A pólis e o cidadão katá phýsin: uma leitura sobre a natureza da cidade na República IV de Platão

Autores

  • Adriel Fonteles de Moura Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave:

História da Filosofia Antiga, Platão, Ética, Filosofia Política

Resumo

Neste artigo, apresentaremos uma leitura sobre o problema concernente à formação natural da cidade (pólis) de acordo com o Livro IV da República (Politéia) de Platão. Afinal, é possível falar de uma natureza (phýsis) própria da pólis no contexto da obra? Se sim, quais são os fatores que a caracterizam a fundação natural da cidade? Para examinarmos este problema, dividimos este artigo em três etapas. A primeira etapa consiste em investigar o que é a natureza na esfera da República e verificar se há alguma correlação de identidade ou diferença entre a natureza humana e a natureza política. Na sequência, avaliaremos qual é o papel da educação (paidéia) na realização da natureza política e humana. Trata-se de mostrar que, para Platão, a educação é a única forma de levar a pólis a se unir comunitariamente na busca do bem (agathón), em favor da fundação natural da cidade. Na última etapa deste artigo, trabalharemos com a hipótese de que a justiça (díkē) é o princípio da fundação natural da cidade. Neste caso, também analisaremos as diferenças e similitudes entre a justiça individual (dikaiosýne) e a justiça política. Em síntese, o objetivo deste trabalho é analisar até que ponto o conceito de natureza se aplica à formação da cidade e até que ponto a natureza do cidadão reflete ou é reflexo da natureza da cidade. 

Biografia do Autor

Adriel Fonteles de Moura, Universidade Federal do Paraná

Doutorando em História da Filosofia Antiga pelo Programa de pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Paraná.A

Referências

BASTOS, Luciene Maria. “Platão e a formação humana na República” in Revista Reflexão e Ação, v.21, n.1, p.293-303, jan./jun. Santa Cruz do Sul: Programa de Pós-Graduação em Educação/UNISC, 2013.

BURNET, John. Platonis Opera Vol.4. Oxford: Clarendon Press, 1968, St. II 327a-621d.

MANGINI, Flora de Carvalo. Desejo e decifração: Promessas de felicidade coletiva e individual no livro IV da República de Platão (dissertação de mestrado). Orientadora: Luísa Severo Buarque de Holanda. Co-orientadora: Cardina de Melo Bonfim Araújo. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica, 2016.

MANIERI, Dagmar. “Entre a Phýsis e a Pólis: A Temporalidade Grega in Revista Synesis, nº1, 2010, pp. 26-47.

MIÉ, Fabian. “Acción y Política en la República de Platón" in Revista Signos Filosóficos, vol. VII, núm.14, julio-diciembre, 2005, pp. 9-34.

PEREIRA, Isidro. Dicionário Grego-Português e Português-Grego.

PLATÃO. A República. Tradução e notas: Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.

PRADO, Ana Lia do Amaral de Almeira. “Normas para a transliteração de termos e textos em grego antigo” in Revista Classica (Brasil) 19.2, 2006, pp.298-9.

THESAURUS LINGUAE GRAECAE, consultado a partir do software Diógenes e pelo site Perseus

WILSON, J.R.S. “The Argument of Republic IV” in The Philosophical Quartely, Vol. 26, No. 103, Apr. 1976, pp. 111-124.

Downloads

Publicado

2021-09-16