O MORRO DOS VENTOS UIVANTES: UM ROMANCE PÓSCOLONIAL

Autores

  • DAISE DIAS

Palavras-chave:

Póscolonialismo, literatura inglesa, relações coloniais.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar O morro dos ventos uivantes, da escritora inglesa Emily Brontë (1818-48), sob a perspectiva póscolonial. Percebe-se na literatura inglesa um padrão repetitivo de representação das relações coloniais – sobretudo até 1847, ano da publicação da obra em estudo - que enaltece os ingleses e sua cultura, e que desqualifica os povos de pele escura, assim como suas respectivas culturas. Esses povos são, em geral, representados de forma preconceituosa e sob o domínio do imperialismo inglês. O romance de Brontë subverte esse tipo de representação porque o protagonista, um cigano estrangeiro, Heathcliff, consegue reverter as relações socioeconômicas impostas por seus opressores, os ingleses que o cercam, e, consequentemente, subjuga-os de forma análoga à sua própria experiência. Destaca-se, nesta obra, seu caráter subversivo, porque a narrativa passa-se na Inglaterra, o que confere ao feito de Heathcliff um valor significativo, uma vez que ele obtém sucesso em relação a algo que despertava grande temor para os ingleses: serem vítimas das forças de raças escuras em seu próprio território, a Inglaterra.

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