A pandemia e a produçao da vida

Autores

Resumo

Trata o texto de apresentar alguns pontos como uma contribuição para um debate sobre a produção da vida. A pandemia expõe as fraturas e as fragilidades da sobrevivência da vida da sociedade. E, que merece questionar o argumento do discurso desenvolvimentista, dentro de um processo de dominação criado com as divisões e classificações, imposto aos países do sul, para exploração das riquezas e destruição dos modos de vida. Parte-se da perspectiva de uma autonomia da sociedade, à luz de conhecimentos tradicionais e pensadores latino-americanos para rever a produção da vida com os modos de ser dentro do território. São as práticas e experiências existentes no território e, que escapam do círculo produção e consumo que merecem ser destacadas.

Biografia do Autor

Alice Itani, Unesp

Doutora em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales EHESS. Professora depto Educaçao Unesp. Pesquisadora em saúde e meio ambiente

Clarisse Castilhos

Doutora em Economia pela Université de Paris-Nanterre, pesquisadora FEE-RS, em saúde e meio ambiente.

Referências

ACOSTA, A. (2016). Extrativismo e neoextrativismo. In: DILGER, G.; LANGER, M. PEREIRA FILHO, J. (orgs.) Descolonizar o imaginário. São Paulo: Elefante.

ALMEIDA, S. (2019). Racismo estrutural. São Paulo: Jandaíra.

ALTIERI, M.A.; NICHOLLS, C. I. (2005). Una perspectiva agroecológica para una agricultura ambientalmente sana y socialmente más justa en la América Latina del siglo XXI. Berkeley: Universidad de Califórnia/Instituto Nacional de Ecologia.

ALVES, A.E.S; TIRIBA, L. (2018). Trabalho-educação, economia e cultura em comunidades tradicionais: entre a reprodução ampliada da vida e a reprodução ampliada do capital. Trabalho necessário, v.16, n.31.

AQUINO, J.R.; GAZOLLA, M.; SCHNEIDER, S. (2018). Dualismo no campo e as desigualdades internas na agricultura familiar brasileira. Revista de economia e sociologia rural, v. 56, n. 1.

ARÁOZ, H.M. (2014/2020). Potosi, el origen. Genealogia de la minería contemporânea. Buenos Aires: Tiempo/Mardulce.

BARROSO, F.M.; FERNANDES, C. S. (2018). Os limites da rua: uma discussão sobre regulação, tensão e dissidência das atividades culturais nos espaços públicos do Rio de Janeiro. Políticas culturais em revista, v. 11, n. 1.

BERTOLDO, F. (2018). Migração com rosto feminino: múltiplas vulnerabilidades, trabalho doméstico e desafio de políticas públicas e direito. Revista katalysis, v. 21, n. 2.

BRASIL, IBGE (2020). Pnad contínua. Rio de Janeiro: IBGE.

BRUSCHINI, C. (2006). Trabalho doméstico: inatividade econômica ou trabalho não remunerado? Revista brasileira de estudos da população, v 23, n.2

CANCLINI, N.G. (1989). Culturas hibridas. Mexico: Grijalbo.

CARNEIRO, S. (2011). Racismo, sexismo e desigualdades no Brasil. Selo Negro.

CARNEIRO, FF; AUGUSTO, LGS; RIGOTTO, RM; FRIEDERICH, K; BURIGO, AC. (orgs). (2015). Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/São Paulo: Expressão Popular.

CASTORIADIS, C. (1975). L’institution imaginaire de la société. Paris: Seuil.

---------------- (1978). Les carrefours du labyrinthe. Paris: Seuil.

---------------- (2011). La société à la derive. Paris: Seuil.

-------------- ; Cohn-Bendit, D. (1981). De l’écologie à l’autonomie. Paris: Seuil.

CHAMORRO, G. (2008). Terra madura Yvy Araguyje. Dourados: Editora UFGD.

CHATTERJEE, N.; WALKER, G. (2017). Mechanisms of DNA damage, repair and mutagenesis. Environmental and molecular mutagenesis, v. 58, n. 5.

CHESNAIS. F. (2020). A originalidade da crise econômica e sanitária da Covid-19. A terra é redonda. 20/11/2020. Disponível em https://aterraeredonda.com.br/a-originalidade-da-crise-economica-e-sanitaria-da-covid-19/

ESCOBAR, A. (2003). Mundos y conocimientos de outro modo. Tabula rasa, n. 1, Bogotá: Universidad Colegio Mayor de Cundinamarca.

-----------. (1995). Encoutering development. The making and unmaking of the Third World. Princeton: Princeton Universi.

FEDERICI, S. (2017). Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante

FERNANDES, F. (1964/2008). A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Globo.

----------------- (1971/2015). O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Brasiliana/Difel.

----------------- (1973/1981). Capitalismo dependente e classes sociais na America Latina. São Paulo: Zahar.

FERREIRA, J.S. (2019). Feminismo, trabalho e cuidados: por todas nós, pela minha mãe. Caderno espaço feminino. V. 32, n. 2.

FURTADO, C. (1959) Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

------------- (1975). A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina. 2a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

------------- (1983). Teoria e política do desenvolvimento econômico. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

--------------. (2004). Os desafios da nova geração. Economia política. v.24, n. 4 .

GALEANO, E. (1971/2010). As veias abertas da America Latina. Porto Alegre: L&PM.

GUDYNAS, E. (2016). Transições ao pós-extrativismo. In: DILGER, G.; LANGER, M. PEREIRA FILHO, J. (orgs.) Descolonizar o imaginário. São Paulo: Elefante.

