Acordos comerciais, economia fechada e Brasil: algumas observações

Autores

  • Ricardo L. C. Amorim Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

Palavras-chave:

Brasil, Comércio exterior, Acordos comerciais, Economia fechada, Economia internacionalizada.

Resumo

Os acordos de livre comércio tem se multiplicado ao redor do mundo, prometendo mudanças nos fluxos econômicos internacionais. E o Brasil tem ficado de fora. Cabe, então, perguntar: a economia brasileira deve ser considerada fechada? Para responder a esse questionamento, o trabalho discute, primeiro, as teses liberais que permitem a muitos economistas defender o livre comércio. Em seguida, apresenta um contraponto que nega ser o Brasil um país avesso às trocas internacionais. O texto defende que economia brasileira já é internacionalizada e, portanto, não será a simples abertura comercial que melhorará o desempenho e a produtividade da estrutura produtiva. O país precisaria, na verdade, reposicionar-se nos fluxos econômicos internacionais, alcançando patamares cada vez mais altos de valor agregado em suas exportações. Isso, no entanto, é uma construção e esta se faz com planejamento e políticas industriais e de comércio exterior integradas

Biografia do Autor

Ricardo L. C. Amorim, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

Doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas e economista da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Foi pesquisador do IPEA e diretor do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. As opiniões expressas no texto são particulares e não refletem o pensamento de qualquer instituição ou governo.

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Publicado

2020-11-19