Ação conservadora e o golpe brasileiro de 2016: vislumbres da Venezuela de 2002 nos embates entre dependência e desenvolvimentismo

Autores

  • Bernardo Sfredo Miorando Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

O impeachment da presidenta brasileira Dilma Rousseff em 2016 tem sido objeto de intenso debate. Entre os tópicos envolvidos, discute-se se tal evento constituiu ou não um golpe de Estado. Neste artigo, argumenta-se que houve golpe consoante um padrão caracterizado no histórico político brasileiro e que encontra paralelos em outros países latino-americanos, como é o caso da Venezuela. Apresenta-se o substrato histórico no qual emerge o golpe como estruturado em torno a uma dinâmica de dependência. Informadas pela inserção internacional periférica, formas de Estado e sociedade civil latino-americanas, ainda que particulares, contém aspectos comuns que permitem contextualizar melhor o fenômeno do golpe. São exemplo as similaridades presentes na concorrência de sabotagem econômica, manifestações conservadoras e ataque midiático para desestabilizar governos considerados de esquerda. Apontam-se possíveis relações entre os casos venezuelano e brasileiro quanto a movimentações golpistas e disputas por projetos societais, bem como entre as resoluções dessas tensões e as contradições internas a tais projetos. Sinaliza-se que a superação da atual fase regressiva no Brasil, instalada com a colaboração de movimentos conservadores, depende da exploração das contradições que carrega como projeto.

 

Palavras chave: golpe; Brasil; Venezuela; dependência; desenvolvimentismo.

Biografia do Autor

Bernardo Sfredo Miorando, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Licenciando no Curso de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (UFRGS).

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Publicado

2018-06-12

Edição

Seção

Artigos