HECK, F.M. (2013). Uma geografia da degradação do trabalho: adoecimento dos trabalhadores em frigoríficos. Revista percurso, v. 5.

KOPENAWA, D. (2015). A queda do céu. São Paulo: Companhia das Letras.

KRENAK, A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

-----------------. (2020). A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras.

LANDER, E. (ed). (2000). Ciências sociales: saberes coloniales y eurocêntricos. La colonialidad del saber. Perspectivas latinoamericanas. Caracas: Faces-UCV/Unesco-Iesalc.

-------------- (2005). Ciencias sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In Lander. E. (org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso.

LIA, C.F. RADÚNZ, R. (2016). Os processos imigratórios nos séculos 19 e 20. Diálogos entre o saber acadêmico e a educação básica. Educar em revista, v. 61.

LUZ, V.M.; SILVA, L.M. AMERICO, M.C.; DIAS, L.M.F. (2020). Roça é vida. São Paulo: IPHAN.

MELO, H.P.; CASTILHO, M. (2009). Trabalho reprodutivo no Brasil: quem faz? Revista de economia contemporânea, v. 13, n. 1.

MILANEZ, B; MAGNO, B. L; PINTO, R.G. (2019). Da política fraca à política privada: o caso do papel do setor mineral nas mudanças da política ambiental em Minas Gerais, Brasil. Cadernos de saúde pública, v. 35, n. 5.

MILANEZ, B. (2019) Mineração e impactos socioambientais. As dores de um país mega-investidor. In: WEISS, J. (org). Movimentos socioambientais. Formosa: Xapuri.

NEGRI, A.; LAZZARATO, M. (2014). Trabalho imaterial: formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro: Lamparina.

NOVAIS, F. A. (1966). A proibição das manufaturas no Brasil e a política econômica portuguesa no fim do século XVIII. Revista de história, n. 67.

OXFAM (2020). Tempo de cuidar. Disponível em Oxfam.org.br.

PLUTH, T.B; ZANINI, L.A.G; BATTISTI I.D.E. (2019). Pesticide exposure câncer: an integrative literature review. Saúde em debate, v. 43, n. 122.

QUIJANO, A. (1984/2014). Bien vivir entre el “desarrollo”y la des/colonialidad del poder. In: Quijano (ed.). Des/colonialidad y bien vivir. Lima: Universidad Ricardo Palma/Editorial universitária/Cátedra America Latina y la colonialidad del poder.

RIBEIRO, D. (2018). Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras.

RIVERO, S; ALMEIDA, O; ÁVILA, S; OLIVEIRA, W. (2019). Pecuária e desmatamento. Uma análise das principais causas diretas do desmatamento na Amazônia. Nova economia, v. 19.

ROUBICEK, D.A.; RECH, C.M.; UMBUZEIRO, GA.(2019). Mutagenicity as a parameter in surface water monitoring programs-opportunity for water quality improvement. Environmental and molecular mutagenesis, v. 61.

SAFIOTTI, H. (1976). A mulher na sociedade de classes. São Paulo: Vozes.

----------------- (1978). Emprego doméstico e capitalismo. São Paulo, Vozes. 6 e

SALDIVA, P. (2018). Vida urbana e saúde. Os desafios dos habitantes das metrópoles. São Paulo: Contexto.

SAMBUICHI, R.H.R.; MOURA, I.F.; MATTOS, L.M.; AVILA, M.L.; SPINOLA, P.A.C.; SILVA, A.P.M. (orgs.) (2017). A política nacional de agroecologia e produção orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Ipea.

SANTOS, J.B; BOHN, L.; ALMEIDA, H.J.F. (2020). O papel da mulher na agricultura familiar de Concordia. O tempo de trabalho entre atividades produtivas e reprodutivas. Textos de economia, v. 23, n. 1.

MIES, M. SHIVA, V. (1997). Ecofeminismo. São Paulo: Piaget.

SILVA, D.F.; LORETO, M.D.S.; BIFUNO, A.C.S. (2017). Ensaio da história do trabalho doméstico no Brasil: um trabalho invisível. Cadernos de direito, v. 17, n. 32.

SILVA, L.Q; MACHADO, L.G; FERREIRA NETO, C; FORTUNATO, E. P.D; BARBOSA, S.O. (2019). Agrotóxicos: a importância do manejo adequado para a manutenção da saúde. Nature and conservation, v. 12, n. 1.

SILVEIRA, A.L.; MERLO, A. (2017). Super exploração e processo de adoecimento pelo trabalho na indústria frigorífica de Chapecó. Revista grifos, n. 43.

SOUSA, J.I.S. et al. (2020). Sobrecarga de trabalho em familiares de idosos em cuidados paliativos. Research, society and development, v. 9, n. 4.

SVAMPA, M.; ANTONELLI, M. (orgs.) (2009). Minería transnacional, narrativas del desarollo y resistências sociales. Buenos Aires: Biblos.

--------------. (2019). Las fronteras del neoextrativismo en America Latina. Mexico: Callas.

TAKUÁ, C. (2018). Teko Porã, o sistema milenar educativo de equilíbrio. Rebento, n. 9, 2018.

UMBUZEIRO, G.A.; HERINGA, M.; ZEIGER, E. (2016). In vitro genotoxicity testing: significance and use in environmental monitoring. Adv. biochem. eng. biotechnol.

WALLACE, R. (2020). Pandemia e agronegócio. São Paulo: Elefante.

Downloads

Publicado

2021-05-28

Edição

Seção

Artigos