artigo, a desindustrialização brasileira não é uma decorrência natural do processo de desenvolvimento, sendo de natureza precoce e causada, sobretudo, pela apreciação cambial decorrente da valorização dos termos de troca observada nos últimos anos. Além disso, a desindustrialização não é um fenômeno irrelevante sobre o desenvolvimento da economia brasileira no médio e longo-prazo, uma vez que a indústria não é um setor como outro qualquer, mas é o setor onde se observam os maiores níveis da produtividade do trabalho.

Biografia do Autor

José Luis Oreiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pesquisador nível IB do CNPq e Presidente da Associação Keynesiana Brasileira

Nelson Marconi, Fundação Getúlio Vargas de São Paulo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Professor do curso de graduação em economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Pesquisador do IPEA e Vice-Presidente da Associação Keynesiana Brasileira

Referências

BONNELLI, R. & PESSOA, S. A. (2010). “Desindustrialização no Brasil: Um Resumo da Evidência”. FGV: Texto para Discussão n. 7.

BRESSER-PEREIRA, L.C (2008). “The Dutch Disease and Its Neutralization: a Ricardian Approach”, Revista de Economia Política, Vol. 28, N.1.

BRESSER-PEREIRA, L.C & MARCONI, N. (2008). “Existe doença holandesa no Brasil?”. Anais do IV Fórum de Economia de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas: São Paulo

DUTT, A. K. (2003). “Income elasticities of imports, North-South trade and uneven development”. In: Development Economics and Structuralist Macroeconomics: Essays in Honor of Lance Taylor. Amitava Krishna Dutt & Jaime Ros (Eds.). Edward Elgar: Alserhot.

FARIA, R.C (2011). “O papel da inflação de commodities no crescimento econômico brasileiro e a ausência de reformas estruturais”. Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, Departamento de Economia, Universidade de Brasília.

FERREIRA, P.C; FRAGELLI, R. (2012). “Desindustrialização e Conflito Distributivo”. Valor Econômico, 18 de abril.

FRENKEL, R; RAPETTI, M. (2011). “Fragilidad externa o desindustrialización: Cual es la principal amenaza de América Latina em la próxima década?”. Working Paper, Centro de Estudios de Estado y Sociedad (CEDES), Argentina.

MARCONI, N; ROCHA, M. (2011). “Desindustrialização precoce e sobrevalorização da taxa de câmbio”. Texto para Discussão n.1681, IPEA/DF.

MOREIRA, M. (1999). “A indústria brasileira nos anos 90: o que já foi feito?” In: GIAMBIAGI, F.; MOREIRA, M. (Orgs.). A economia brasileira nos anos 90. BNDES.

NASSIF, A. (2008). “Há evidências de desindustrialização no Brasil?”. Revista de Economia Política. vol. 28, n.1 (109), pp. 72-96, January-March.

OCAMPO, JOSÉ ANTONIO; PARRA, MARIÁNGELA. (2010) “The terms of trade for Commodities since the MID-19th century”. Journal of Iberian and Latin American Economic History, vol 28, nº 1, p 11-43.

OREIRO, J.L & FEIJÓ, C. (2010). “Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro”. Revista de Economia Política, Vol.30, n.2.

PALMA, G. (2005). “Quatro fontes de desindustrialização e um novo conceito de doença holandesa”. Conferência de Industrialização, Desindustrialização e Desenvolvimento, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Agosto.

PESSOA, S. (2011). “A Estabilização Incompleta”. Valor Econômico, 14 de junho.

ROCHA, I. (2011). “Some reflections about the economic development in Emerging Economies”. Working paper, Cambridge University, Reino Unido.

ROWTHORN, R; RAMASWANY, R (1999). “Growth, Trade and Deindustrialization”. IMF Staff Papers, Vol. 46, N.1.

ROWTHORN, R. & WELLS, J. (1987). “Deindustrialization and foreign trade”. Cambridge, Cambridge University Press.

TREGENNA, F. (2009). “Characterizing deindustrialization: an analysis of changes in manufacturing employment and output internationally”. Cambridge Journal of Economics, Vol. 33 (3) p. 433-466

Downloads

Publicado

2020-11-25